sábado, 29 de maio de 2010

10 formas de tirar fotos inusitadas

O que faz de uma pessoa um fotógrafo profissional? A pergunta fica cada dia mais difícil. Os recursos tecnológicos e as informações sobre técnicas estão mais acessíveis. Hoje, todo mundo tem uma máquina digital, todo mundo pode tirar e apagar uma foto quantas vezes quiser antes de capturar a imagem perfeita.



(Exemplo de uma imagem perfeita e que só um fotógrafo consegue tirar: um instante único que foi capturado com rapidez obedecendo a uma das regras mais básicas da fotografia: a regra dos terços. Foto tirada desse link)

A diferença está muito menos na máquina e muito mais no olhar: o fotógrafo tem um visão diferente sobre as imagens e sobre as cenas. Além de capturar algo sob uma perspectiva diferente, ele não precisa bater milhares de fotos porque aquela primeira já vai ser a que ele quer. Sem contar que o instante capturado é sempre diferente do outro: com a certeza do que se quer e "a rapidez do gatilho" ele pode pegar instantes que não vão se repetir.

Acabadas as ilusões e as certezas de que não somos fotógrafos, hora de partir para o momento "como chegar perto de um" ou "como fingir algum talento". No site Digital Photography School há 10 dicas de como tirar fotos inusitadas, aquelas que nunca se vê em um álbum de um cidadão comum. Afinal, o cidadão comum tem a tendência de tirar fotos à la cartão postal: clássicas e bonitas. A diferença é que as inusitadas trazem pontos de vistas diferentes e um estranhamento divertido. Eles chamam esse estranhamento de Wow Factor, algo como "fator uau". Abaixo, o top 10:

1. Altere sua perspectiva

A maior parte das fotos é tirada ao nível dos olhos do objeto que está sendo fotografado, Mudar o ângulo da foto pode torná-la mais interessante.


2. Brinque com o contato do olho

É incrível como a direção dos olhos da pessoa que você está fotografando pode impactar a imagem. Na maioria das fotos a pessoa olha diretamente para a imagem, oferecendo uma forte conexão entre o sujeito da foto e a pessoa que olha a imagem. Olhar para um objeto que está fora do cenário da foto causa uma sensação diferente e um interesse em imaginar "o que essa pessoa estava olhando no instante em que foi capturada?". Olhar para um objeto que está dentro do cenário também muda o foco. Dessa vez, quem observa a imagem imagina "qual a relação entre as duas pessoas da foto?"

3. Quebre as regras de composição

A regra básica da composição é a Regra do Terço. Nela, você deve dividir o enquadramento em três partes iguais e dar a cada elemento da foto o mesmo espaço. Uma praia. por exemplo: um terço mar, um terço areia, um terço céu. Funciona sempre. Outra básica e que fazemos de forma automática é centralizar o objeto que se quer fotografar. Mas regras foram feitas para serem quebradas e alterar a importância dos objetos pode render boas fotos.

4. Experimentos com luz

Muita gente acha que um feixe de luz aqui ou uma sombra aqui atrapalham a foto. Na verdade, elas podem ajudar.


5. Mova o seu objeto para fora da "zona de conforto"

Fotos com pessoas sentadas, deitadas ou em pé todo mundo tem. Que tal pedir para sua correr e dar um pulo dentro da piscina ao invés de ficarem todos escorados na borda? Ou pedir para aquele homem que está guiando sua mulher em uma valsa levantar a mão e dar uma rodopiada?

6. Fotografe sem pose

Pedir para as pessoas posarem é sempre mais fácil. A luz vai estar onde a gente quer que ela esteja, as pessoas não vão ficar se mexendo e a foto não vai ficar tremida. Com os recursos certos, porém, a foto espontânea é muito mais divertida.

7. Adicione um suporte

O suporte não precisa ser uma mesa ou um objeto do tipo, mas algo que dê um contorno a imagem.


8. Foque apenas uma parte do corpo

Com uma boa lente de aumento podemos mostrar detalhes que as pessoas não veriam. Em certas imagens, o interessante não é a pessoa em si, mas os sapatos que ela está usando, o cigarro que leva a mão, a forma como cruza as pernas, a sua posição corporal. Nesse tipo de foto também é fácil brincar e fazer ironias: capturar uma mão levando uma coleira presa a um cachorro ao lado de uma placa escrito que é proibido o trânsito de animais, por exemplo.

9. Esconda parte do seu objeto

Ao contrário da proposta acima, que é a de tirar do retrato parte do objeto, você pode também mostrar todo o objeto, mas esconder parte dele. Isso pode ser feito com um pano, uma sombra, uma grade, etc.

