quarta-feira, 11 de julho de 2012

Jornada em busca de diversão

Depois de um divórcio de cortar o coração, Bob Sullivan decide jogar tudo para o alto e passar um ano fora do país até encontrar novamente a felicidade. E a sua, ele tinha certeza que podia recuperar fazendo as três coisas que o homem mais parece apreciar: bebendo até se esquecer do próprio nome, jogando sem se importar muito com o dinheiro, e transando com as mulheres que quisesse sem amarras sociais do matrimônio. Assim, ele decide passar quatro meses na Irlanda, quatro em Las Vegas e outros quatro na Tailândia. Essa história parece similar?

(Foto tirada desse link)

Para quem tem certeza já ter lido algo a respeito antes, não se preocupe: você tem razão. Em 2008, a estadunidense Elizabeth Gilbert lançou o Comer, Reza, Amar, livro que vendeu mais de 4 milhões de cópia em todo o mundo e ainda desembocou em um filme de mesmo nome. Nele, a autora conta o que aconteceu no seu divórcio e todos os detalhes que a fizeram decidir viajar pela Itália, Índia e Indonésia, em um ano sabático de prazer e auto-conhecimento.

Mas se o protagonista da história fosse um homem, para onde ele gostaria de ir? O que ele faria para recuperar a felicidade? Foi assim que surgiu a sátira Beber, Jogar, F@#er. O autor, Andrew Gottlieb, não fez a viagem para contar como tudo se passou, mas com uma imaginação fértil e a ajuda de todos os clichês masculinos possíveis, ele construir uma história que daria inveja a muitos marmanjos.

E atenção: quando digo que o livro é uma sátira é uma sátira mesmo. É preciso ter bom humor para rir dos clichês masculinos, das verdades inconvenientes e até dos momentos em que ele tira sarro descaradamente a narrativa de Liz Gilbert. E ele faz isso logo no capítulo 1, ao repetir a frase "Eu queria que Giovanni me beijasse", mas trocando o masculino Giovanni por Giovanna. Com a diferença, claro, que Liz Gilbert está comendo uma pizza na Itália e o protagonista Bob está em pub irlandês, completamente bêbado.

A partir daí, o autor faz diversas referências ao livro. Por vezes, dá a entender que ele é o próprio marido de Liz Gilbert, que inclusive tem pesadelos com o mais recente namorada da ex-esposa (Em Comer, Rezar, Amar, ela encontra um homem bem mais novo logo depois do divórcio). O momento mais hilário está na página 152, quando Bob vê um guru espiritual tendo aulas de ginástica em uma academia de Las Vegas: "Não sei o que surpreendeu mais, que Deepak Chopra tem um personal, que agora eu conhecia o personal de Deepak Chopra ou que Deepak Chopra estava agora em Las Vegas. Eu imaginava que ele estaria em algum lugar espiritual e elegante, como a Itália, ou a Índia ou, sei lá, Bali, talvez."

Eu, que não sou uma devoradora de livros, o li em algumas horas. As histórias são divertidas e a linguagem bem fácil. Chega a ser interessante algumas frases do livro que mostram claramente a forma de pensar masculina. Em alguns momentos, porém, o livro é bem fraco. A parte da Irlanda é, sem dúvida alguma, a mais divertida e a que tem as melhores histórias. Em Las Vegas, algumas histórias parecem forçadas demais e para que aquilo aconteça com uma pessoa real é preciso muita sorte. Mas ok, ele não está mesmo ligado à realidade.

Quando ele começa a descrever suas aventuras na Tailândia, porém, é decepcionante. Quem espera histórias picantes pode esquecer. Depois de passar alguns dias em um relacionamento se, compromisso com uma jovem indiana, ele larga toda e qualquer oportunidade sexual que sua estadia pudesse lhe oferecer para se entregar a uma mulher que ele conhecera na Irlanda. O livro termina no melhor estilo bobo-apaixonado que se pode imaginar. Apesar das piadinhas que permeiam a narrativa, é um final bem mulherzinha para um livro que tinha uma pegada mais masculina.

