quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Dose tripla


Em uma crise existencial daquelas, com direito a um divórcio avassalador, depressão e choro contido no chão do banheiro, Liz decide deixar o país e viver um ano fora: quatro meses na Itália, quatro meses na Índia e quatro meses na Indonésia. Essa é a tônica do livro autoral Comer, Rezar, Amar (Eat, Pray, Love) da jornalista norte-americana Elizabeth Gilbert.

(Foto retirada desse link)

Esse livro junta tudo que mais gosto de ler: é um romance que fala sobre viagem. Destrinchando um pouco melhor a história: com 31 anos Liz tinha uma carreira jornalística bem sucedida, estava casada há alguns anos e seu marido planejava ter um filho. Mas ela não. A situação foi ficando cada vez pior a ponto de passar noites e noites chorando no banheiro da sua casa se sentindo culpada por ter uma vida tão aparentemente feliz.

Daí, uma série de eventos e fatos a fazem decidir viajar. E o leitor acompanha tudo: a transformação do divórcio em um estágio no inferno, um novo namoro fracassado que a faz ficar ainda pior, o porquê da escolha desses três países. Assim, ela se manda.

Na Itália, ela come como uma louca e engorda 10 quilos em 4 meses. Ela mesma fala que colocar o país no roteiro foi uma decisão que só levou em conta o prazer: prazer de aprender italiano, de conhecer o país, de comer comidas maravilhosas. E é só isso que ela faz: se diverte.

Na Índia, ela busca Deus praticando yoga em um ashram, uma espécie de mosteiro que recebe pessoas do mundo inteiro a procura da evolução espiritual. A idéia era passar 6 semanas, mas as experiências foram tão enriquecedoras que ela decide esquecer sua viagem pela Índia e ficar lá os quatro meses.

Na Indonésia, ela se encontra com um velho médico indonésio na busca de conhecimento e, ao fim, se apaixona. Por um brasileiro!

O livro é ótimo. A autora se preocupa em passar mais do que suas impressões pessoais e situação emocional. Nas três partes do livro ela passa capítulos inteiros contando curiosades e explicando a história e cultura locais. Como exemplo posso citar o momento em que ela conta a origem da língua italiana e explica porque é tão bonita: ela foi "criada". A Itália tinha vários dialetos quando dois intelectuais foram designados pelo rei a decidir o que é o italiano. Após muita pesquisa eles escolheram o italiano da obra A Divina Comédia, de Dante Alighieri. O italiano é praticamente uma língua literária! Além dessas pequenas histórias Elizabeth Gilbert dá várias dicas de viagem. Entre elas: leve poucas calças para a Itália porque um dia você vai engordar e ter que comprar outra.

Para quem quiser saber um pouco mais sobre o livro, a própria autora pode responder. Esse link é do seu site oficial (obviamente em inglês) aonde ela responde às 10 questões mais frequentes sobre “Comer, rezar, amar”.

2 comentários:

  1. Ju, adorei esse post! Muito elgla você falar de um livro que tem como linha central as viagens que ela fez. Muito legal!

    Thais

    ResponderExcluir
  2. Que bom que gostou! E o livro é ótimo também, a forma como ela vai "trançando" as experiências dela com outro tipo de informação é muito interessante!

    Beijos

    ResponderExcluir