quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Comer e beber em Paris

Em três anos de estudos de língua francesa no Brasil, o que mais escutei e aprendi foi sobre comida. Ok, a França é o país da gastronomia. Particularmente, eu acho esse título uma sacanagem, porque todo país tem suas especialidades. Assista a um só episódio daquelas séries aonde as pessoas viajam o mundo para comer e você vai ver que na Índia ou na Itália também existem mil pratos diferentes. Mas tudo bem, isso é uma questão histórica e, no caso da França, está mais ligado a "alta" gastronomia do que tudo. Afinal, aqui você encontra alguns dos melhores chefes e dos melhores pratos já criados pelo homem.

Mas é difícil participar tão ativamente da alta gastronomia se você não tem muito dinheiro. Então, como (e quanto) é comer e beber em Paris? Nunca li em nenhum lugar quanto se gasta comendo pela cidade luz. Esse post, então, é um pequeno guia sobre o assunto.

De forma geral, o café da manhã de um francês é composto por cereais, pão com queijo e/ou presunto, croissants, brioches, pequenos crepes recheados com geleia ou nutella, alguma fruta e uma bebida (leite, suco ou café). Tomei café da manhã no Ibis Paris Tour Eiffel. O preço por isso tudo eram incríveis 7,50 euros. A variedade compensa bastante o preço. As brasseries, ou padarias, abertas desde cedo vendem os quitutes separadamente. A maioria costuma oferecer um menu de café da manhã, como em um hotel.
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(Diz aí se não parecem deliciosos? Um croissant grande custa mais ou menos 2 euros)

No almoço, o garçom sempre leva pão para o cliente beliscar antes da comida chegar. E não precisa ficar com medo de comer pois é cortesia da casa. Outro costume francês é comer queijo depois das refeições. Há uma parte especial no cardápio para você escolher o queijo que vai pedir depois do prato, engraçado não? E a variedade de queijos é realmente surpreendente. É possível comer um queijo diferente a cada dia do ano e ainda não provar todas as variedades. Os mais comuns são o ementhal (aquele dos desenhos, cheio de buracos - muito usado nos mistos quentes), o gruyère e o brie. Esse último tem uma camada de mofo por fora, e não é o único. Há vários desses e parecem ser de bastante prestígio.
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Mas no almoço a coisa complica em vários aspectos. O primeiro é a forma de pedir. A comida vem sempre "empratada" em versões individuais. Individuais mesmo. Aqui não tem fartura. Essa de "é pra um mas comem dois", como acontece no Brasil ou em Portugal, não cola. E, infelizmente, o self-service ainda não chegou por aqui. Ou até chegou, mas não fez sucesso. A ideia é chegar ao restaurante e pedir o prato do dia, que é normalmente a opção mais barato dos restaurantes. Eles sempre deixam a opção de prato do dia e o preço a vista do cliente.
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Há também outras opções. Se você pedir o "menu" vai escolher direto no cardápio. Pode ser uma entrada + prato, ou prato + sobremesa, ou entrada + prato + sobremesa. Você pode dar a sorte de ir em um lugar e sair vazio, satisfeito ou empanturrado, mas vai pagar o mesmo em qualquer opção.
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(Restaurante Les Delices du Manom. A comida mais gostosa que comi por aqui... Nessa, o prato do meu pai: bife de pato com batatas)

O segundo problema inclusive, são os preços. Comer em Paris é muito caro. Para mim, que saí de Portugal então, nem se fala. Lá, o prato do dia super farto era de 4 a 6 euros. Aqui, um prato do dia com menos comida é de 10 a 2o euros. O menu fica ainda mais caro, de 13 a 25 euros. Há também os locais mais baratos e mais caros para se comer. Os arredores do Quartier-Latin, de Montmartre e do Les Halles são mais baratos. Os mais caros - como não deixaria de ser - são os restaurantes pertos de grandes pontos turísticos, como a Torre Eiffel o Arco do Triunfo, na Av. Champs-Elysées.

