domingo, 25 de outubro de 2009

Rio de Janeiro e dois eventos que são recordes mundiais

O Rio de Janeiro é a segunda capital do Brasil que recebe mais eventos, festivais, exposições, cursos e shows. Só perde para São Paulo. Ainda assim, há dois eventos que merecem destaque pois, além de famosos, eles não só fazem parte da cultura como são responsáveis por parte da nossa identidade nacional.
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"Hoje a festa é na avenida..."

O mais famoso deles é (adivinhem?) o Carnaval. A comemoração não é exclusividade do Brasil: a data vem do calendário cristão e foi estabelecida ainda na Idade Média. Durante um período de 40 dias os cristão ficavam sem comer carne em mémoria aos 40 dias que Jesus ficou no deserto depois de sua ressureição, a quaresma. Para compensar essas privações, as pessoas realizavam festas antes dessa data.
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(Desfile da escola de samba Unidos da Tijuca em 2009. O nome do enredo era "Uma odisséia no espaço". Foto tirada desse link)

O Carnaval como o conhecemos hoje, com máscaras, fantasias e desfiles, surgiu na Inglaterra do século XIX. Cada cidade criou sua própria festa e, hoje, o carnaval carioca é o mais famoso do mundo. O sucesso se deve, em grande parte, aos desfiles de escolas de samba do Rio de Janeiro, que começou com a mistura de diversos grupos sociais que se encontravam nas ruas para curtir a data. As fantasias da população, a sonoridade dos grupos populares e a ostentação da burguesia se misturaram.

Os grupos que se formavam no alto dos morros cariocas foram ganhando destaque. Nos anos 1920 esses grupos passaram a se chamar "escolas de samba". À época, o governo via necessidade de criar uma identidade nacional e incentivou as escolas a tocar no asfalto, longe dos guetos e acessíveis à toda população. No fundo, eles eram tratados mais como atração folclórica. No entanto, na década de 1950 a classe média se uniu aos desfiles. Juntos, eles inventaram a maior festa nacional.

Hoje, os desfiles acontecem no Sambódromo durante dois dias. Dezenas de carros alegóricos e milhares de pessoas fantasiadas passam pelo local. Há quem prefira ver sentado e reparar na beleza do trabalho dos artesãos, que começam a confeccionar as roupas cerca de um ano antes do evento. E há quem se contagie e passe as mais de 7 horas de desfile sambando. São 12 escolas de samba que se apresentam não só para a grande plateia, mas para vários juízes que julgam elementos como samba enredo, bateria e alegorias. Dois dias depois do desfile há uma cerimônia aonde os votos são computados e anuniam os ganhadores. Para os integrantes, cada ponto é suado. A relação dessas pessoas com sua escola só pode ser comparada à relação de torcedores com seus times de futebol.













(À direita, a ala das baianas. É a mais tradicional do carnaval e toda escola tem que ter a sua. Quem desfila nessa ala são senhoras mais velhas com roupas que remetem às baianas dos antigos grupos de samba. Durante os desfiles, elas rodam de um lado para o outro dando movimentos às suas saias. À esquerda uma ala da Unidos do Peruche, escola de samba paulista. São Paulo também promove desfiles aos moldes cariocias. Apesar de ainda não tão famosos quanto os do Rio, cada ano recebe mais visitantes. Fotos tiradas desse e desse link)

25 mil quilos de luz

Esse é o peso médio do número de fogos de artifício que são "estourados" na virada do ano no Rio de Janeiro, na praia de Copacabana. Isso sem contar as cascatas de luz do vários hóteis e os fogos autônomos que são vistos por todos os cantos. No total, são quase 20 minutos de desenhos no céu.

(Foto tirada desse link)
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O reveillon do Rio é tido como o maior do mundo pelo número de pessoas que leva à praia: mais de 2 milhões por ano. Depois e antes do estouro, um palco enorme montado na praia recebe vários artistas. Na virada de 2008 para 2009, por exemplo, o público pode ver o grupo de pagode Revelação, a cantora de samba Mart'nália e as baterias das escolas Beija-Flor e Grande Rio. A festa só acaba às 3h00 da manhã... e alguns acabam dormindo na praia, literalmente.

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