quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Uma seleção de praias mais que particular

O Rio não tem a maior costa brasileira, as praias mais agitadas e nem as mais bonitas. O único título que elas poderiam ganhar é de fazer parte do hall da fama: estão entre as mais famosas do país. Isso porque o bonito do Rio de fato não são as praias, mas também o calçadão, os morros, a cidade... o contexto todo.

E é por causa desse "contexto todo" que em uma viagem ao Rio todo mundo deve tirar um tempo pra visitar esses lugares, mesmo que não tome um banho de mar. Para isso, aí vai uma seleção - completamente subjetiva, admito - de 5 das 28 praias que tem no município. Uma coisa em comum? A água é bem fria!

Praia de Copacabana

Entre todas, é a mais famosa, principalmente pelo calçadão em ondas pretas e brancas que está sempre cheio. O mar é calmo, bom para o banho, mas é preciso tomar cuidado com algumas correntes marítimas mais fortes. A praia tem grande infra-estrutura para o esporte, como quadras de vôlei e futebol de praia, e costuma ser sede também de grandes eventos, como shows, aberturas de copas esportivas e é também onde acontece o maior reveillon do mundo.

(Pôr-do Sol em Copacabana. Quem quer ir pra lá levanta a mão! Foto tirada desse link)

Praia de Ipanema

É a praia jovem e revolucionária: nela foram exibidos os primeiros biquinis e tocadas as primeiras bossas. No meio da tarde a praia fica cheia de grupos de jovens que se reúnem para tomar sol, conversar, tocar violão, praticar esportes. O mar é tem ondas fortes em alguns pontos, por isso há um número expressivo de surfistas no local.

(Foto tirada da janela de um dos edifícios á orla de Ipanema. Tirada nesse link)

Praia da Barra da Tijuca

Com 18 km de mar, é a ganhadora em extensão. A praia da barra também ganha no quesito ondas. É propícia para esportes como o windsurf, o bodyboard e o surf. O bairro, de mesmo nome, também chama a atenção pela "riqueza": grandes prédios, shoppings imensos e moradores ricos.

(Desde 2000 a praia é sede do campeonato nacional SuperSurf. Esse ano o evento começou hoje e vai até domingo. Foto tirada desse link)

Praia do Leblon

Musa das novelas do dramaturgo Manoel Carlos, a praia do Leblon é a mais "chic", diremos assim. E também é a preferida dos esportistas, do frescobol à maratona, por causa da sua longa faixa de areia. Às vezes a praia se torna imprópria para banho devido a poluição.

(Não é só o Leblon que sofre com a poluição. As praias de Botafogo, Flamengo e Vermelha também são consideradas impróprias para banho. Foto tirada desse link)

Praia do Flamengo

Essa aqui está na seleção não necessariamente pela praia, mas pela orla e pela paisagem. O que chama atenção no lugar é o Parque do Flamengo, mais conhecido como Aterro do Flamengo. É um complexo de lazer aberto ao público inaugurado em 1965 e voltado principalmente ao esporte. Com jardins do famoso paisagista Burle Marx, o local tem quadras de tudo quanto é coisa, pistas de corrida, ciclovia, aparelhos de ginástica, playground, área para piquenique e até pista de aeromodelismo. A vista do Parque dá para a Baía de Guanabara, importante ponto turístico da cidade.

(O aterro é todo o verde que estamos vendo. O azul mais à esquerda, é a Baía da Guanabara. Ao fundo, o Pão de Açucar. Foto tirada desse link)

domingo, 25 de outubro de 2009

Rio de Janeiro e dois eventos que são recordes mundiais

O Rio de Janeiro é a segunda capital do Brasil que recebe mais eventos, festivais, exposições, cursos e shows. Só perde para São Paulo. Ainda assim, há dois eventos que merecem destaque pois, além de famosos, eles não só fazem parte da cultura como são responsáveis por parte da nossa identidade nacional.
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"Hoje a festa é na avenida..."

O mais famoso deles é (adivinhem?) o Carnaval. A comemoração não é exclusividade do Brasil: a data vem do calendário cristão e foi estabelecida ainda na Idade Média. Durante um período de 40 dias os cristão ficavam sem comer carne em mémoria aos 40 dias que Jesus ficou no deserto depois de sua ressureição, a quaresma. Para compensar essas privações, as pessoas realizavam festas antes dessa data.
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(Desfile da escola de samba Unidos da Tijuca em 2009. O nome do enredo era "Uma odisséia no espaço". Foto tirada desse link)

O Carnaval como o conhecemos hoje, com máscaras, fantasias e desfiles, surgiu na Inglaterra do século XIX. Cada cidade criou sua própria festa e, hoje, o carnaval carioca é o mais famoso do mundo. O sucesso se deve, em grande parte, aos desfiles de escolas de samba do Rio de Janeiro, que começou com a mistura de diversos grupos sociais que se encontravam nas ruas para curtir a data. As fantasias da população, a sonoridade dos grupos populares e a ostentação da burguesia se misturaram.