Os pratos franceses podem não ter nada de especial. Até então provei bife à Bourgnon, que tem um nome muito bonito mas não é nada mais nada menos que bife com um molho tipo madeira, e salmão com legumes. A graça do que eles fazem naõ é a carne, mas o molho. Até as saladas são deliciosas porque o molho deles é muito bom. Caviar, escargot e coxas de rã eu dispenso!

(O meu prato no Delices du Manom: salmão com legumes cortados a Juliana! Esse tipo é quando cortam os legumes bem fininhos. O molho era maravilhoso)


Escolher a bebida é quase uma arte. Um suco (e eles não têm sucos feitos na hora) custa cerca de 5 euros. Uma coca-cola, um ice tea ou um chocolate quente, cerca de 4 euros. Já um copo de vinho custa quanto? De 4 a 6 euros. A bebida é extremamente comum por aqui, seja no almoço ou no jantar. Agora, o mais estranho mesmo é a água. Uma água engarrafado de 350 ml custa cerca de 3,50 euros, o que é muito caro.
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Em compensação, se você pedir uma garrafa de água eles normalmente vão trazer uma garrafa de água de torneira. E gratuita! Para nós brasileiros é muito engraçado a água ser tão caro. Fui à Galeries Lafayette e comi um grande pedaço de torta folhado de frutas vermelhas por 5 euros, quase o mesmo preço da água.

E por falar em doce, a Europa está recheada deles. E são deliciosos. O chocolate, o sorvete, os biscoitos e todas as delícias açucaradas desse continente são ótimas. Isso porque o doce delesnão é tão doce quanto o nosso. Eles usam menos açucar e muito menos conservantes. Não é a toa que a única encomenda da minha mãe foi: "traga muuuito chocolate". Uma barra custa cerca de 1,50 euros (até convertendo pro real vale a pena).

(A máxima "também se come com os olhos" é levada a sério por aqui! Uma torta dessas custa cerca de 5 euros. Em Portugal seria uns 3 euros)

Posso ser fresca para comidas de sal, mas quando o assunto é doce a ideia é provar de tudo. Croissant com chocolate é ótimo e tinha todos os dias no café da manhã. O famoso Crème Brûlée (cerca de 6 euros) também é uma delícia: é um creme amarelo gelado que eles colocam açucar em cima e queimam com um maçarico, criando uma casquinha quente bem fininha.

Quanto aos "lerês" de marcas de doces também já fiz todas. Fui comer macarons na luxuosa Ladurée (é por peso e 8 unidades ficaram 9,50 euros) e tomar sorvete na Berthillon. Existem diversar lojas que vendem o sorvete por aí, mas a original fica na Ilha de São Luís e, por incrível que pareça, é mais barato que nas filiais. Uma minibola é 2 euros. É caro pela quantidade, mas o sorvete é muito. É aquela pequena extravagância que a gente faz, tipo comer um Magnum Cokies uma vez por mês.

4 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Jú, adorei seu blog, não sabia da existência dele!Essa parte das comidas muito me interessa...hahahahahahaha. Gostei de saber q vc está bem, ignora meu recado no Orkut! bjs!!!

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  3. Ai Ju!
    Que delícia!
    Fiquei com muita inveja dos croissants com chocolate no café da manhã!

    Eu também estou provando coisas novas por aqui.O mais diferente até agora foram as borewors (como eles chamam a linguiça, o nome vem da língua afrikaans). A de queijo, então...deliciosa! E o melhor de tudo: a comida e principalmente o vinho são bem baratos! Ainda mais quando se divide os preços por 4 para achar o equivalente em reais....rs
    Depois faço um guia pra vc com as coisas que vale a pena comer e os lugares em que vale a pena fazer compras!!

    Beijos e saudades!!
    Bon apetit pra vc por aí!!

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