Ainda assim, eu recomende o livro, principalmente para aqueles que querem algo leve, divertido e que já se perguntaram o que aconteceria com um homem que estivesse tentando juntar seu coração fazendo as escolhas mais inusitadas do mundo. Pode dar certo.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Onde comer em Foz do Iguaçu

A viagem para Foz do Iguaçu incluiu uma das paisagens mais bonitas do Brasil, passeios fantásticos, o encontro com pessoas incríveis e muita, mas muita comida. Acho que como mais da metade da população mundial (sou capaz de chutar que somos 90%) como além da medida quando a situação pede. Não chego a me arrepender nem a me martirizar, mas exagero. E isso aconteceu todos os dias em Foz. Culpa da minha falta de freio? Talvez. Mas eu prefiro dizer que foi culpa da comida mesmo, sempre deliciosa.

A comilança começava logo no café da manhã (ah... cafés da manhã). O Hotel Bella Itália tem um café com mais de 120 opções de comida. Frutas, iogurtes, pães, pratos quentes, bolos e, para completar uma mesa só com quitutes de festa junina que incluía pé-de-moleque, bolo de amendoim e pinhão.

(COMO não exagerar?)

Mas na verdade, nada era páreo para o waffle com calda de chocolate. Essas coisas se espalham. No primeiro dia, poucos sabiam que ele existia, mas no final já era item obrigatório no prato de todo mundo.


O Hotel Bella Itália não tem só um café da manhã delicioso como também promove uma noite italiana todos os sábados. O esquema é simples: há uma mesa de comidinhas da qual você pode se servir a vontade e, enquanto isso, os garçons passam com diversos tipos de massas diferentes, como em um grande rodízio. Mas a estrela da noite é a mesa de queijos que fica logo na entrada. Essa é a maior mesa de queijos do Brasil, com dezenas de tipos e marcas nacionais e internacionais...!

(A gulodice é amarela. Foto de Monique Ribeiro - Diário Radical)

E por falar em jantar, a nossa sexta-feira foi regada a bife de chorizo autenticamente argentino e Moet Chandon no delicioso El Quincho del Tio Querido. A única dificuldade foi chegar lá, pois ficamos um tempo parados na fronteira entre Brasil e Argentina. O restaurante fica em uma casa de madeira e tem mesas do lado de fora e do lado de dentro. A vantagem de ficar lá dentro é poder ouvir os shows de músicas tradicionais, como boleros e tangos.

(Pedro Serra e Flávia Peixoto na porta do delicioso - e divertido -  El Quincho del Tio Querido)

A comida era incrível e vinha sempre em grandes quantidades. Primeiro foi servido pão com chimichurry, depois salada, depois batata frita e outras porções e para completar, um suculento pedaço de bife de chorizo. Ficamos conversando a noite inteira e no final eles serviram a sobremesa: sorvete de baunilha e doce de leite dentro de uma casquinha crocante de chocolate, com calda por cima.

(Um desejo na vida: chimichurry como molho especial)

A carna também foi o item principal no dia em que fomos almoçar na Churrascaria Bufalo Branco. Junto ao grupo tinham cinco estrangeiros que ficaram bastante entusiasmados com o rodízio de carne brasileiro, algo pouco usual lá fora. Não sei se algum deles já tinha visto algo parecido, mas além de comerem bastante tiraram foto com o chef e com os enormes pedações de picanha assados na hora.


Não sou uma pessoa carnívora então peguei um peito de frango ali, uma alcatra aqui, e me esbaldei no bufet de comidas sortidas; E claro, nos doces. 


