terça-feira, 3 de julho de 2012

Outros passeios em Foz do Iguaçu

Foz do Iguaçu é o segundo destino que mais recebe turistas no país. O motivo principal é um só: ver as CataratasMilhares de pessoas atravessam estados, países ou mesmo oceanos para ver as 275 cachoeiras que compõem a paisagem. O cenário é mesmo espetacular! Mas se com no máximo dois dias dá para ver as Cataratas de quase todos os ângulos possíveis... o que mais dá pra fazer na cidade? Abaixo, alguns dos passeios que fiz e recomendo.

Parque das Aves

Quando falaram em Parque das Aves pensei que ia fazer uma visita ao zoológico da cidade. No caso, um zoológico só de pássaros. Felizmente, eu estava errada.

(Blogueiros ouvindo as instruções da Kárin, na entrada do Parque das Aves)

São quilômetros de área verde preservada ou reflorestada. Tudo feito pelas mãos do casal Dennis e Anna Croukamp. Eles não tiveram ajuda do governo e não fizeram o parque como uma compensação ambiental a algum empreendimento. Ao que tudo indica, era somente um casal rico, apaixonado por pássaros, que encontrou  em Foz do Iguaçu o local perfeito para o sonho de "criar um parque temático dedicado à conservação dos animais".

(Flamingos são animais que vivem em bandos com outros milhares de animais da mesma espécia. O espelho é uma forma de fazer com que eles se sintam seguros por estarem rodeados de "coleguinhas)

O início do passeio acontece entre grandes gaiolas de aves. Algumas delas guardam espécies em extinção que estão ali exatamente com o intuito de se reproduzir. O pessoal do parque também realiza diversos estudos com os animais para entender um pouco mais dos seus hábitos e poder ajudar no desenvolvimento da espécie.
Até então, tudo certo. O Parque era enorme e parecia cumprir a sua função de refúgio daquelas espécias. Isso sem contar nos pássaros coloridos que faziam aquele espaço ser realmente especial. Mas poucos minutos depois a gente deixou de ver tudo do lado de fora e passou a entrar nas gaiolas. Os pássaros voavam por cima de nós e pousavam do nosso lado. É possível ficar a poucos centímetros de distância de um canário, arara, papagaio ou mesmo um tucano. Por vezes, é possível tocar em um deles.

(As lindas cores desses tucanos não foram captadas com zoom!)
(Esse tucaninho colorido fazia dengo igual animal de estimação...) 

O viveiro mais legal era o das Araras, o último do passeio. É um espaço realmente enorme com dezenas delas voando para todos os lados. Elas estão paradas e em questão de segundo abrem as asas e passam por cima das cabeças de todos. Algumas chegam tão perto que, no susto, todo mundo se abaixa! É incrível. Vi muitas crianças e adultos maravilhados com as aves ali dentro e acho que o Parque faz a sua parte no desejo (um dia, coletivo) de restaurar ou pelo menos preservar a flora brasileira.

(Algumas das araras no viveiro mais esperado do passeio)

Itaipu Binacional

Aquele tanto de água que eu vi descer o curso do rio não serve só para encher os olhos dos turistas, mas para gerar energia a milhões de pessoas.

Tudo graças a Usina Hidrelétrica de Itaipu, inaugurada em 1982. A história começou ainda em 1973 quando Brasil e Paraguai assinaram um acordo que tinha como objetivo o uso do rio Paraná para fins energéticos de forma igualitária entre os dois países. A partir de então, os governos de ambos os países trabalharam juntos não só para encontrar o melhor local para a edificação da usina mas também em todos os processos, desde a construção da barragem até o aproveitamento financeiro.

(Vista das comportas)

Itaipu gera 14 mil megawats por hora, o suficiente para iluminar 50 milhões de casas. É difícil imaginar como essa estrutura gera tanta energia. Um dos únicos momentos em que visitantes como nós conseguem realmente sentir a força das águas é quando os vertedouros estão abertos. Não é uma cena muito comum pois a usina atende as necessidades de geração de energia e não as necessidades fotográficas dos turistas. Em 90% do ano o vertedouro fica fechado pois o nível de água dentro da barragem normalmente é estável. Quando esse nível ultrapassa o limite crítico (por excesso de chuva ou outro motivo extraordinário) os vertedouros se abrem. Isso acontece cerca de 40 dias por ano. E aquele era um deles.

(O dia estava chuvoso e estava ficando quase tão molhada quanto no dia do passeio pelas Cataratas. Mas ver o vertedouros abertos valeu a pena)

É um cena incrível. A gente sabia que tinha dado sorte. Afinal, é raro o volume de água ultrapassar os limites de uma barragem com 196 metros de altura (o tamanho de um prédio de 65 andares) e 2,5 km de extensão. Ela tem capacidade de armazenamento de 63 milhões de litros d'água...
(A faixa que marca a fronteira entre Brasil e Paraguai e, embaixo, um pouco do que é possível enxergar para quem está na barragem)

Depois de toucas "de cozinha" e capacetes a postos, itens obrigatórios para trabalhadores e visitantes, entramos em Itaipu. É possível visitar quase todos os espaços internos. Há duas coisas que mais me chamaram atenção. Uma delas é o painel de fotos em uma sala que mostra imagens aéreas em diversos momentos da construção da Usina. Não é preciso fotos para quem tem a curiosidade de olhar para cima e para baixo em diversos momentos e ver como o local é assustadoramente gigante.

Outra parte legal é a sala de controle. Ok, ela parece uma nave espacial e isso já é intrigante por si só. Mas o melhor é a forma como trabalham. A sala está na fronteira entre Paraguai e Brasil. Metade perfeita está em um país e metade em outro. 11 técnicos trabalham ali sendo 5 brasileiros e 5 paraguaios. O décimo primeiro é o técnico geral e na verdade são dois: eles cumprem turnos de 6 horas cada. Porque dois? Um é paraguaio e outro brasileiro, claro. A sala não só comanda as operações de toda a usina como também dá o exemplo para todos os funcionários mostrando que aquele território é realmente binacional. É ali que vemos que o tratado assinado em 1973 é sempre atual.

(A cada dois tubos desse passa uma Catarata inteira... Dá para encostar no tubo e sentir a força da água passando. Abaixo, a sala de controle)

Um agradecimento especial à equipe da Loumar Turismo, que organizou os passeios e nos acompanhou em todas as aventuras!

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Nem fui Mari... Estava em Foz para um Encontro de Blogueiros de Viagem e a programação não deixou. Fui no Paraguai fazer umas compritchas (mas acabou que nem consegui tbm pq esqueci de desbloquear o cartão, acredita? Heheheheh) Beijso!

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