Os grupos que se formavam no alto dos morros cariocas foram ganhando destaque. Nos anos 1920 esses grupos passaram a se chamar "escolas de samba". À época, o governo via necessidade de criar uma identidade nacional e incentivou as escolas a tocar no asfalto, longe dos guetos e acessíveis à toda população. No fundo, eles eram tratados mais como atração folclórica. No entanto, na década de 1950 a classe média se uniu aos desfiles. Juntos, eles inventaram a maior festa nacional.

Hoje, os desfiles acontecem no Sambódromo durante dois dias. Dezenas de carros alegóricos e milhares de pessoas fantasiadas passam pelo local. Há quem prefira ver sentado e reparar na beleza do trabalho dos artesãos, que começam a confeccionar as roupas cerca de um ano antes do evento. E há quem se contagie e passe as mais de 7 horas de desfile sambando. São 12 escolas de samba que se apresentam não só para a grande plateia, mas para vários juízes que julgam elementos como samba enredo, bateria e alegorias. Dois dias depois do desfile há uma cerimônia aonde os votos são computados e anuniam os ganhadores. Para os integrantes, cada ponto é suado. A relação dessas pessoas com sua escola só pode ser comparada à relação de torcedores com seus times de futebol.













(À direita, a ala das baianas. É a mais tradicional do carnaval e toda escola tem que ter a sua. Quem desfila nessa ala são senhoras mais velhas com roupas que remetem às baianas dos antigos grupos de samba. Durante os desfiles, elas rodam de um lado para o outro dando movimentos às suas saias. À esquerda uma ala da Unidos do Peruche, escola de samba paulista. São Paulo também promove desfiles aos moldes cariocias. Apesar de ainda não tão famosos quanto os do Rio, cada ano recebe mais visitantes. Fotos tiradas desse e desse link)

25 mil quilos de luz

Esse é o peso médio do número de fogos de artifício que são "estourados" na virada do ano no Rio de Janeiro, na praia de Copacabana. Isso sem contar as cascatas de luz do vários hóteis e os fogos autônomos que são vistos por todos os cantos. No total, são quase 20 minutos de desenhos no céu.

(Foto tirada desse link)
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O reveillon do Rio é tido como o maior do mundo pelo número de pessoas que leva à praia: mais de 2 milhões por ano. Depois e antes do estouro, um palco enorme montado na praia recebe vários artistas. Na virada de 2008 para 2009, por exemplo, o público pode ver o grupo de pagode Revelação, a cantora de samba Mart'nália e as baterias das escolas Beija-Flor e Grande Rio. A festa só acaba às 3h00 da manhã... e alguns acabam dormindo na praia, literalmente.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A nova onda agora é subir o morro

Não basta ir ao Corcovado, passear no bondinho do pão-de-açucar, visitar as livrarias do Leblon ou pegar um bronze na praia de Ipanema. Agora o que interessa é subir a favela. O chamado "turismo vivencial" ou "turismo de favela" é cada vez mais requisitado. Os turistas trocam um dia de mar, sol e cerveja por um passeio nesses lugares.



(Imagens da Rocinha, considerada a maior favela da América Latina até o ano de 1992, quando foi oficialmente reconhecida como bairro. Tem cerca de 56 mil habitantes pelos dados oficias, mas dizem que esse número é bem maior. É um dos destinos mais procurados pelos turistas do "tour da realidade" entre as 759 favelas do estado do Rio de Janeiro. Fotos tiradas desse e desse links)





Como disse no post passado, acho que há algumas explicações para esse fenômeno. Acho que o mais importante deles mistura a vontade do turista à uma certa pressão social. A vontade do turista está em conhecer a cidade em sua plenitude. Há muito o turismo se baseia em apresentar os pontos turísticos de um local e isso recai, invariavelmente, em mostrar os lugares mais bonitos, mais "apresentáveis".


