Assim começa o livro São Jorge de Ilhéus, publicado em 1944 por um dos maiores escritores brasileiros, saudoso Jorge Amado. Através de diálogos interessantes e uma descriçãodetalhada da região, o autor narra as conquistas da terra no sul da Bahia em uma época que o cultivo do cacau era a fonte, de renda e mazelas, do estado.
Independente das questões culturais e humanas - que são muitas - Jorge Amado descreve uma Ilhéus cheia de encantos, mesmo quando a pobreza toma conta do cenário. Na sua forma de escrever fica visível uma fascinação pela cidade.
Hoje, é difícil encontrar a Ilhéus de Jorge Amado. Por vezes, reconheço algumas paisagens e lugares. Mas só. O principal problema não é encontrar a rua x ou a praia y. O mais difícil é encontrar seu ponto de vida. Mas sim, Ilhéus ainda tem belas paisagens para quem vem de longe. A principal a gente encontra no centro, no entorno da rua Coronel Paiva.
(Catedral de São Sebastião. Uma das poucas no Brasil que mal couberam na foto)
Ali fica a Catedral de São Sebastião, uma bela e imponente igreja que começou a ser construída no ano de 1931. Do lado de fora ela é suntuosa, traz pilares, abobadas e detalhes em estilo neoclassico. Do lado de dentro o oposto: a igreja é super singela. As obras da catedral só terminaram em 1967. Na contramão da maior parte dos monumentos da cidade, ela passou por uma grande reforma em julho de 2010 e está muito bem conservada.
Ao lado está o bar Vesúvio, um dos cenários mais importantes de Gabriela, Cravo e Canela, outro romance de Jorge Amado que traz Ilhéus como pano de fundo. O bar foi construído entre os anos de 1919 e 1920. O local já foi ponto de encontro dos intelectuais baianos. Hoje, é um bar comum, que vive do turismo proporcionado pelo escritor baiano já que é pouco apreciado pelos moradores da região (inclusive pelo preço).
(O Bar Vesúvio traz uma estátua do Jorge Amado admirando a catedral)
Numa das ruas paralelas, próximo ao porto, está outro bar famoso. O Bataclan era um cabaré famoso - igualmente citada nos livros de Jorge Amado - que teve seu apogeu entre os anos de 1926 e 1932. Era frequentados pelos magnastas locais e já foi palco de grupos de dança nacionais e até internacionais, como argentinos e franceses. Além da sala, o cabaré funcionava também como cassino e bordel. Com a lei que proibia os cassinos no país, porém o Bataclan declinou. Hoje, reformado, o cabaré é um cyber-café agradável, com espaço para exposições culturais e lançamentos de livros.
Além desses monumentos, algumas belezuras naturais também merecem uma visita. Uma delas é o Rio do Engenho. Algumas agências de turismo organizam passeio de barco pelo rio que corta a cidade. Além das belas paisagens "aquáticas" ali perto está o povoado do Rio do Engenho, que data de antes de 1550. O povoado foi tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional por trazer, entre outros, ruínas da fazenda de Santana, uma das primeiras do país.
(Não precisa nem dizer que durante o nascer ou o pôr do sol o passeio é ainda mais agradavel. Foto tirada desse link)
Para curtir uma prainha và as praias do norte, na rodovia entre Ilhéus e Itacaré. Tem um conjunto de 8 praias pouco frequentadas pelos turistas sendo que algumas delas nem pertencem a Ilhéu smais.
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