sexta-feira, 7 de maio de 2010

A doce arte de fazer doces

Se você já foi em alguma cidade mineira, deve ter experimentado pelo menos um dos típicos doces caseiros de Minas. Se não, está perdendo. A culinária mineira é resultado da mistura dos mais diversos povos que habitavam ou transitavam pelas cidades coloniais por volta do século XVIII. Nessa época, com a descoberta das riquezas minerais no estado, brasileiros de norte a sul passavam pelo estado a procura de ouro e pedras preciosas.


(Foto tirada desse link)
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A goiaba e a jabuticaba são exemplos de frutas tropicais largamente incorporadas ao cardápio mineiro. Os estrangeiros também participaram dessa história, principalmente os portugueses, que contribuíram muito para ampliar a quantidade de especiarias, alimentos e bebidas. Assim, as receitas de toda parte do mundo chegavam a Minas e sofriam adaptações.

Nem todos os doces tem sua origem em Minas e nem todos os doces sequer tem origem conhecida. De uma forma ou de outra, muitos deles encontraram aqui um jeito de fazer história e se tornar tradição. Ainda hoje, são feitos em enormes tachos de cobre, no fogão a lenha e mexidos com colheres de pau.

(Esse é o Chico Doceiro. Sua loja funciona desde 1965 lá em Tiradentes. Foto tirada desse link)

Os doces, quase todos vendidos em compotas de vidro, podem ser de frutas em calda, frutas em creme ou geleias. E isso para qualquer fruta: figo, laranja, mamão, goiaba, pêssego abóbora, limão, cidra, jaca, abacaxi...
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As frutas cristalizadas também fazem sucesso. Normalmente são a própria fruta (como o figo) ou cubos de frutas (como mamão) secos e cobertos de açucar. São vendidos em pacotes de isopor ou ém forma de bala em pacotinhos de plástico. A casca de algumas frutas também vira sobremesa cortadas em tiras fininhas e cristalizadas, como as casquinhas de limão e laranja.
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(Doces Joaninha, em Araxá. A loja já ganhou prêmios e mais prêmios de melhor doceria de Minas Gerais. Foto tirada desse link)

Há também os doces vendidos em caixas: marmelada, leite, doce de leite e goiabada. Este último tão típico da cultura mineira. Acompanhado de queijo minas, deu origem ao famoso Romeu e Julieta. Muitos dizem que a mistura de goiabada e queijo é uma das melhores combinações de doce e salgado do mundo.


(Uma das mil e uma forma já inventadas para servir a mistura. Aqui, goiabada com sorvete de queijo. Foto tirada desse link)

Uma categoria que não se encaixa em lugar nenhum é a Ambrosia, conhecido também como manjar dos deuses. Esse apelido vem da mitologia grega: diziam que ele era tão poderoso que se um mortal comesse ele ganharia a imortalidade. Tem origem ibérica (não se sabe ao certo se nasceu em Portugal ou na Espanha) e é feito de leite, ovos e canela.

Outra categoria são os doces de ovos. A tradição veio de Portugal, dos chamados doces conventuais. Antigamente, os conventos usavam a clara dos ovos para engomar as roupas e produzir hóstias, mas sobravam as gemas. A freiras, então, começaram a produzir uma série de doces que a partir de gemas e açucar. Daí surgiram os famosos doces conventuais. São mais de 200 tipos. Entre os mais famosos está o pastelzinho de Belém. O quindim e os fios de ovos foram os que mais agradaram ao paladar brasileiro.


(Maravilhosos quindins... meu doce favorito! Foto tirada desse link)

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