10. Tire uma série de fotos

Você pode colocar sua máquina no modo de operação contínua ou simplesmente tirar um monte de fotos de uma mesma coisa em sequência. A graça nessas imagens está menos na técnica e mais em apresentá-las juntas.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Contos de viagem

Os contos são conhecidos por serem o par perfeito das pessoas que não gostam muito de ler. Para elas, ainda falta paciência para um romance inteiro. Assim, com um conto, em duas ou três páginas eles terminam um história e já pulam pra outra. Também é o preferido de quem não tem muito tempo. Imagine aquelas pessoas que vivem correndo, sempre parando uma atividade pra começar outra: como ler um livro inteiro em menos de 6 meses? Quando eles chegam ao fim, já não se lembram do início.

Essa é a realidade de alguns turistas. As pessoas que viajam as pressas, as que viajam a negócios, as que viajam e não deixam tempo nem pra tomar banho de tanto passeio que programam. Se você se encaixa em algum desses perfis - ou mesmo que não se encaixe em nenhum deles - que tal um livro de contos? Afinal, todo viajante precisa ter um livro a mão, seja para as horas de espera no aeroporto ou para os lanches preguiçosos de fim de tarde.

Há algum tempo vi uma matéria no Estadão sobre os melhores livros de conto com o tema turismo e viagens. Um deles é A Noiva da Canoa e outros amores embarcados, de Ronny Hein. O autor foi editor de revistas especializadas em turismo brasileiras por 15 anos. No livro, ele conta suas experiências de viagem. "Quem embarca sempre julga que conhece seu destino. Mas, muitas vezes, ele está só no meio do caminho." Palavras de expert.

(Foto tirada desse link)

A próxima dica é, na verdade, de uma história em quadrinhos. Nova York - A vida na grande cidade é o fruto de quatro contos escritos pelo estadunidense Will Eisner, artista conhecido por popularizar as graphic novels, longas histórias contadas através de arte sequencial. No livro, cheio de lindos desenhos, ele conta histórias do cotidiano do país que, muitas vezes, passam desapercebidas. A Nova York de Eisner não tem glamour. Ao contrário, é cinza, sombria e bastante irônica.
(Foto tirada desse link)

Lugares incomuns para mulheres que esperam algo a mais que um simples passeio. 100 viagens que toda mulher precisa fazer é o livro da viajante estadunidense Stephanie Elizondo Griest. São nove capítulos e 25 países, com cidades de Havana a Moscou. No fim de cada capítulo a autora dá dicas de sites, lojas, restaurantes e lugarzinhos especiais (aqueles que você só raramente encontra em guias turísticos).

(Foto tirada desse link)

O autor é um dos intelectuais brasileiros mais controversos das décadas de 1960 e 1970. José Carlos de Oliveira, mais conhecido como Carlinhos de Oliveira, escreveu matérias em diversos veículos da impressa sobre histórias que se passavam em capitais europeias como Londres, Paris e Amsterdã. Entre os temas, a efervescência cultural e a guerra dos sexos. A compilação de vários textos se transformou no livro Flanando em Paris, que mistura jornalismo, ficção e psicologia.
(Foto tirada desse link)

O aspecto é infantil, mas as histórias podem ser lidas por pessoas de todas as idades. Este é o Lá vem história outra vez, de Heloisa Pietro. O livro traz lendas do folclore de países como Austrália, Grécia e China. No total, são 30 fábulas que tratam de suspense e encantamento. O livro é a versão impressa - podemos dizer assim? - do programa da TV Cultura Lá Vem História.

(Foto tirada desse link)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Lá de cima

O post passado fez sucesso, principalmente para o Alê, que vai ganhar um dinheirinho extra com o tanto de gente que me pediu o telefone dele. Como muita gente comentou as imagens, vou postar mais fotos! Quem sabe assim ele não me repassa uns 10%? =]

(Nessa hora eram três paraglider só de um lado da montanha)

(Uma visão paradisíaca...)
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(A esquerda, o Bombis se ajeitando para fazer um voo duplo. A direita, um homem esperando o vento e a hora certa de puxar o paraglider para cima. Os visitantes que vão ao Topo do Mundo só para ficar admirando ficam sentados no mesmo morro que as pessoas pegam impulso para saltar )



(Dá pra perceber que Asa Delta é mais complicado só de ver o homem arrumando os equipamentos. Em compensação, a sensação deve ser a mais próxima de estar voando, pois as pessoas ficam deitadas. A Gabi comentou que é como ser um passarinho. Pra mim, ele tava parecendo mais uma minhoca mesmo)
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(Ta vendo um ponto amarelo lááá no fundo a esquerda? Sou eu!)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Voando no Topo do Mundo

Domingo, às 13h00, eu estava a beira de um precipício sem a mínima possibilidade de dar meia volta. Fiquei parada por um tempo, só olhando lá pra baixo. Era muuuito alto. Em cima da montanha se via miniaturas de casas, piscinas, carros. No momento certo, eu pulei. Eu voei de paraglider!


