(Ta vendo algum ser vivo ali embaixo? Não? Exatamente...)
Dizer que ela não foi "tomada" pelos turistas não quer dizer que eles não estejam lá. E o ano todo. Por ser um destino nacional e internacional, há estrangeiros pra todo lado, e em todas as praias. Entre abril e junho e setembro e novembro eles se tornam 50% desse público, já que no Brasil não há ferias e, menos ainda, a cultura de se viajar sempre que a oportunidade aparece.
Mas a cidade também não é um marrasmo completo. Para um local receber uma boa quantidade de turistas ele precisa oferecer infraestrutura básica: hotéis, pousadas, restauranntes, comércio, estradas de acesso, etc. A grande sacada da cidade é oferecer isso na medida certa. Há muitos locais pra ficar, mas sem excessos. Há muitos restaurantes, concentrados quase no mesmo lugar. Há muitas praias, mas nem todas têm acesso fácil e é preciso fazer caminhadas de até 40 minutos para chegar. Assim, a cidade vai crescendo como destino turístico, sem perder o clima local.
(Belezas baianas)
A verdadeira jóiaDe nada adiantaria se a cidade fosse tranquila demais e bonita de menos. Mas Itacaré ganha seus fãs ainda na estrada, que corta uma vegetação quase intocada de Mata Atlântica. Em todo o Brasil restam 5% desse tipo de vegetação, e parte dele está nesse pedaço da Bahia. A área entre Itacaré e Serra Grande é uma Área de Proteção Ambiental e foi considerada Reserva da Biosfera da Mata Atlântica pela Unesco. São 22 mil hectares de puro delírio (em zona) tropical.
E as estradas levam às praias, de água azul, areia branca e coqueiros verdes. Esses, a propósito, seguem o caminho contrário da Mata Atlântica pois estão lá substituindo a vegetação nativa. Antes, o espaço era ocupado por milhares de árvores de pau-brasil, que foram inteiramente exploradas pelos portugueses. Então os coqueiros (que nem brasileiros são, mas asiáticos) ganharam a paisagem.
(Surf em Tiririca e tranquilidade em Itacarazinho. As palavras poderiam ser ao contrário que - pelo menos nessa época do ano - não fariam diferença alguma)
É assim nas praias de Concha, Resende, Tiririca e Ribeira. Uma ao lado da outra, essas quatro praias formam um dos ambientes mais gostosos de Itacaré. O lugar tem poucas barracas de praia, muitas cangas coloridas na areia e uma galera tranquila e alternativa. Com boas ondas, as praias ficam cheias de surfistas. No final da tarde, na praia do Resende, quem quiser está convidado a fazer uma aula de capoeira, que atrai crianças, jovens, adultos, brasileiros e estrangeiros.
Os coqueiros também invadem as praias mais distantes ou de difícil acesso, como é o caso de Itacarezinho e Jeribucaçu. Na lista das mais bonitas praias da região, ambas são de difícil acesso. A primeira tem estrada, mas para entrar com carro os donos das terras cobram 10 reais. Já a segunda, nem de carro.
(As águas do rio Jeribucaçu encontram o mar na praia de mesmo nome. Foto tirada desse link)
Baladinha noturna
Pra completar, a vila de Itacaré é uma graça. Pequena que só ela, tudo está concentrado em um único lugar. Uma única rua, mais precisamente: Pedro Longo. Com lojinhas de ponta a ponta, traz padaria, mercado, tapioca, roupa de surf, aluguel de prancha e uma autêntica baiana, que vende acarajé e cocada na praça cental.
Hoje, a paisagem é outra. Há 10 anos, as opções eram poucas. Em 1998, porém, o governo construiu a estrada Ilhéus-Itacaré, que facilitou o acesso à cidade e aguçou a curiosidade do turista. O comércio percebeu rapidinho que o fluxo de pessoas estava aumentando e construiu, na mesma proporção, lojas, bares e pousadas. Tem hora que a coisa fica meio desorganizada: muitas placas, propagandas, varandinhas de madeira. Mas o clima é ótimo.
(A rua Pedro Longo durante a noite. Foto tirada desse link)
E começa a esquentar às 21h, quando o forró começa em alguns locais. Em termos de festa, o ritmo nordestino tem oferta e demanda na medida. Quem quer menos continua nos barzinhos. Quem quer mais pode procurar se informar sobre as raves e festas eletrônicas que acontecem na cidade - algumas com transporte gratuito.
Ju! Sabe alguma coisa das ondas de assaltos por lá, principalmente nas trilhas? Será que os assaltos diminuíram ou há mais policiamento? A temporada verão 2013 foi bem feia por lá e estou com 5 dias programados em janeiro 2014 para lá. Mas estou seriamente pensando em trocar esse destino, uma pena, pois vi que é bem bonito... Bjs
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