Para completar o festival de calorias acumuladas (com muito prazer, obrigada), tenho que citar o Porto Canoas. Visitamos o restaurante em duas oportunidades diferentes. A primeira em uma noite especial que juntou todos os participantes do Festival de Turismo das Cataratas do Iguaçu. Nesse dia a gente ainda não tinha visitados as famosas cachoeiras de Foz e fiquei curiosos por saber a localização exata do restaurante. Era a noite e não conseguia ver muita coisa, mas sabia que o rio Paraná passava embaixo do local e escutava o barulho das águas.


A outra visita ao Porto Canoas aconteceu logo depois do passeio pelos Cataratas. Fomos almoçar no restaurante que, além self-service completo com muitas opções de salada, pratos quentes e doces, tem uma vista espetacular das quedas d'água: a poucos metros dali estava a Garganta do Diabo.

(Com uma vista dessa fica difícil ir embora)

Um agradecimento especial à equipe da Loumar Turismo, que organizou os passeios e as comilanças!

terça-feira, 3 de julho de 2012

Outros passeios em Foz do Iguaçu

Foz do Iguaçu é o segundo destino que mais recebe turistas no país. O motivo principal é um só: ver as CataratasMilhares de pessoas atravessam estados, países ou mesmo oceanos para ver as 275 cachoeiras que compõem a paisagem. O cenário é mesmo espetacular! Mas se com no máximo dois dias dá para ver as Cataratas de quase todos os ângulos possíveis... o que mais dá pra fazer na cidade? Abaixo, alguns dos passeios que fiz e recomendo.

Parque das Aves

Quando falaram em Parque das Aves pensei que ia fazer uma visita ao zoológico da cidade. No caso, um zoológico só de pássaros. Felizmente, eu estava errada.

(Blogueiros ouvindo as instruções da Kárin, na entrada do Parque das Aves)

São quilômetros de área verde preservada ou reflorestada. Tudo feito pelas mãos do casal Dennis e Anna Croukamp. Eles não tiveram ajuda do governo e não fizeram o parque como uma compensação ambiental a algum empreendimento. Ao que tudo indica, era somente um casal rico, apaixonado por pássaros, que encontrou  em Foz do Iguaçu o local perfeito para o sonho de "criar um parque temático dedicado à conservação dos animais".

(Flamingos são animais que vivem em bandos com outros milhares de animais da mesma espécia. O espelho é uma forma de fazer com que eles se sintam seguros por estarem rodeados de "coleguinhas)

O início do passeio acontece entre grandes gaiolas de aves. Algumas delas guardam espécies em extinção que estão ali exatamente com o intuito de se reproduzir. O pessoal do parque também realiza diversos estudos com os animais para entender um pouco mais dos seus hábitos e poder ajudar no desenvolvimento da espécie.
Até então, tudo certo. O Parque era enorme e parecia cumprir a sua função de refúgio daquelas espécias. Isso sem contar nos pássaros coloridos que faziam aquele espaço ser realmente especial. Mas poucos minutos depois a gente deixou de ver tudo do lado de fora e passou a entrar nas gaiolas. Os pássaros voavam por cima de nós e pousavam do nosso lado. É possível ficar a poucos centímetros de distância de um canário, arara, papagaio ou mesmo um tucano. Por vezes, é possível tocar em um deles.

(As lindas cores desses tucanos não foram captadas com zoom!)
(Esse tucaninho colorido fazia dengo igual animal de estimação...) 

O viveiro mais legal era o das Araras, o último do passeio. É um espaço realmente enorme com dezenas delas voando para todos os lados. Elas estão paradas e em questão de segundo abrem as asas e passam por cima das cabeças de todos. Algumas chegam tão perto que, no susto, todo mundo se abaixa! É incrível. Vi muitas crianças e adultos maravilhados com as aves ali dentro e acho que o Parque faz a sua parte no desejo (um dia, coletivo) de restaurar ou pelo menos preservar a flora brasileira.

(Algumas das araras no viveiro mais esperado do passeio)

Itaipu Binacional

Aquele tanto de água que eu vi descer o curso do rio não serve só para encher os olhos dos turistas, mas para gerar energia a milhões de pessoas.