(Essa sou eu!)

Contando direito como toda essa história começou, a ideia era dar um presente de aniversário. Um amigo meu que, depois de um voo duplo, começou a ter aulas para praticar sozinho, me indicou seu professor. Segundo ele, as pessoas que não têm indicação podem ir ao próprio local de voo, procurar algum instrutor por lá e agendar pessoalmente. É mais seguro do que olhar e agendar pela internet, pois assim você vê a pessoa voando e decide se quer experimentar também.

O voo saiu por 150 reais. Caro? Pode ser, mas as vezes a gente gasta mais 150 com um simples sapato... e é muito mais interessante gastar esse dinheiro com uma experiência diferente. Com esse pensamento na cabeça, agendei os voos para o dia 16 de maio.

O local era o Topo do Mundo, no município de Brumadinho. Para quem sai de BH, é só seguir a BR 356 (a do BH Shopping, no Belvedere). O caminho é cheio de condomínios de luxo. Você vai virar na entrada do Retiro do Chalé e, antes de chegar ao condomínio, virar a direita.


(Mapa de localização. Foto tirada desse link)

O local é maravilhoso! A visão que se tem lá de cima paga qualquer viagem, além de ser uma verdadeira aula da geografia. Aquela história de "Minas só tem montanha" fica comprovada. É uma mistura de vários verdes e marrons. De um lado o mato, do outro as águas da Lagoa dos Ingleses. Para completar, aquele monte de gente voando de paraglider. Eu poderia ficar horas só olhando...

Mas, daqui a pouco, eu também faria parte da paisagem. Na hora que chegamos nosso instutor tinha acabado se sair do chão e em menos de 5 minutos aterrissou de novo. O nome dele (para quem quiser procurar) é Luiz, mais conhecido como Bombis. Ele nos explicou como são os equipamentos de segurança e o que fazer na hora de levantar voo. Enquanto o instrutor guia o equipamento a partir de algumas cordas nas laterais que podem ser puxadas ou esticadas, o "carona" se acomoda em uma cadeirinha que fica presa ao equipamento do instrutor por alguns ganchos. Ou seja: a gente não tinha que fazer nada a não ser apreciar a paisagem.

Meu presenteado foi primeiro. O paraglider sai do chão muito rápido. Não tem nem aquela corridinha típica da Asa Delta ou do paraquedas ou de qualquer outro esporte aéreo: você fica lá na ponta do morro e, em um segundo, seus pés saem do chão. Dependendo de como está o vento, você nem vai pra frente direito e já começa subindo.

Fiquei lá de baixo observando e tirando fotos. O Bombis fez algumas manobras. Quando eles estavam bem afastados do morro fiquei vendo ele fazer zig zag com o paraglider a ponto de eles ficarem de cara para o chão. Depois, eles atravessaram o morro e ficaram mais tempo no ar, até pousarem lá embaixo.

(O Bombis adora chegar perto das pessoas que ficam sentadas olhando. Algumas vezes é pra gente conseguir tirar boas fotos, outras é pra assustar mesmo, de tão perto da nossa cabeça que ele passa)

Quando chegou a minha vez estava tranquila. Durante o tempo que fiquei observando lá no Topo do Mundo a minha ansiedade só diminuiu. Como o Bombis tinha outro pulo agendado, fui com o Alexandre, o Alê. Foi como relatei no primeiro parágrafo: coloquei os equipamentos de segurança e fiquei parada um tempão antes de levantar voo, esperando, como ele disse, o vento estabilizar para que a gente pudesse subir sem "trancos".

(Antes de pular. O riso podia ser de nervoso, confesso, mas nessa hora eu já estava muito tranquila)

É incrível a velocidade com que você sai do chão e se vê no ar. É emocionante também. No início não conseguia tirar as mãos das cordas. Com o tempo, porém, estiquei os braços e fechei os olhos: quando abri, estava voando. Fiquei muito tempo no ar, uns 30 minutos. Eu e o Alê conversamos um pouco. Ele me disse que já voa a 7 anos e que se apaixonou de primeira. Ele me explicou como fazer para ter segurança na hora do voo, como se manter no ar por mais tempo e como é imprenscindível conhecer o campo da metereologia para saber a hora certa de levantar, de pousar, de pegar o vento certo ainda no ar, etc.

