sábado, 10 de julho de 2010

O Rio de Janeiro continua lindo

Comprovei na quinta-feira: o Rio de Janeiro continua lindo. Na minha humilde opinião, isso vai ser uma daquelas verdades eternas. Fui a cidade nessa semana para tirar o meu visto de estudante para ir pra França (os perrengues sobre passaportes, vistos e documentação eu conto em outro post). Ia e voltava no mesmo dia. Infelizmente. Como vocês podem comprovar pelo meu próprio blog, sou uma mineira apaixonada pelo Rio desde a primeira vez que fui lá. Pra mim, não há cidade mais bonita, se ela existe, ainda não vi.

(O Pão de Açucar refletido no mar)

Quando estava comprando a passagem, pedi para o meu pai pra dormir lá pelo menos um dia. Aí ele disse: "eu fico mais tranquilo em te deixar 6 meses na Europa do que dois dias no Rio de Janeiro". Preferi não argumentar...

Comprei a passagem duas semanas antes. Valia a pena ir de avião pelo preço. As passagens da Webjet estavam 85 ida e 85 volta, só um pouco mais caro que as passagens de ônibus. Com as taxas de embarque que foram de 65 (isso sim encareceu os custos), paguei 235 reais. O voo foi ótimo e o comandante era muito engraçado. Quando ele foi falar com os passageiros, cumprimentou a todos com um "bom dia, pessoal" e disse coisas como "no Rio está fazendo 22 graus. Um espetáculo!". Ele fez todo mundo rir.

Parar no aeroporto Santos Dumont é um show a parte. Primeiro você vê o Pão de Açucar lá no fundo. Depois o Cristo Redentor, depois o Maracanã e até a ponte Rio-Niterói. O avião vai dando voltas em cima da cidade, passa perto dos morros e desce tão rente a água que parece que ele vai afundar ao invés de aterrisar. Aí você descobre que não é mentira e que o Rio de Janeiro, aquele que a gente vê na TV, existe mesmo.

(Duas imagens tão típicas do Rio: os prédio da orla construídos um do lado do outro e os táxis amarelos)

Assim que pisei no Rio comecei a sorrir e não parei mais. Eu estava feliz, estupidamente feliz. Consigo imaginar a mim mesma sorrindo para o nada, andando de peito aberto com uma mochila nas costas num passo tranquilo, observando a paisagem e tirando as blusas de frio por causa do calor. Quem me visse na rua com aquele sorriso com certeza pensou "louca!". Mas eu não tava nem aí: eu estava no Rio.

Itinerário

Pensei que daria uma pequena volta de manhã. Mas poxa, cheguei muito cedo. O voo era 6h15 (o que significa que acordei as 3h30) e às 7h15 já estava lá. Tinha olhado no google maps onde era o consulado francês e comecei a andar pelo centro para descobrir. Quando vi uma bandeira da França sabia que aquele era o Consulado, a 3 quadras do aeroporto. Como ainda faltava muito para às 10h30, meu horário agendado, atravessei duas avenidas e percebi que estava no Aterro do Flamengo.

(Vista do Aterro do Flamengo. Onde tiver árvore é parte do parque. E olha que ele não coube inteiro na foto)

Comecei a passear. Devagar, tirando fotos, apreciando a paisagem. Olhando o tempo todo pro alto vendo, de um lado, o Pão de Açucar. Do outro, o Cristo. Ali, na avenida beira mar, centenas de pessoas caminhando, andando de bicicleta, passeando com os filhos, com o cachorro, conversando, indo pro trabalho, jogando futvolei e vôlei de praia na areia, nadando. Sei que em duas horas fui do ínício do Aterro até o final de Botafogo. 8 km de caminhada. Queria ir até Copabacana, mas no caminho vi uma ruazinha meio feia e desisti. Vai que eu me perdesse, ou o medo maior, vai que me assaltassem. Preconceitos ou não, voltei de ônibus para o aeroporto.