Tudo graças a Usina Hidrelétrica de Itaipu, inaugurada em 1982. A história começou ainda em 1973 quando Brasil e Paraguai assinaram um acordo que tinha como objetivo o uso do rio Paraná para fins energéticos de forma igualitária entre os dois países. A partir de então, os governos de ambos os países trabalharam juntos não só para encontrar o melhor local para a edificação da usina mas também em todos os processos, desde a construção da barragem até o aproveitamento financeiro.

(Vista das comportas)

Itaipu gera 14 mil megawats por hora, o suficiente para iluminar 50 milhões de casas. É difícil imaginar como essa estrutura gera tanta energia. Um dos únicos momentos em que visitantes como nós conseguem realmente sentir a força das águas é quando os vertedouros estão abertos. Não é uma cena muito comum pois a usina atende as necessidades de geração de energia e não as necessidades fotográficas dos turistas. Em 90% do ano o vertedouro fica fechado pois o nível de água dentro da barragem normalmente é estável. Quando esse nível ultrapassa o limite crítico (por excesso de chuva ou outro motivo extraordinário) os vertedouros se abrem. Isso acontece cerca de 40 dias por ano. E aquele era um deles.

(O dia estava chuvoso e estava ficando quase tão molhada quanto no dia do passeio pelas Cataratas. Mas ver o vertedouros abertos valeu a pena)

É um cena incrível. A gente sabia que tinha dado sorte. Afinal, é raro o volume de água ultrapassar os limites de uma barragem com 196 metros de altura (o tamanho de um prédio de 65 andares) e 2,5 km de extensão. Ela tem capacidade de armazenamento de 63 milhões de litros d'água...
(A faixa que marca a fronteira entre Brasil e Paraguai e, embaixo, um pouco do que é possível enxergar para quem está na barragem)

Depois de toucas "de cozinha" e capacetes a postos, itens obrigatórios para trabalhadores e visitantes, entramos em Itaipu. É possível visitar quase todos os espaços internos. Há duas coisas que mais me chamaram atenção. Uma delas é o painel de fotos em uma sala que mostra imagens aéreas em diversos momentos da construção da Usina. Não é preciso fotos para quem tem a curiosidade de olhar para cima e para baixo em diversos momentos e ver como o local é assustadoramente gigante.

Outra parte legal é a sala de controle. Ok, ela parece uma nave espacial e isso já é intrigante por si só. Mas o melhor é a forma como trabalham. A sala está na fronteira entre Paraguai e Brasil. Metade perfeita está em um país e metade em outro. 11 técnicos trabalham ali sendo 5 brasileiros e 5 paraguaios. O décimo primeiro é o técnico geral e na verdade são dois: eles cumprem turnos de 6 horas cada. Porque dois? Um é paraguaio e outro brasileiro, claro. A sala não só comanda as operações de toda a usina como também dá o exemplo para todos os funcionários mostrando que aquele território é realmente binacional. É ali que vemos que o tratado assinado em 1973 é sempre atual.

(A cada dois tubos desse passa uma Catarata inteira... Dá para encostar no tubo e sentir a força da água passando. Abaixo, a sala de controle)

Um agradecimento especial à equipe da Loumar Turismo, que organizou os passeios e nos acompanhou em todas as aventuras!

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Embaixo das cachoeiras

As Cataratas do Iguaçu estão entre as paisagens mais impressionantes que já vi na vida. É um daqueles passeios que não se explica e que mais vale a pena insistir para o seu amigo ir do que tentar fazê-lo entender. Após um passeio incrível pelo Parque Nacional, de um sem número de fotos de arco-íris e de um banho de água fria não intencional, a gente resolveu ver as Cataratas por outro ângulo. Mais especificamente, pelo ângulo de quem está dentro dela.
(O nosso carrinho e os blogueiros, ainda secos)

O passeio na embarcação do Macuco Safari começa com um trajeto por entre as matas que preservam o local. Trinta minutos depois os monitores já avisam: hora de trocar de roupa ou de se preparar para o banho. Eu me encaixava mais na segunda opção. Deixei meus pertences no banco e coloquei o colete salva-vidas.