Mas o mesmo turista que se delicia a cada novo mirante, percebe também que aquela cidade tem seu lado popular. Acredito que o turismo de favela surgiu exatamente para suprir a demanda dessas pessoas, que não se contentavam só com a praia, que queriam entender como aquelas pessoas viviam, como aquela sociedade se estruturava.

Além disso, há a pressão social. Hoje, há um apelo muito forte à "necessidade" de se conhecer e entender a realidade dos outros, principalmente os mais pobres. Se você diz que foi conhecer o subúrbio inglês é visto com olhos de respeito: poxa, ele não está centrado em seu mundinho perfeito, ele também se preocupa com as camadas populares da sociedade. Inclusive, essa é uma forma de vender esses pacotes: as pessoas apresentam as favelas como uma experiência sociológica, que vai fazer você enxergar o mundo sob outra lógica. As pessoas compram essa ideia. E vão!

É seguro?

Até que sim, estatisticamente falando. Não há notícia de nenhum turista que tenha sido morto ou assaltado por conta de uma visita a favela. Por conta dessa relativa calmaria algumas agências chegama a oferecer conversa com traficantes. Em maio de 2008 a Delegacia Especial de Atendimento ao Turista (RJ) abriu um inquérito para investigar a agência Private Tours, que vendia pacotes que ofereciam visita às bocas de fumo e conversa com os traficantes que faziam a guarda dos chefões.

(Foto tirada desse link)

Mesmo seguros, os passeios ainda são tensos. E não pense que sua presença vai afastar os moradores ou os traficantes do local, que andam livremente.

Controvérsias éticas

Esse tipo de turismo, longe do convencional, levanta uma série de polêmicas. Os críticos dizem que não há nada de construtivo em visitar as favelas, a não ser a sensação de que existem pessoas muito piores que você. Esse passeio seria uma espécie de "descarrego". Em uma matéria do site Turismo e Hotelaria sobre o assunto, o professor de turismo e meio ambiente da Universidade de Brock (Ontário), afirma que o "turismo em favela é apenas mais um nicho que o turismo encontrou para explorar. Mas o objetivo real é fazer com que os ocidentais do primeiro mundo se sintam melhor em relação à sua situação de vida. Isso reforça, em minha mente, o quanto eu tenho sorte - ou o quanto eles não têm".

Outra questão é a exploração do local. Como eles dizem, imagine um grupo de turistas passando na porta da sua casa todo dia, tirando fotos de você e da sua família como se fossem atrativos turísticos. De fato, não deve ser uma situação nada confortável.

Já os defensores usam como argumento que de nada vai adiantar ignorar a pobreza e que, ao contrário, essa é uma das únicas formas que um pessoa que não vive aquela realidade tem de entender aquela situação a fundo. Melhor visitar uma favela e conversar com os moradores locais do que acreditar cegamente na representação desses locais pela TV, pelos jornais ou pelos programas de entretenimento.

Fica a questão! Eu, particularmente, gosto de ideia. Gostaria de entrar em uma favela para entender com os meus próprios olhos como aquela sociedade paralela (exatamente o que ela é) se organiza. O mais importante agora não é a existência ou não desse tipo de passeio, que já existe e não há como voltar atrás, mas sim a forma como ele é feito. Os turistas têm que tratar aquele local e seus habitantes com respeito e não invadir o local com suas enormes lentes de fotografia como se aquilo fosse um zoológico de visitação.

Mundo afora

Dizem que o tal "turismo vivencial" começou há 17 anos nas favelas cariocas. O culpado? Um jovem chamado Marcelo Armstrong, que levou alguns turistas para a Rocinha, quando ela ainda era a maior favela da América Latina. O passeio rendeu uma ideia, e essa ideia a empresa Favela Tour, que hoje tem milhares de imitadores aqui e no mundo.

Um deles é a Reality Tours and Travel, fundada pelo britânico Chris Way, na cidade de Mumbai (Índia). No início, ele mal conseguia arrebanhar turistas para a aventura. Hoje, se reveza para atender os diversos grupos que chegam na agência a procura dos passeios. O mais famoso é para Dharavi, a maior "favela" da Ásia. Os preços são baratos (uma média de 230 dólares por pessoa) e variam de acordo com uma série de fatores, como o tempo do passeio, o número de pessoas no grupo e se eles querem ser conduzidos ou não por um guia.