Fiquei tanto tempo lá em cima que até senti frio, ou seja: foi tempo suficiente pra adrenalina baixar e pra que eu voltasse a ficar normal (afinal, no início a adrenalina é tanta que você não sente nada, seja frio, dor ou medo). Atravessamos o Retiro do Chalé inteiro e pousamos em um campão. Ele pediu para eu levantar as pernas. Pousei como se estivesse sentando no chão.

Se todo mundo soubesse o tanto que é seguro, todo mundo já tinha pulado uma vez na vida. Os motivos: o equipamento já está aberto, então não há o perigo de ele não abrir como no paraquedas; e a velocidade do paraglider é baixa, cerca de 40 km/h, enquanto o de uma asa delta, por exemplo, é 80. Claro que esses esportes estão a mercê do tempo e do vento. Fora isso, não há perigo nenhum.

Abaixo, mais fotos dessa experiência incrível:


















sexta-feira, 14 de maio de 2010

Os legados das Exposições Mundiais

Exposição Mundial, Feira Internacional ou simplesmente Expo. A questão é que esse evento é a oportunidade perfeita que os países têm não só de mostrar ao mundo seus avanços tecnológicos, industriais e artísticos como também de incentivar e estimular ainda mais o progresso.

(Xangai, a cidade que vai receber a Expo 2010. Esses são só alguns dos prédios à la Jetsons da cidade chinesa. Foto tirada desse link)

Há pouco tempo fiz uma matéria para o FUNtástico mostrando verdadeiros tesouros arquitetônicos deixados pelas Expo's da vida. Para se ter ideia, uma dessas relíquias é nada mais nada menos que a Torre Eiffel, o símbolo máximo de Paris. Inaugurada durante a Expo 1900 - Paris, a Torre deveria permanecer cerca de dois anos em pé e, depois, seria demolida. Apesar da rejeição inicial - os franceses acharam aquilo muito estranho - ela foi caindo no gosto do povo e ficou de vez.

Outro exemplo, mais recente, é o Parque das Nações em Lisboa. Para a Expo 1998 a capital portuguesa não ganhou um monumento, e sim um bairro inteiro. Entre as atrações estão a ponte Vasco da Gama (a maior da Europa e quarta mais extensa do mundo), o imenso Oceanário, teleféricos, pavilhões de apresentação, centros de compra com restaurantes de todas as partes do mundo e grandes áreas de lazer com playground e brinquedos educativos. Tudo construído em uma arquitetura moderna e fora do comum. É surreal, parece que você está em outro país ou em uma das cidades do Fantástico Mundo de Boby.

(Isso é só uma parte do Parque das Nações. Toldos amarelos e fontes colorids que imitam a erupção de vulcões estão por toda parte. Foto tirada desse link)

De Londres a Xangai

Essa "brincadeira" chamada Exposição Mundial começou em 1851, em Londres, com o título "Grande Exposição dos Trabalhos da Indústria de Todas as Nações". A ideia veio do Príncipe Albert, marido da Rainha Victoria. O próprio evento aconteceu em uma construção feita especialmente para abrigar a Feira, o Palácio de Cristal de Hyde Park. A linda construção em vidro e ferro fundido, por si só, já chamou a atenção dos presentes.

(The Crystal Palace. Depois da Exposição - e para tornar-se eterno - o Palácio mudou de lugar. Em 1936, porém, um incêndio destruiu a construção. Foto tirada desse link)

A Feira impulsionou o desenvolvimento de diversas áreas, como a engenharia, a arquitetura, a tecnologia, o design e a arte, além de estimular o turismo e melhorar as relações internacionais entre os países. O sucesso foi enorme.

Desde então, os países disputam entre si o privilégio de sedir o evento. Atualmente, as Expo's acontecem de forma um tanto quanto irregular: a próxima acontecerá em 2012, depois, em 2015, depois só em 2017. Toda Feira traz um tema novo e mundial, ou seja, que afete de forma considerável o maior número de países possíveis. As nações interessadas podem construir pavilhões dentro da área reservada a feira e expor o que têm de mais interessante com relação ao tema escolhido para aquele ano. Em 2010 será a vez de Xangai, na China, mostrar ao mundo suas inovações.

(Esse é o pavilhão do Brasil na Expo 2010, que apresentará a diversidade humana e cultural das cidades brasileiras. Foto tirada desse link)

O futuro é 2010

Os Jetsons foi aquele desenho que todo mundo assistiu e sonhava com sua realização: um dia, o mundo estaria daquele jeito. Teríamos escadas rolantes horizontais para nos locomover em ambientes cheios, carros com asas, tráfego aéreo de pessoas e prédios com aspecto de disco voador. A exceção de tudo o que inclui "alçar voo", o resto já faz parte do presente. Pelo menos em Xangai.