Eu me diverti a beça, mas sei que esse não é um passeio recomendado pra todo mundo. O motorista do bote inflável veleja rápido e o barco dá grande pulos devido as a força das águas. Tem hora que ele faz curvas que nos faz pensar que vamos todos virar e ser levados pela correnteza. A hora mais tensa, claro, é quando ele acelera em direção às cascatas. Nessa hora a gente fica com medo que alguém caia, medo que o barco perca a direção, medo que ele perca o freio. Tem muita gente que não gosta... Eu tremi... mas depois que vi que não tinha volta, resolvi não pensar em nada disso e aproveitar o passeio (se não fosse mais voltar, pelo menos não teria sofrido por antecipação).

Dizem que as pessoas que ficam mais perto da morte, se sentem ainda mais vivas. Se o medo não te consumir e você souber aproveitar o passeio, vai se sentir vivo cada minuto. O vídeo abaixo foi feito pelo Alex do The Minute Tour e fala por si só.



Um agradecimento especial à equipe da Loumar Turismo, que organizou os passeios e nos acompanhou em todas as aventuras!

terça-feira, 26 de junho de 2012

A força das Cataratas do Iguaçu

Quando a gente é criança, tudo nos faz ficar de boca aberta. Um escorregador gigante, uma bola de neve, a sensação de colocar os pés no mar. Com o tempo vai ficando cada vez mais difícil ver algo que nos deixe verdadeiramente atônitos. Não posso dizer o mesmo de mim porque sou meio besta (mesmo) e acho graça em muita coisa banal. Céus cheios de nuvens, estradas verdes e sinuosas, pessoas felizes cantando em voz alta... são coisas que me fazem ganhar o dia. Mas poucas vezes me senti tão extasiada quanto o dia em que visitei as Cataratas do Iguaçu.

(As cores dos arco-iris se misturavam aos litros e litros d'água e ao barulho das cascatas)

Para entender o que são as Cataratas, imagine uma cachoeira comum. Agora multiplique o número de quedas por cem e a força das águas por cinquenta e você vai estar perto do que acontece ali. Para ser mais exata, as Cataratas são compostas por 275 quedas que, juntas, geram um fluxo de 1,5 milhões de litros de água por segundo. Os números me ajudaram um pouco a entender o tamanho, mas eles seriam só números se eu não tivesse ido lá. É preciso sentir.


Caminho das águas

As Cataratas estão dentro do Parque Nacional do Iguaçu, uma unidade de conservação que preserva a Mata Atlântica que ainda resta no local, um dos mais importantes (e limpos) afluentes do Rio Iguaçu e as lindas cachoeiras que enchem os olhos dos turistas.

(A água é mesmo o símbolo do local e está presente em tudo, da entrada do parque aos souvenirs das lojinhas de conveniência)

Me disseram que para chegar até a Garganta do Diabo, a maior queda das Cataratas, era preciso andar um bocado por dentro do parque. Imaginei que demoraria um pouco para ver a primeira cascata, apesar de o barulho das águas parecer cair tão perto da gente. Mas logo na primeira descida encontrei um conjunto de cachoeiras maior do que qualquer outra que já tinha visto. E olha que aquilo era apenas o início do passeio.


O caminho sinuoso, recortado entre as árvores, era cheio de espaços abertos e pequenos mirantes. Afinal tem queda d'água para todos os lados. Algumas são pequenas. Outras são tão grandes que ao bater no rio acabam subindo de novo e formando pequenas nuvens em forma de vapor.


Ao longo do caminho, placas indicam aos turistas para não ficarem preocupados se sentirem gotas caindo do céu. Não é chuva, mas uma leve garoa que chega até a mata devido a força das águas. Outro fenômeno comum - que nenhuma placa avisa - é a formação de arco-íris. Enorme, eles pareciam começar nas matas e terminar no meio do rio.