(Dharavi: Asia's biggest slum. Olhando as fotos, as maiores diferenças entre essa e as nossas favelas são a forma como elas cresceram - horizontalmente, já que Mumbai não tem muitos morros - e a precariedade dos serviços básicos, bem piores que os nossos. Foto tirada desse link)

O "tour da realidade" tem deixado marcas em vários países. Na Polônia, o campo de concentração de Auschwitz é um dos roteiros mais procurados. Há tempos de algumas cidades bolivianas estampam seus cartões-postais. Em países africanos, de um modo geral, há passeios pelos locais que foram destruídos pelas diversas guerras civis que os países enfrentaram (e que muitos enfrentam até hoje).

OUTROS LINKS

- Nessa entrevista, Bianca Freire-Medeiros responde se é possível fazer turismo em favela. A professora da Fundação Getúlio Vargas concluiu em 2008 a pesquisa A Construção da Favela Carioca como Destino Turístico. A pesquisa foi base para o livro Gringo na Laje.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Um novo conceito turístico

Que música pra gringo ver é MPB, bossa nova e samba eu já falei. Mas o mais curioso é como, ultimamente, outros ritmos musicais vem se destacando nessa lista. Daí, três deles saltam aos olhos: o axé, originalmente baiano, o pagode e o funk, originalmente cariocas.

Obviamente, o sucesso desses ritmos aqui no Brasil é a explicação para que eles sejam também os ritmos mais mostrados aos visitantes. Mesmo porque é impossível fugir. Se um turista for ao Rio, uma hora ou outra ele vai ouvir um funk. Seja nas rádios, nos bares, na praia ou até no carro de alguma pessoa que passa pela rua. E se ele for um pouquinho curioso, vai querer escutar mais.

Mostrar a música que vem da favela é só o início. Dessa vez não vou falar sobre origem, sobre as características mais importantes de cada um deles ou nada disso. Muito menos entrar no debate sobre a qualidade ou não dessas músicas. O interessante é notar esse movimento cada vez mais freqüente de apresentar ao turista a realidade do país/cidade que ele está visitando. Isso porque alguns viajantes cansaram de admirar as belezas naturais de uma praia, de apreciar as esculturas romanas de uma cidade histórica, de olhar a vista da cidade por cima de um mirante. Esses turistas querem entender a lógica daquele lugar. Para isso é necessário compreender os movimentos sociais, políticos e culturais de uma região. E isso inclui escutar o que as camadas populares escutam, ler o que elas lêem, ver o local onde elas vivem.

Há muito o turismo romântico – se me permitem chamá-lo assim – tem um concorrente. Não que a visita aos pontos turísticos venha perdendo espaço. Até mesmo o turista que sobe a favela quer, depois, passear na praia de Copacabana ou pegar o bondinho e ir ao Pão de Açúcar. Mas foi o próprio turismo romântico que abriu espaço para as perguntas: “essa cidade é isso? As pessoas que moram aqui são só essas, que eu vejo nos shoppings, na orla das praias, nas áreas nobres? E todos esses problemas que eu vejo na TV? Onde eles estão acontecendo?”.

Claro que há muito filhinho de papai indo em baile funk. É a diversão que conta, nesse caso. Mas a forma de se divertir das classes mais pobres não é, também, uma forma de entender como ela vive, mesmo que ele não tenha a intenção de compreender a realidade dessas pessoas? Um novo turismo vem surgindo. E ele se manifesta nos menores sinais. Seja na conversa com as crianças que jogam bola descalça nas ruas, nos almoços em companhias de famílias nativas e, como vou mostrar no próximo post, nas visitas às favelas.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Sintonia fina

Música brasileira pra gringo ver é samba, MPB e bossa nova. Também, tem o axé, a lambada, o iê iê iê. Ok: eu sei. Mas, convenhamos, eles ainda não conseguiram igualar a força e a fama que esses dois ritmos têm. Escolhi essa série de matérias sobre o Rio para falar de música não foi por menos: ele tem parte significativa no desenvolvimento desses ritmos tão típicos da nossa cultura, juntamento com a Bahia.

(Ilustração tirada desse link)

Gingado musical

O samba chegou primeiro e surgiu de um tipo de dança de raízes africanas desenvolvido no Brasil. das suas origens ainda guarda uma forma de dança acompanhada por pequenas frases melódicas. Uma das primeiras manifestações do ritmo no país é o samba de roda, que mistura dança, música, festa e poesia. Nascido no Recôncavo Baiano, foi levado para o Rio de Janeiro na metade do século XIX pelos negros migrantes.

E foi no Rio que o ritmo se expandiu. Lá, o samba se diversificou e se estabeleceu como movimento social. Era a forma que os negros encontraram de enfrentar os problemas cotidianos, como o preconceito, a rejeição social e a falta de direitos. Podemos dizer que o samba como gênero é uma expressão musical urbana do Rio de Janeiro.