Cheguei ao consulado e esperei minha vez. Quando chegou, não demorei mais de 5 minutos. Sério. Como pensei que ia demorar mais, tinha programado para visitar o Museu de Arte Moderna, que ficava ali do lado. Mas ainda era 10h30 e meu voo saia só às 17h. Aí eu pensei: "museu o caramba, eu quero ir pra praia". Embarquei no primeiro ônibus que ia para Copabacana.

(Calçadão. Uma das estampas brasileiras mais reproduzidas mundo afora, em chinelos, cangas, blusas, vestidos...)

Se de manhã eu não tinha conseguido chegar até lá, não tinha o menos problema. Não dizem que o não interessa destino, mas sim o caminho até ele? E olha que a primeira recomendação da minha mãe foi "não fica zanzando por aí, heim? Olha as balas perdidas!". Como se eu fosse capaz de capturá-las com a minha visão de 360º.

Por falar em graus, cheguei em Copacabana com os termômetros a 33ºC. Isso é que é clima de praia! Caminhei desde o famoso Copacabana Palace Hotel até quase o final da praia. Ia andando e entrando nas ruas transversais a procura de um restaurante que desse pra bancar. Na área nobre da cidade tem pouquíssimos restaurantes self-service (ou será que é BH que tem muitos?) e um prato inteiro sempre é muito para mim. Numa rua qualquer encontrei um a quilo muito arrumadinho, o que faz toda diferença pra mim. Apesar do preço um pouco salgado (35,90 o kg) fiquei por lá mesmo. Recomendo. Entre os prats maravilhosos comi linguado recheado de alho poró com molho de limão e gergelim! Hum...

(Copacabana Palace. Só para os ricos e endinheirados)

Depois do almoço voltei a andar. Agora no calçadão! Não vi nenhum surfista e poucos banhistas. Mas tinha muita gente praticando esportes. Claro que a praia fica mais bonita no verão, com aquele monte de guarda-sol colorido, mas ainda assim era uma paisagem estonteante. Estava um calor insuportável. Eu só nã queria como precisava me refrescar. Dei uma rodada pelo bairro procurando uma loja pra comprar um short. Rodei 30 minutos até encontrar uma Lojas Americanas. Já estava ficando estressada e com muito remorso de ficar entrando em lojas de roupa e perdendo meu precioso tempo na cidade maravilhosa. Comprei um short e uma Havaianas.

Daí cansei de Copacabana. Como já eram 13h e já tinha perdido muito tempo no centro, peguei um ônibus e fui pra Ipanema. Parei no famoso posto 9 (onde ficavam Vinícius de Moraes, Tom Jobim e a turma de músicos brasileiros) e troquei de roupa. Pus o pê na areia e, enfim, no mar!

(Adivinhem onde estavam meus pés em plena quint-feira. Tem coisa melhor?)

Dei uma voltinha escutando minhas músicas e tirando fotos. Agora, o que eu mais queria era relaxar. Aluguei um guarda-sol a 3 reais e deitei na areia. Ao meu redor, jovens tomando sol e jogando altinho. Pensei que ia ficar com sono, mas nem queria dormir, se não ia perder a vista. Até quis que alguém se aproximasse para conversar, dizer dis hábitos dos cariocas e me contar se aquilo que eu estava vendo era sempre daquele jeito.

(Uma linda vista de Ipanema)

Quando deu 14h30 saí do posto 10 e fui andando pela praia até Copacabana. Peguei um ônibus e voltei para o aeroporto. A linha que peguei fazia o roteiro até o centro pela orla, o que me deu a chance de ver as praias pela última vez.

Fico me perguntando se quem mora no Rio acorda todo dia feliz, se todo dia eles se dão conta que moram na cidade maravilhosa. Eu quero viver lá até essa paisagem me parecer banal!

2 comentários:

  1. Ju, o Breiller leu seu post e disse que fez quase o mesmo itinerário quando esteve aí pra ser voluntário do Pan (inveja!rs). E ele ainda tenta me convencer que o Rio é o melhor lugar pra se morar, mas eu sou mais da opinião dos seus pais...rs

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  2. Dê, mas o Rio É o melhor lugar pra se morar. Se é o mais seguro aí já é outra história! Hehehe

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