(Parada em um dos mirantes para apreciar o que a água e o sol sabem fazer de melhor)

Do lado brasileiro

A rivalidade entre Brasil e Argentina não acontece só no campo de futebol. Parte das Cataratas está na nossa terrinha, e parte na terra dos hermanos. A maior parte das pessoas diz que do lado de lá é mais bonito. Isso eu não sei. Mas posso garantir que a caminhada pelo lado brasileiro vale muito a pena.

O caminho termina em uma passarela que conduz o visitante até o meio do rio, em frente à Garganta do Diabo. Atenção: se você quiser aproveitar o visual de verdade, vai se molhar por inteiro, isso eu te garanto. A capa de chuva ajuda bastante e usar roupas impermeáveis também é uma excelente opção. Mas se você quer sair seco... só levando outra roupa para trocar depois.


Se quando eu cheguei na passarela já tinha os cabelos molhados, no meio dela eu estava completamente encharcada. Mas eu não tava nem aí...! Não ia fazer o passeio com pressa por medo de me molhar. Fui, voltei, fui de novo, tirei um monte de fotos, parei tudo para olhar a paisagem, perdi o rumo... É um caminho estonteante! O barulho é intenso e dá pra sentir a força das águas. Em alguns momentos eu vi arco-iris ao meu redor. Não há nada que pague uma experiência como essa...

 (Não é a melhor foto do mundo, mas ilustra um pouco a situação: dá para ver que a minha calça estava toda molhada. Não aparece muito, mas a blusa, o cabelo e a pele também. Mas quem se importa?)

Depois de um passeio desses é fácil entender porque as Cataratas do Iguaçu foram eleitas como uma das Sete Maravilhas Naturais do Mundo. Nada é capaz de transmitir a sensação de estar no meio desse lugar. Nenhum texto, nenhuma foto. Aliás, esse é um dos lugares que nos fazem lembrar porque a gente viaja ao invés de ficar no sofá trocando os canais do controle remoto. O vídeo abaixo é uma tentativa modesta de faze uma panorâmica das cachoeiras, ainda no primeiro mirante do trajeto.


Ao final do passeio, fomos almoçar no restaurante Porto Canoas. Apesar da comida estar deliciosa, me servi rápido, comi pouco e fui para o terraço me secar no sol. Estava morrendo de frio, mas realizada!


Um agradecimento especial à equipe da Loumar Turismo, que organizou os passeios e nos acompanhou em todas as aventuras!

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Influência dos blogs de viagem

95,9% dos brasileiro que usam internet acessam blogs, o que faz o Brasil ser o país com maior acesso a blogs em todo o mundo. Desse enorme universo de internautas, 10% deles buscam conteúdos relacionados a viagem. Esses são dados de uma pesquisa lançada pela Boo-Box, a primeira empresa brasileira de tecnologia para publicidade e mídias sociais, em junho desse ano. Esses e outros dados mostram claramente como os blogs de viagem vem crescendo na internet.

(Parte da pesquisa da Boo-Box. Para ler todo o conteúdo é só clicar aqui)

Fui conhecer esses e outros dados durante o 1º Encontro Internacional de Blogueiros de Turismo (Eibtur) que aconteceu em Foz do Iguaçu entre os dias 13 e 15 de junho. O evento tinha como objetivo principal reunir blogueiros nacionais e internacionais para discutir os rumos dos blogs de viagem.
.
É fácil perceber que a internet está influenciando o mundo do turismo. Todos nós já pesquisamos o preço de uma passagem de avião, fizemos reserva de hotel a partir de um site de busca ou procuramos informações de passeios sobre uma cidade. Se alguém ainda não o fez, com certeza conhece alguém que já experimentou. Mas o impressionante foi ver como os internautas recorrem a blogs para buscar opiniões e dicas de viagem.
.
(Pint screen da página do TripAdvisor, uma das maiores redes de viajantes do mundo. As resenhas e opiniões geradas no site são responsáveis pela decisão das pessoas em todo o mundo)