A música Pelo Telefone, escrita por vários músicos mas registrada em nome de Ernesto dos Santos, foi gravada em disco no ano de 1917 e é considerada o 1º samba. De lá pra cá o samba como gênero caiu nas mãos do povo. O ritmo alcançou sucesso associado ao carnaval, mas com o tempo foi ganhando seu espaço próprio dentro da cultura brasileira. Entre os mais famosos compositores e cantores estão Pixinguinha, Cartola, Paulinho da Viola e Martinho da Vila.

Só na bossa

Entre as décadas de 1950 e 1960 surge um novo movimento musical no Brasil. Inconformados com o formato que a música brasileira estava tomando, os músicos cariocas passaram a fugir das melodias de grande potênia sonora e se arriscaram por uma forma mais minimalista e suave de tocar e cantar. A bossa nova, esse um ritmo carioca por excelência, ainda é considerado por muitos extremamente elitista. Não por menos, ele deve bastante às reuniões e encontros dos músicos da classe média urbana carioca em apartamentos de amigos da Zona Sul, onde se reuniam para ouvir, cantar e fazer música.

Os primeiro concertos foram realizaods em universidades e, pouco a pouco, foram ocupenaod os bares da região de Copacabana. Muito críticos dizem que o surgimento oficial do ritmo aocnteceu em 1958, quando João Gilberto lançou um CD que tinha, entre outras músicas, Chega de Saudade (de Tom Jobim e Vinícius de Morais) e Bim Bom (autoria própria)

Além da forma suave de tocar e cantar, a bossa nova tem como características os acordes inspirados no jazz norte-americano e letras com temáticas leves e descompromissadas.

Festa da música

MPB significa música popular brasileira, mas não diz respeito a todas as músicas populares brasileiras, e sim a um gênero específico. Ela surgiu em 1966, com a segunda geração da bossa nova e pode ser entendida como a fusão entre bossa e o engajamento com a cultura popular nacional. Isso significa unir sofisticação musical e fidelidade às raízes brasileiras. Também nascida a classe média urbana: também considerada elitista. Na verdade a MPB não é um ritmo tão carioca asism, é mais baiano, conhecido internacionalmente por nomes como Caetano Veloso e Gilberto Gil e Chico Buarque de Hollanda, ese último sim, nascido no Rio de Janeiro.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Rio 40 graus

Em clima de viagem de fim ano, de novela do Manoel Carlos e de Olimpíadas 2016, resolvi escrever mais uma vez sobre praias. Dessa vez a escolhida, claro, é o Rio de Janeiro.

(Imagem da famosa praia de Copacabana. Foto tirada desse link)

Difícil falar sobre o Rio sem cair em clichês. Afinal, o que ainda não foi dito? É a cidade brasileira mais conhecida no exterior, seja pela violência, pelas belezas naturais, pelas belezas femininas, pelo carnaval, pela música, pela política... e , agora, pelas Olimpíadas 2016.

Fui ao Rio 3 vezes e, até hoje, é o lugar mais bonito que conheci, comparado até com roteiros internacionais. Há dois motivos para isso. O primeiro é que ela reúne o melhor dos dois mundos: o clima de praia e as facilidades de uma capital. Como a cidade é uma das mais importantes do país, ela é grande, tem uma enxurrada de serviços e é cheia de eventos culturais. São exposições, mostras, oficinas, festivais, shows internacionais... E para relaxar no fim do dia é só pegar um ônibus ou uma bicileta e dar um pulo na praia.

Ok, outras capitais também têm praia. Mas daí chegamos ao segundo quesito: o Rio é uma cidade bonita. Bonita mesmo. Se você estiver na praia, olhando para oceano e se virar para o "continente" você vai ver de uma vez só areia, calçadão, rua, prédios, no fundo dos prédios a favela e depois das favelas a natureza dos morros. Esse contraste praia/asfalto, verde/cinza, riqueza/pobreza, é a alma da cidade. Isso sem contar o clima. O Rio é uma cidade nova e colorida. Todo mundo lá parece mais jovem.

Vou fazer uma série de matérias sobre a cidade maravilhosa, já que há tantas coisas para serem ditas sobre ela!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Quer comer sem pagar nada? Em NY dá!