O evento começou no dia 1º de maio e vai até 31 de outubro. Os números são astronômicos: tem o maior espaço já usado para construção (5,28 quilômetros quadrados), o maior volume de investimentos realizados (cerca de 40 milhões de euros) e, possivelmente, vai ter também o maior público (espera-se mais de 80 milhões de visitantes). Recorde também de países inscritos: 190.

(Fotos dos quatro pavilhões que estão atraindo mais visitantes: EUA, Suiça, França e Canadá. Os links são dos sites oficiais de cada pavilhão e vale a pena entrar para ver mais fotos - principalmente no da Suiça, que tem até teleféricos no teto)
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O tema desse ano é Better City, Better Life (Cidade melhor, Vida melhor). A ideia é que cada país apresente soluções para a convivência nas cidades de hoje, cada vez maiores e mais diversas. Para muitos, a intenção do governo chinês é mudar a imagem que o mundo tem da China: o país, que se tornou o maior poluidor do planeta, é pressionado para ter atitudes ecológicas e corretas. Segundo a matéria da correpondente d'O Globo, Cristina Alves, o pavilhão da China recebe os visitantes com vídeos e mensagens de otimismo, além de soluções para os problemas ambientais do planeta. Se eles realmente estão fazendo o que expõem? Ninguém sabe.

(Pavilhão da China: uma pirâmide vermelha invertida que. Foto tirada desse link)

Como não podia deixar de ser, a Expo 2010 Xangai trouxe melhoras significativas para a cidade. O transporte funciona como nunca e os habitantes terão novos monumentos para admirar. E os turistas, novos locais para visitar.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Desafio Pão de Queijo

Todo ano, a Revista Veja lança o "comer e beber" de todas as capitais brasileiras. A ideia é pegar um time de especialistas para analisar os melhores bares, salgados, cachorros quentes, vinhos, chefs, pastéis e tudo o mais que se relacione a comida e bebida em cada uma dessas cidades.

O Brasil é um país imenso e tem uma culinária vasta. É por isso que a revista de cada capital traz suas peculiaridades. A de Fortaleza, por exemplo, enumerou as melhores tapiocas e a de São Paulo tem um ranking com a melhor feijoada. A de Belo Horizonte, como não podia deixar de ser, fez uma lista com os 10 melhores pães de queijo.

(Já vi muita gente cair de quatro por esse delicioso salgado... principalmente os estrangeiros. Foto tirada desse link)

Assim que a revista chegou na minha casa, em novembro de 2009, me lancei no Desafio do Pão de Queijo (para lembrar a minha amiga @eusouatoa e seus desafios gastronômicos). Fiz um pequeno mapa de BH e fui destacando os melhores roteiros. Como não tinha pressa em terminar - na sexta-feira passada comi o último da lista - anotava minhas impressões em um caderno a fim de não esquecer o gosto e as particularidades de cada um.

Não sou uma crítica culinária nem tenho o melhor dos paladares, mas como mineira que sou entendo um pouco de pão de queijo e tinhe uma curiosidade enorme em saber se essa lista fazia mesmo sentido. Ao longo do Desafio, algumas dúvidas foram surgindo. Primeiro: como eles montam essa lista? De onde surge os 10 nomes que compõem a revista em cada categoria? Compreendo a dificuldade de provar cada pão de queijo vendido em BH. Cada bar, restaurante, lanchonete, padaria e supermercado da capital vende um pão de queijo. Tirando os lugares que não têm receita própria, ainda sobram muitos.

Outra: será que os 11 jurados listados foram a todos os estabelecimentos provar do quitute? Afinal, eles eram jurados da categoria "comidinhas", que inclui café expresso, sanduíche, chocolate... Se pegarmos uma média de 10 estabelecimentos por categoria temos um total de 110 estabelecimentos para visitar. Alguns bonitos, outros nem tanto, outros nem um pouco. Além do mais, os jurados destacaram pães de queijo que sequer estavam na lista da Veja. Estranho...

