terça-feira, 25 de setembro de 2012

Centro histórico - Sevilha

A Europa está cheia de coisas bonitas para se ver. Ainda assim, os sevilhanos podem se orgulhar de ter o maior centro histórico do velho continente. E, sem dúvida, um dos mais bonitos do mundo.

Tentei fazer, por meio de fotos, um passeio pela parte histórica de Sevilha. O trajeto começa no Rio Guadalquivir, segue pela Avenida de la Constituición e acaba na Calle Martín Villa. Nesse roteiro, que pode ser feito em poucos minutos ou muitas horas, estão alguns dos monumentos mais importantes da cidade - e algumas das ruelas mais charmosas também.


Na beira do Guadalquivir, antes mesmo de chegar ao centro, está a Torre del Oro. O edifício foi construído em 1221 para servir como espaço de vigilância dos Almóadas, que podiam enxergar tudo o que acontecia no rio. Hoje, ela se transformou em um museu naval aberto a visitação. Se ela parece bonita pela manhã, acredite, fica ainda mais encantadora a noite, quando ganha o brilho dourado que lhe dá fama. O motivo: a mistura de cal, argamassa e palha com o qual foi construída.


Os centros históricos de quase todos os lugares remetem a monumentos antigos, em tons bege e cinza. Mas na Espanha as pessoas têm a incrível capacidade de adicionar cores fortes e fazer com que a história pareça mais viva. Senti algo parecido no sul da França, bem mais colorido e simpático que as cidades do centro ou do norte, e eu já me fiei à teoria de que o clima é fator constituinte da personalidade de uma cidade e seus cidadãos.

Essa característica se faz sentir logo no início do centro histórico, de onde se avista o Palácio de San Telmo, edifício que abriga a presidência da Junta de Anadaluzia. Além de estar muito bem conservado e de ser feito em estilo barroco, o que mais chama atenção é a sua fachada em tons de amarelo e vermelho.


O passeio segue pela Avenida de la Constituición, uma das vias mais importantes da cidade. A circulação de automóveis não é permitida e único meio de transporte que passa por ali é o metrô. Isso sem falar nas carruagens, bicicletas ou patins que desfilam pelas ruas (acessibilidade é vida).

O mais bonito da avenida são os prédios, cada um de uma cor diferente e todos com varandas de ferro e detalhes nas portas e janelas. As paredes dos edifícios são todas juntas, motivo de alegria para visitantes e turistas que podem aproveitar a sombra e se proteger do sol forte. Embaixo, lojinhas, lanchonetes e restaurantes. Na calçada, sombrinhas, mesas e cadeiras para quem quiser parar e tomar um granizado antes de continuar o passeio.


A parte monumental não demora muito para aparecer. Alguns metros a mais e já aparecem os muros da Catedral de Santa Maria da Sede de Sevilha, a maior catedral gótica do mundo. Ela começou a ser construída em 1404 em cima do terreno onde estava a antiga Mesquita de Alfama, adorada pelos muçulmanos. 


O objeto de desejo de todo o turista que conhece a Catedral se chama Giralda, a torre de 101 metros que fica ao lado igreja é o ponto mais alto de Sevilha e, por muitos anos, foi a construção mais alta da Europa. A torre começou a ser feita em 1185 e foi inspirada no miranete da mesquista de Kutubia, em Marrakech (Marrocos).


A uma rua dali estão os muros que dão passagem ao Real Alcázar, um conjunto de edifícios palacianos de inspiração árabe que... valem um post a parte.
Quando termina a avenida o melhor que se tem a fazer é continuar reto em uma das ruelas apertadas do centro. Aí está o centro comercial mais agitado da cidade, com grandes lojas e algumas mini boutiques que são verdadeiros achados.


Mas a parte mais legal são as ruelas cheias de guarda-sóis das tabernas e bistrôs. Eu poderia dizer que nos primeiros dias achei bizarro ver pessoas tomando café da manhã às 11 horas. Pois bem, a verdade é que eu continuo achando bizarro. Se o café da manhã é as 11, quer dizer que o almoço é as 15 e o jantar é as 22. E é exatamente assim. De toda forma, tudo que é estranho tem um quê de original e talvez seja por isso que eu goste tanto de passar por essas ruas e encontrar tanta gente sentada, comendo suas torradas com presunto ibérico sem pressa, como se qualquer dia fosse fim de semana.


As fotos a seguir são imagens dar ruas do centro histórico que não necessariamente estão no trajeto principal. Eu admito - com prazer, inclusive - que já me perdi várias vezes. Só por causa disso consegui alguns desses flashes.

(Um outro ângulo do edifício La Adriática, que mistura temas árabes com arquitetura regionalista e é, sem medo de errar, um dos prédio mais belos de toda a cidade)
(Leques de todas as cores - e preços)
(A carruagem...)
(... e o motorista. A espera do próximo cliente)
(Calle San Fernando, na frente da reitoria da Universidade de Sevilha. Restaurantes de fora a fora)
(Cúpula do lindo Teatro Lope de Vega)

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