Em uma viagem o dinheiro as vezes vai contado. Tanto pra transporte, tanto pra hospedagem, tanto para alimentação, tanto para gastos aleatórios. Em Nova York a gente já pode tirar um número dessa conta com o Guia para achar comida de graça em NY.

(Que tal um desse pra fechar o dia? Foto tirada desse link )

O free-food desses restaurantes e bares não é uma refeição completa, um sanduíche com carne de picanha nem nada disso. São coisas pequenas, como chips, doces, amendoins. Petiscos, mas que dão pra encher o estômago. Alguns desses estabelecimentos só oferecem comida de graça em dias ou horários especiais, mas outros as servem o dia inteiro, inclusive fins de semana.

Nem vale a pena começar a falar onde tem: entre no link do Guia e confira. Os endereçoes e qual comida eles oferecem de graça estão separados pelas áreas da cidade. E deve dá pra passar um tempão sem gastar dinheiro: o cardápio é vasto!

Quem souber de outras cidades ou países com um guia parecido é só deixar nos comentários!

sábado, 3 de outubro de 2009

O sonho da volta ao mundo

Até hoje, dar a volta ao mundo parece uma grande aventura, mesmo se pensarmos que é possível fazê-la em dois dias com as tecnologias atuais. Mas foi pensando em uma viagem como esta que o francês Júlio Verne escreveu A volta ao mundo em 80 dias em 1873.


O livro conta a história de um inglês impassível e imperturbável, um verdadeiro Gentleman, chamado Phileas Fogg. Milionário, Fogg vivia com seu criado e seus hábitos regulamentares, repetidos todos os dias com extrema pontualidade. Em uma conversa com amigos do clube que freqüentava diariamente, o gentleman apostou 20 mil libras que seria capaz de dar a volta ao mundo em apenas 80 dias, com afirmava um jornal inglês. Assim, partiu com seu mais novo criado, o francês Jean Passepartout para uma viagem que começa e termina em Londres, mas antes passa por Suez, Bombain, Calcutá, Hong Kong, Iocoama, São Francisco e Nova York.

Claro que essa viagem não teria nada de contemplativo. Eles não iriam visitar museus e praias, não iriam comer em famosos restaurantes nem comprar um souvenir a cada cidade. Eles iriam de um trem a outro, de um barco a outro, parando apenas para esperar o próximo meio de transporte e carimbar seus passaportes.

Desde o início a viagem é cheio de imprevistos. Dias antes da partida houve um roubo no Banco da Inglaterra e o detetive Fix está certo de que o ladrão foi Fogg. Por qual outro motivo um gentleman tão obstinadamente correto sairia de casa para dar a volta ao mundo? Fix, então, o segue por todo caminho. E o detetive é só um dos obstáculos. Entre um navio e outro eles arranjam inimigos, companheiros de viagem, tempestades e meios de transporte malucos, como trenós e elefantes.

Fato ou ficção?

O livro é tão ficcional que o excesso de imaginação surpreende. Eu me peguei fazendo perguntas do tipo: será que esse caminho, dar a volta o mundo em 80 dias, era mesmo possível em 1873? Júlio Verne imaginou tudo isso ou pesquisou intensamente até construir uma narrativa “ficcional verdadeira”?

Outra dúvida que me veio ao fim do livro: ele mesmo já foi para todos esses lugares? Pergunto isso porque muitas partes do livro pareciam reais demais para alguém que nunca esteve no local. Talvez muito do que Júlio Verne tenha escrito tenha vindo de relatos de outras pessoas ou até mesmo de clichês que construímos sobre algumas sociedades e países. Talvez seja mentira e nós, que estamos tão distantes daquela época, achamos que é tudo verdade.

Outra coisa que me chamou a atenção – e me irritou bastante em alguns momentos – é a forma como a narração foi feita. Parece Júlio Verne pensava que os leitores não estavam entendendo absolutamente nada do que ele estava dizendo. Há dois sinais claros disso. O primeiro é o título dos capítulos. Em um momento que o detetive Fix estava fora da narrativa, o suspense de sua volta ou não é suspendido pelo título “aparece novamente Fix” sem antes sabermos se ele vai voltar. Outro sinal são as diversas vezes em o autor e narrador onisciente fala diretamente com o leitor. Isso poderia ser um recurso interessante, se não fosse o tom professoral com que Júlio Verne explica a trama do livro.

Para mim, não é o melhor livro do mundo. Talvez porque, hoje, o modelo de narrativa de aventura e viagem já tenha se aprimorado. Mas entendo o entusiasmo da época com o nome de Júlio Verne e suas narrativas fantásticas.