domingo, 28 de março de 2010

Entre barracas e folhas verdes

Se você ainda não sabe o que fazer no feriado da Semana Santa, nessa próxima quinta ou sexta-feira (de acordo com a vontade do seu chefe), aqui vai uma dica: que tal acampar?

(Foto tirada desse link)

Para muitos, dormir em uma barraca sem luz espantando pernilongos é uma péssima ideia. Não ter chuveiro para tomar banho, água disponível 24 horas, fogão para cozinhar e colchão para dormir também não é um bom plano. Depois disso, acampar parece realmente péssimo. Mas não pretendo acabar com sua vontade. Pelo contrário, quero mostrar que acampar pode ser muito bacana e, as vezes, não ter nada disso.

Há três motivos principais para acampar ao invés de se hospedar em um hotel ou uma pousada. Um deles é a questão financeira: é muito mais barato montar uma barraca do que reservar um quarto de hotel. O outro motivo é o desejo de conhecer certos locais mesmo que eles não possuam infra-estrutura para receber o turista. Há muitos parques ecológicos, lagoas, roteiros de escaladas e montanhas nevadas aonde estender uma barraca é a única opção para os que desejam passar a noite por lá.

Por último (e talvez o mais importante), está a experiência. Passar a noite em uma barraca é completamente diferente de passar a noite em uma cama de hotel. A começar pela integração com o meio ambiente. Com a barraca, você está literalmente a "um pano" da natureza, da grama, das árvores e dos vagalumes (um parênteses para tentar te convencer: você já viu vagalumes? Aqueles insetos com luz na bunda? São incríveis. Com um pouco de sorte e paciência você pode vê-los). Integrar-se à natureza é uma forma de conhecer mais e respeitar mais. Afinal, quando você está em um acampamento, a natureza lhe dá quase tudo de que precisa: água, sombra, vento, comida. É impossível voltar de uma viagem como essa sem mudar pelo menos um pouquinho.

O clima entre os campistas também é algo que não se consegue em um hotel. Há uma solidariedade implícita. As pessoas conversam, trocam cumprimentos ao longo do dia, dividem informações, se ajudam em eventuais problemas, se convidam para pequenos lanches e, não raro, passam a noite conversando a toa. A possibilidade de fazer amigos em um camping é grande.
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Mas como?

Para quem ainda não abre mão de algumas regalias, saiba que há diferentes formas de acampar. O acampamento como conhecemos hoje surgiu nos Estados Unidos, no século XIX. Chamado de acampamento organizado, para se diferenciar de outros tipos de acampamentos, como o militar, ele se baseava em valores como viver em comunidade, praticar hábitos saudáveis e respeitar a natureza. No Brasil, a prática apareceu só na década de 1920.

A forma mais primitiva é o chamado acampamento selvagem, aquela aonde a pessoa vai para viver da natureza mesmo. Para isso, é só escolher um cantinho deserto com zero infra-estrutura. Aí é você quem se vira: ou leva muitos mantimentos ou procura por lá mesmo, na natureza ou em uma lojinha qualquer que pode estar a quilômetros de distância. Normalmente, quem acampa desse jeito está só de passagem. É muito comum em cenários paradisíacos diversos. Aqueles que as pessoas ou acampam ou não vão. E como alguns fazem questão de conhecer...

(Deserto ou sem ninguém - o que no fundo dá no mesmo - a pessoa dessa barraca amarela não se intimidou. Foto tirada desse link)

Para quem não quer se arriscar tanto, há locais preparados para receber as pessoas que gostam de fazer esse tipo de passeio. Esses campings têm toda infra-estrutura que você está procurando a uma taxa normalmente muuuito menor do que a que você encontra em um hotel. Para se ter uma ideia, na Serra do Cipó, onde vou passar o feriado da Semana Santa, o pacote para duas pessoas em uma pousada com café da manhã, de sexta a domingo, está entre 500 e 600 reais. Ficar em dos campings locais durante o mesmo tempo (sem café da manhã) sai de 60 a 100 reais. E em baixa temporada é ainda menos.
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Nos campings você encontra banheiros com água quente, fraldário, espaço para lavar roupas e louças, estacionamento para carros, lanchonetes, restaurantes, quadras, piscinas e por aí vai. Depende muito de um para outro, mas é mais ou menos por aí.

Também existem os acampamentos em grupo. Muitos são educacionais e organizados pelas escolas. A ideia é que as crianças passem um tempo com a natureza. Aí rolam todas aquelas coisas típicas de filmes norte-americanos (aonde a prática é mais comum): marshmallows na fogueiras, histórias de terror a noite, gincanas e guerrinhas de travesseiro - ou comida.

(É ou não é como nos "Istaites"? Foto tirada desse link)

No site acampar.net há um checklist aonde você pode ver se está levando tudo que precisa. Lembre-se sempre de adequar sua lista de "coisas que não posso esquecer" para sua viagem.

Bem, como disse, na próxima quinta-feira vou viajar para a Serra do Cipó, então é provável que o próximo post só venha depois do feriado. Até lá, bom descanso para todos e bom acampamento para quem já se convenceu!

3 comentários:

  1. eu adoro! acampar é sempre maravilhoso, quando o pessoal tá no mesmo clima que você. se rolar frescura é complicado.

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  2. É verdade, não dá pra ficar querendo usar secador e chapinha e essas coisas. E nem sem se molhar na cachoeira!

    "Sou o que sou", que bom que você gostou do blog! Volte sempre por aqui!

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