Enfim, fiquem com as minhas questões e, se souberem ou tiverem alguma dica, me ajudem a respondé-las.
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(Imagem do pão de queijo campeão versão coquetel (menor que o normal para servir em festas e recepções). A loja faz mais de uma tonelada do quitute por dia. Foto tirada desse link)

A conclusão disso tudo - além do fato de que listas são sempre controversas - é que não vale a pena ir aos últimos estabelecimentos com a ilusão de que, mesmo estando nos piores lugares do ranking, ainda estão entre os 10 melhores. A lista da Veja não apresenta os 10 melhores. Ora, estamos na terra do pão de queijo e existem centenas de opções por aí. A mãe de um amigo, por exemplo, tem uma receita caseira que é digna de primeiro lugar. E olha que nem pode ser uma opção, pois ela não comercializa. Como você pode ver, fazer uma lista é até pecado.
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Abaixo, minha classificação pessoal para os pães de queijo, do pior para o melhor:

Pão de Queijo Luciana
O lugar é bem feio. O meu pão de queijo (e todos daquela fornada) estava um pouco queimado queimado na parte que fica virada para a forma. Não quer dizer que é sempre assim, mas se um jurado chega lá e come um desses pega mal. Ele é até gostoso, mas vai chegando no final e você já está louco para acabar de tão salgado que é. Foi o mais salgado que comi. Quando acabei, comi um grande pedaço de bolo, e bem doce.
Endereço: Av. Álvares Maciel, 670 - Santa Efigênia
Preço do quitute: R$ 1,00

Tropical Pão de Queijo
O lugar é feio e muito mal apresentado. Fiquei pensando o porquê de a Veja ter ido até lá para provar o pão de queijo... se não for um motivo histórico ou indicação de alguém não sei o que é. Eu nunca entraria lá com a esperança de encontrar algo bom. E relamente não encontrei. Me entregaram um salgado frio. Dava pra ver que se estivesse quente seria melhor, pois tinha pedacinhos de queijo lá dentro que não estavam derretidos. Faltava um pouco de sal e era muito tão gorduroso que joguei 1/3 fora.
Endereço: Rua Carijós, 640-A - Centro ou Rua Tamóios, 887 - Centro
Preço do quitute: R$ 1,00

Kero Kero Pão de Queijo
O pão de queijo não tinha um aspecto muito bom. A casca parecia seca, meio esbranquiçada (igual nossa pela quando não está hidratada). Sabia que isso era sinónimo de pão de queijo com muito polvilho, e quando o pão de queijo tem gosto de polvilho, e não de queijo, tem alguma coisa errada. Estava bom, mas o excesso dessa farinha o deixou meio insoso.
Endereço: Rua Sergipe, 1516 - Savassi
Preço do quitute: R$ 1,20

Vovó Mariquinha
Foi o primeiro que comi e, mesmo sem provar os outros, sabia que este não seria o melhor. O sabor do polvilho também é muito acentuado. Estava mais para um biscoitão de polvilho do que para pão de queijo. Também estava um pouco frio. A receita é da avó dos proprietários, criada em Peçanha, interior de Minas.
Endereço: Av. Afonso Pena, 2382 - Funcionários
Preço do quitute: R$ 1,20
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Ki-Delícia Pão de Queijo
Gostoso, mas muito massudo. Quando acaba, fiquei com a aquela sensação de que estar empazinada. Também faltou um pouquinho de sal, mas nada que comprometesse tanto o sabor.
Endereço: Praça Levi Coelho da Rocha, 5 - Centro
Preço do quitute: R$ 1,20

Pão de Queijo & Cia
Estava bem quentinho e desmanchava na boca... até demais. Tem gente que adora, mas para mim isso quer dizer muita gordura. Estava realmente muito gorduroso.
Endereço: Rua Rio de Janeiro, 1129 - Centro
Preço do quitute: R$ 1,00

Dona Diva Café e Quitandas
Palmas para a sinceridade. Pedi um pão de queijo e a vendedora me disse, sem hesitar: "Está um pouco frio. Ocê quer mesmo assim?" Claro! A massa é diferente das demais, não grudava na boca e é bem escorregadia. Peca pelo sal: não é tão salgado assim, mas depois que acabei fiquei com sede.
Endereço: Mercado Central (Av. Augusto de Lima, 744 - Centro), loja 163
Preço do quitute: R$ 1,50

Pão de Queijo Mania
O local era agradável e assim que olhei para o pão de queijo fiquei com água na boca. Na hora que ele vai para o forno ele fica meio aberto, deixando um pouco de queijo torradinho por fora e um pouco de queijo derretido por dentro. No início nem sabia se o classificava como 2º ou 3º lugar. Só o coloquei aqui pois não é tão saboroso quanto o próximo.
Endereço: Rua Guarani, 482 - Centro
Preço do quitute: R$ 0,90

