quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Alameda de Hércules - Sevilha

Se você está procurando alguma coisa diferente para fazer em Sevilha, vá para a Alameda de Hércules. A avenida está a 15 minutos do centro e tem de tudo um pouco: cinema, centros culturais, restaurantes, casas de shows e muitos, muitos bares. Com seu clima boêmio e sua agitada vida musical, ir a Alameda é sempre um tiro certeiro.


A história da Alameda começa com a decisão de dissecar o leito de um dos braços do rio Guadalquivir. Em 1574 o espaço foi finalmente ocupado pela Alameda. Apesar de o local sofrer inundações frequentes, foram construídas algumas estátuas, fontes, grandes fileiras de árvores e quatro colunas romanas monumentais. Sobre elas se colocaram duas esculturas realizadas por Diego de Pesquera. Uma era Hércules (fundador mítico de Sevilha) e a outra Julio César (restaurador de Híspalis).


A Alameda foi se transformando com o tempo até se tornar um ponto de encontro e espaço para feiras, festas e festivais. As últimas obras aconteceram em dezembro de 2008. As reformas urbanísticas tinham como objetivo restringir o tráfico de veículos, trocar a terra que cobria o chão do local por piso de concreto, tirar a cerca que protegia as colunas e implantar mais fontes de água.

Com as reformas, o espaço se tornou ainda mais atrativo. A qualquer hora do dia tem gente passeando pela Alameda. De manhã há mais crianças, levadas pelos pais para brincar nas fontes ou nos playgrounds instalados pela prefeitura. Na parte das tarde a avenida ganha mais movimento e o cheiro da comida dos restaurantes invade as ruas. A partir das sete da noite, então, a Alameda começa a encher de verdade.


Como disse, tem coisas interessantes para se fazer em toda a cidade, mas a Alameda é o local que abarca a maior variedade de programas em um único espaço. E isso se reflete nas pessoas que frequentam a avenida, sempre muito diversas. Afinal, a Alameda é também a zona mais musical da cidade. No La Caja Negra se escuta rock, na discoteca Utopia o ambiente é GLS, no Eureka há exposições de fotografia e jam sessions...   E para quem não é de música ao vivo, existe o La Sureña, o Corralon de Esquivel e tantos outros bares para tapear ou tomar uma cerveja.


Por ter essa pegada mais alternativa, a Alameda recebe eventos completamente distintos. Entre os dias 14, 15 e 16 de setembro, por exemplo, o local recebeu o Alamedeando. O objetivo do festival era promover uma série de atividades culturais, como concertos, apresentações e exposições. E enquanto a cidade respirava flamenco, a Alameda recebia bandas de rock progressivo, música eletrônica e ritmos floclóricos, como foi a apresentação do grupo Maravilla Gipsy Band, com seu concerto cigano.



(Vídeo do Maravilla Gipsy Band)

Vira e mexe os bares da avenida promovem algum tipo de evento ou festival. Participei recentemente da abertura dos domingos de flamenco-jazz no bar El Barón Rampante. Durante todo o mês de outubro, músicos convidados comandam a festa no bar, que acontece em forma de improvisação. O resultado foi uma noite cheia de surpresas. A primeira - que eu ainda não decifrei - é porque todo mundo aqui canta tão bem. Uma pessoa qualquer dizia que queria experimentar, subia no palco e soltava a voz. Eu fiquei admirada...!


A segunda é o nível dos convidados que estavam ali aquela noite. O ápice foi quando Lole Montoya, precursora do nuevo flamenco na década de 1970, subiu no palco e presenteou e apresentou duas de suas famosas canções. Eu fui lá pra frente vê-la cantar. Era uma oportunidade única estar ali... A noite terminou com o público pedindo mais: mais músicas, mais festa, mais pessoas subindo nas mesas do bar para dançar flamenco. Já a minha noite terminou comendo tapas... na Alameda (onde mais?).

2 comentários:

  1. Incluído na to-do list com você pela cidade. Belo post, querida. um beijo!

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    1. Assim que você vier a gente faz "aquele" roteiro! ;)
      Beijos!!

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