sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Vou de táxi

Estávamos dentro de um pequeno Twingo dirigindo por uma cidade caótica, entre ruas desconexas e pilhas de lixo a cada esquina. Três mulheres em um carro já não é coisa boa. Apesar da Rafa ser a responsável pelas questões geográficas, apesar de termos a portuguesa do GPS... ainda assim nos perdíamos. Em Marseille, à procura de um lugar legal para vermos ou até de um bar/boate bacana pra sentarmos e conversarmos, um carro fechou o nosso.

(Um taxista boa pinta. Foto tirada desse link)

Antes fosse um turista como nós, ou até uma outra mulher (sou machista no trânsito), mas era um táxi. Um profissional. A Rafa olhou para ele com fogo nos olhos. Mas a Fafá olhou com todo o charme do mundo. E eles ficaram se olhando... E quando o sinal abriu e a Rafa arrancou, eles continuaram se olhando. O táxi começou a nos seguir. Eu não estava acreditando naquilo.

Quando a gente parou em outro sinal ele parou do nosso lado. Até que ele era bonitinho! A Fafá deu o número do celular dela. Ele ligou. Perguntou se a gente era turista, de onde tinha vindo e se tínhamos alguma coisa pra fazer. Marcamos que ele iria nos ligar daqui a 40 minutos e a gente ia se encontrar em algum ponto da cidade, segui-lo e, enfim, sair para algum canto.

(Foto tirada desse link)

Paramos o carro e sem dizer nada olhamos uma para a outra. Começamos a rir sem parar. Foi aquele fuzuê típico que só boas amigas entendem, quando todas começam a falar ao mesmo tempo tentando entender COMO aquilo foi acontecer com a gente e imaginando as situações mais estúpidas do mundo. No fundo foi sorte. Talvez fosse impossível para nós escolher um lugar legal no meio daquela cidade imensa. Agora, um habitante de Marseille ia levar a gente pra sair.

Quando nos encontramos ele tinha chamado um amigo também. Perguntou o que a gente queria fazer e o mais apropriado pareceu ir em um bar para conversar. "Vocês conhecem narguilé?" É uma espécie de cachimbo gigante com um cabo comprido onde a gente puxa a a fumaça. A gente conhecia apesar de nunca ter experimentado. O lugar que ele nos levou era um bar aonde as pessoas ficam sentadas, conversando, bebendo, comendo e fumando narguilé.

(A prestigiada fumaça do oriente. Foto tirada desse link)

O local era agradável. Música baixa e pessoas que conversavam tranquilamente. Nem a fumaça incomodava porque o narguilé tem cheiro e sabor. Pode ser de morango, maça-verde, baunilha... o nosso era de framboesa. Fiquei observando as pessoas puxarem o fumo. Nunca fumei e não sabia fazer aquilo, mas decidi que ia experimentar também. Se fosse pra fazer isso alguma vez, não seria em cigarro, que tem um cheiro ruim. Quando chegou a minha vez todo mundo ficou me olhando. Principalmente as meninas com aquela cara "não é possível que vou ver a ju fumar". A Fafá teve desejos de filmar a cena.

É estranho ter fumaça descendo pela sua garganta, mas até que eu curti. O gosto era bom. O melhor é quando você joga a fumaça pra fora. O taxista fez bolinhas no ar e tentou me ensinar. Eu, como esquecendo que nunca tinha fumado na vida, fiquei tentando fazer igual.

(Foto tirada desse link)

Depois saímos para comer. A única exigência que fizemos foi: um lugar barato. A ênfase foi tanta que paramos em uma lanchonete de beira de estrada à altura do nosso pedido. O prato do dia era croque-monsieur requentado. Eu pedi pra requentar o meu. A Rafa também. A Fafá foi mais esperta e pediu uma baguete com recheio de frango que foi feita na hora. Mas todas comemos com água na boca. Comida quente naqueles dias era um luxo que a gente não estava dispensando.

A essa altura do campeonato a Fafá já tinha se dado bem há muito tempo. Hora da despedida. Uma hora da manhã voltamos para o hostel. Dente escovado pijama no corpo. Finalmente uma cama. Duas camas.

2 comentários:

  1. hehehe, adorei!!!

    Duas observações: nosso narguilé era de morango e você esqueceu de falar do distinto rato que apareceu na lanchonete quando a gente estava lá!

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  2. O rato enorme que apareceu lá... é mesmo! Sabia que tinha alguma coisa ainda mais nojenta que aquele croque monsieur requentado.

    Não lembrava que era de morango. Valeu Fafita!

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