Confeitaria Tupis
É o melhor custo/benefício sem sombra de dúvidas. Você leva o segundo melhor pão de queijo da capital por apenas 0,60 centavos. A casa tem uma promoção de 4 unidades por 2 reais. E quer saber? Não resista! Mas leve os outros para casa porque um só já é um lanche e tanto, pois é um pouco massudo. Como o fluxo de pessoas é muito grande, a cozinha prepara novas fornadas a cada minuto e a chance de pegar um pão de queijo frio é quase nula. Dá pra sentir um pouco da mussarela que não derreteu lá dentro. Hum... A receita é dos bisavós do proprietário.
Endereço: Rua Rio de Janeiro, 810 - Centro
Preço do quitute: R$ 0,60

Verdemar
Realmente, o melhor. A diferença é que eu sei exatamente o que os outros pães de queijo podem fazer para ficarem melhor. Nesse eu não tenho nenhuma crítica. Sal, queijo, sabor, consistência: tudo na medida. A receita é guardada a sete chaves e só o que se sabe é que a cozinha não economiza no queijo minas.
Endereço: Av. Senhora do Carmo, 1900 - Sion ou Diamond Mall (Av. Olegário Maciel, 1600 - Lourdes)
Preço do quitute: R$ 1,60

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A doce arte de fazer doces

Se você já foi em alguma cidade mineira, deve ter experimentado pelo menos um dos típicos doces caseiros de Minas. Se não, está perdendo. A culinária mineira é resultado da mistura dos mais diversos povos que habitavam ou transitavam pelas cidades coloniais por volta do século XVIII. Nessa época, com a descoberta das riquezas minerais no estado, brasileiros de norte a sul passavam pelo estado a procura de ouro e pedras preciosas.


(Foto tirada desse link)
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A goiaba e a jabuticaba são exemplos de frutas tropicais largamente incorporadas ao cardápio mineiro. Os estrangeiros também participaram dessa história, principalmente os portugueses, que contribuíram muito para ampliar a quantidade de especiarias, alimentos e bebidas. Assim, as receitas de toda parte do mundo chegavam a Minas e sofriam adaptações.

Nem todos os doces tem sua origem em Minas e nem todos os doces sequer tem origem conhecida. De uma forma ou de outra, muitos deles encontraram aqui um jeito de fazer história e se tornar tradição. Ainda hoje, são feitos em enormes tachos de cobre, no fogão a lenha e mexidos com colheres de pau.

(Esse é o Chico Doceiro. Sua loja funciona desde 1965 lá em Tiradentes. Foto tirada desse link)

Os doces, quase todos vendidos em compotas de vidro, podem ser de frutas em calda, frutas em creme ou geleias. E isso para qualquer fruta: figo, laranja, mamão, goiaba, pêssego abóbora, limão, cidra, jaca, abacaxi...
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As frutas cristalizadas também fazem sucesso. Normalmente são a própria fruta (como o figo) ou cubos de frutas (como mamão) secos e cobertos de açucar. São vendidos em pacotes de isopor ou ém forma de bala em pacotinhos de plástico. A casca de algumas frutas também vira sobremesa cortadas em tiras fininhas e cristalizadas, como as casquinhas de limão e laranja.
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(Doces Joaninha, em Araxá. A loja já ganhou prêmios e mais prêmios de melhor doceria de Minas Gerais. Foto tirada desse link)

Há também os doces vendidos em caixas: marmelada, leite, doce de leite e goiabada. Este último tão típico da cultura mineira. Acompanhado de queijo minas, deu origem ao famoso Romeu e Julieta. Muitos dizem que a mistura de goiabada e queijo é uma das melhores combinações de doce e salgado do mundo.


(Uma das mil e uma forma já inventadas para servir a mistura. Aqui, goiabada com sorvete de queijo. Foto tirada desse link)

Uma categoria que não se encaixa em lugar nenhum é a Ambrosia, conhecido também como manjar dos deuses. Esse apelido vem da mitologia grega: diziam que ele era tão poderoso que se um mortal comesse ele ganharia a imortalidade. Tem origem ibérica (não se sabe ao certo se nasceu em Portugal ou na Espanha) e é feito de leite, ovos e canela.

Outra categoria são os doces de ovos. A tradição veio de Portugal, dos chamados doces conventuais. Antigamente, os conventos usavam a clara dos ovos para engomar as roupas e produzir hóstias, mas sobravam as gemas. A freiras, então, começaram a produzir uma série de doces que a partir de gemas e açucar. Daí surgiram os famosos doces conventuais. São mais de 200 tipos. Entre os mais famosos está o pastelzinho de Belém. O quindim e os fios de ovos foram os que mais agradaram ao paladar brasileiro.