Mas porque a consulta a blogs e redes de viajantes é cada vez maior? Simples. As pessoas que estão por trás dessas mídias são... pessoas. Elas são reais, feitas de carne, osso, foto e perfil. Não são como sites que defendem uma marca. Também não são agências de turismo que querem vender um destino para obter uma parcela de lucro. 
A maior parte dos blogueiros começou por paixão, pelo simples desejo de compartilhar suas experiências. Mesmo quem vive disso (sim, há pessoas que vivem disso) tem autonomia para dar sua opinião e contar o que viu e o que não viu, o que comeu e o que não comeu, o que gostou e o que não gostou. E em um mundo tão impessoal, os internautas estão buscando pessoas reais. E essas pessoas reais, meu caro Watson, somos nós.
.
Todos temos o poder de influenciar os outros. Fazemos isso o tempo todo, com amigos e familiares. Mas a minha verdadeira preocupação é que, na internet, esse poder é multiplicado. Como? Outra pesquisa mostra que mais de 50% dos internautas afirmam que uma resenha gerada por um viajante já influenciou a sua decisão de compra. Pensar que algo que eu escrevo pode ser responsável pela decisão de uma pessoa é importante para entender minha responsabilidade. Responsabilidade com o conteúdo, com os comentários, com as imagens e, principalmente, com as opiniões.
.
(Blogueiros (reais) reunidos no 1º Eibtur com as Cataratas ao fundo. Foto: Pedro Serra - Blog Sem Destino)

Blog de viagem é um veículo de comunicação que não precisa de relevância jornalística. Os textos não precisam de gancho, entrevistados, aspas ou dados. Podem fazer isso tudo, claro, mas não se resumem a isso. Blogs de viagem precisam mesmo é de contar uma experiência. Blogueiros de viagem podem dar a sua opinião, podem usar adjetivos para falar bem, para falar mal... mas têm de reler o texto mil vezes antes de postar. Blogueiro de viagem tem de deixar claro se o post é pago ou não e se viajaram para o lugar ou se estão falando pela voz de outra pessoa. Os blogs são um campo em construção e os blogueiros podem inventar, testar, apostar em novas tendências... só não podem deixar de ser sinceros e éticos.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Blogueiros de viagem reunidos em Foz do Iguaçu

Duas das Sete Novas Maravilhas da Natureza são nossas. E é para uma delas que embarco amanhã. Sempre foi um sonho conhecer as Cataratas de Foz do Iguaçu. Imagine 275 quedas d'água caindo em um mesmo lugar. Deve ser uma imagem impressionante... É uma daquelas paisagens que todo mundo deveria ver, ao lado das praias de Fernando de Noronha, do Grand Canyon e das geleiras da Antártica. Eu ainda não vi nenhuma delas. Por enquanto.

 (Essa foto ainda não é minha. Ainda. Foto tirada desse link)

O objetivo da viagem, mais do que turístico, é profissional: entre os dias 13 e 15 de junho acontece o 1º Encontro Internacional de Blogueiros de Viagem, o Eibtur. O evento vai contar com palestras interessantes sobre o mundo do turismo e as novas formas de comunicação. A ideia é refletir o papel dos blogs em um mercado que movimenta aproximadamente 10% do PIB nacional. O Eibtur vai servir também como espaço de encontro para profissionais do mundo todo trocarem experiências. Uma ótima oportunidade para conhecer os blogueiros que eu sempre converso, mas nunca vi (mundo estranho esse, não?).

Meu avião parte às 7h da manhã. Isso significa que, muito provavelmente, vou chegar ao evento destruída pois o único horário que terei para arrumar as malas é de madrugada, antes das 4h da manhã, horário em que minha irmã me propôs a levar ao aeroporto. Mas tudo bem. A viagem sempre vale a pena!