(Maravilhosos quindins... meu doce favorito! Foto tirada desse link)

terça-feira, 4 de maio de 2010

Novos olhares

Meu sumiço temporário do blog tem justificativa: estava viajando a trabalho. Mas nada melhor do que poder viajar a trabalho, ja que é pra trabalhar mesmo, porque não dar umas escapadas e fugir da rotina? Meu destino dessa vez foi Ouro Preto. Já falei da cidade histórica nesse e nesse link, sempre com muito respeito, mas (como vocês podem observar) nunca de uma forma apaixonada.

(Telhados, morros e ruas de pé-de-moleque. Foto tirada desse link)

Ouro Preto para mim nunca foi sinônimo de prazer. Ela era a cidade do passeio de domingo ou da excursão da escola. Nunca saí do centrinho da cidade, que vai uns três quarteirões além da Praça Tiradentes. Quase todas as minhas visitas incluiam entrar e sair sem parar de igrejas e museus. Subir e descer morros era inevitável. Tudo era histórico, barroco e rococó. Também nunca dormi lá e não conhecia a noite da cidade. Ou seja: já tinha ido várias vezes, mas a conhecia só pela metade.

Dessa vez, Ouro Preto sorriu pra mim. O que é muito irônico, na verdade. Cheguei segunda de manhã, trabalhei o dia inteiro até às 18h e fui embora terça cedinho. Porque, meu Deus, encontrei uma outra cidade? Simples: não fiz "turismo". E isso foi essencial para quebrar a imagem "chata" da cidade que tinha se formado na minha cabeça.

Cheguei em Ouro Preto pela estrada principal, passei pelas construções que já conhecia de anos atrás e mudei de rota. O evento que iria participar era no Centro de Convenções da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), bem longe da Praça Tiradentes ou, como digo, láááá embaixo. Descendo aquela ladeira já me deparei com uma cidade diferente. Para mim, a parte histórica da cidade não era lá tão grande. Parecia pequena, do tamanho dos meus passeio antigos. Mas ela é bem grande e, o que mais encanta, conservada. Diferente de Diamantina, Ouro Preto é toda bonita. As casas com pinturas novas e varandas coloridas se estendem por metros sem fim.

Uma curiosidade: Ouro Preto é cheia de plaquinhas que ficam nas portas de hotéis, lojas ou repúblicas. Elas não ficam soltas, são presas por um cabo de aço formando um T com a parede. As placas começaram a ser usadas para não danificar a fachada original das construções. Hoje, virou uma marca. Não são nada extravagentes e nem pretendem ser usadas para competir com outros estabelecimentos. Ao contrário, são bonitas, coloridas e divertidas. Sempre que passava por uma levantava o pescoço para ler o que estava escrito: uma distração por si só.

(O nome da República se deve a um morador que lembrava um ator da novela "O Espigão" que tinha fama de tarado (ok). Foto tirada desse link)

A noite, depois de um dia inteiro passado dentro do Centro de Convenções, saí para comer. Outro problema: com exceção dos doces (sempre gostosos), sempre associei Ouro Preto a comida mineira meeesmo, pesada e gorduroso. Ao contrário, a organização do evento estava pagando rodízio de pizza em um restaurante excelente chamado O Passo. O local é lindo, toca boa música e tem uma pizza sensacional. Um milhão de palmas para a "juazeiro", de carne de sol e catupiry.

Dormindo tarde e acordando cedo, fui fazer uma horinha antes cair na estrada. Uma horinha não, 20 minutos. Resolvi voltar e conhecer, a pé, essa nova cidade. Desci a Rua Direita até o fim, quando ela, inclusive, deixa de ter esse nome. Depois subi quase em zig zag, caminhando por várias ruas. No meio do caminho cheguei a Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar. Entrei rapidamente e ela parecia ainda mais bonita (principalmente porque não precisava ficar escutando nenhum guia sobre a idade das obras de arte e a história do ouro que ornava o altar da igreja).

Passei na frente do restaurante do dia anterior e pude ver melhor o Parque Horto dos Contos, um espaço público que fica ao lado d'O Passo. É um espaço de lazer bonito e, pensem bem, raro. Cidades históricas construídas a séculos atrás não pensavam em ecologia. As casas eram colocadas umas do lado das outras, sem espaço verde. O local possui lanchonete, mirantes, sanitários, anfiteatro, quadra e diversas coisas.

(Trilha do Parque Horto dos Contos. Foto tirada desse link)

Para fechar, fui pela Estrada Real em direção a Ouro Branco, uma caminho tortuoso que dá uma linda visão da parte baixa da cidade e das montanhas em torno. Meu arrependimento: esqueci minha máquina de tirar fotos. Caso contrário, tentaria mostrar a vocês a Ouro Preto que vi ontem e hoje. Mas essa quinta volto lá e prometo algumas fotos!