quarta-feira, 3 de março de 2010

Preliminares em Curitiba

Uma cidade que soube aliar modernidade com qualidade de vida. Essa é fama de Curitiba, capital do estado do Paraná. Vira e mexe ela aparece em listas de "as melhores cidades brasileiras para se morar", ocupando sempre os primeiros lugares. A capital tem o menor índice de analfabetismo do país e bons projetos governamentais, além de reduzir ano a ano a mortalidade infantil, o índice de violência, a taxa de desemprego, entre outros.

(A Praça Tiradentes é o marco zero da cidade. Movimentada, é passagem obrigatória de turistas e trabalhadores. Passar um tempinho por lá ajuda a entender a rotina do curitibano)

O turismo também não deixa a desejar. Na verdade, a cidade tinha tudo para ser uma capital comum, algumas atrações e muita atividade comercial, mas o governo soube administrar (ou seria transformar?) muito bem essa questão: Curitiba é cheia de espaços para visitação. Tantos que, às vezes, parece que estão forçando a barra. Todo e qualquer bosque ou praça vira ponto turístico. Sem entrar em questões mais profundas, para mim, um ponto turístico é um local que traz algo de diferente, seja na arquitetura, na paisagem, na história, etc (um dia escrevo mais sobre isso). E nem todos os lugares têm essas características.
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De toda forma, são vários os locais para passear e aproveitar. Um passeio que fiz esse ano pela cidade e recomendo - principalmente para quem ainda não a conhece direito - é um city tour oferecido pela empresa Linha Turismo, uma linha especial de ônibus que dá a volta na cidade passando por 25 pontos turísticos. É possível embarcar em vários trechos da cidade. A taxa de 20 reais por pessoa dá direito ao embarque e mais 4 reembarques. O "ingresso" pode ser adquirido no próprio ônibus. Durante o trajeto, há um áudio-guia que dá informações em português, espanhol e inglês sobre a cidade e seus atrativos.
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Roteiro típico
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Nossa primeira parada foi no Museu Oscar Niemeyer, o MON. Assim como todo projeto desses grande nome da arquitetura internacional (que, aos 102 anos ainda trabalha, fuma e torce pelo comunismo), o museu apresenta traços sinuosos em toda sua estrutura. Construído em 2002, é o maior museu do Brasil. Abriga exposições permanentes, como o espaço Oscar Niemeyer, e outras itinerantes.

(O Olho do MON e suas pontes que atravessam o lago e levam até a entrada do Museu)

A visita ao local pode demorar a manhã inteira. Na hora da fome, nem pense em procurar um restaurante fora dali: vá até o MON Café. Ao contrário do que acontece na maioria dos museus, eles não abusam da boa vontade do turista e têm preços bons. Além disso, o local é agradavel e os pratos são bons e bem servidos. O atendimento é meio fraquinho, mas a espera vale a pena.
Depois fomos ao Teatro Ópera de Arame. O local, construído em 1992, foi feito com estruturas metálicas e de aço e coberto com placas de policarbonato. Como ele foi osntruído sobre um lago, é preciso atravessar uma ponte vazada para chegar até lá. Parece que vai quebrar, mas é muito resistente.
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O teatro tem capacidade para aproximadamente 2.000 pessoas e já recebeu celebridades como Enrique Iglesias, Roberto Carlos, Tom Jobim, AC/DC, Pearl Jam e Paul McCartney. Para ver quem passou por lá é só ir na Rocha da Fama, uma parede de pedra no último andar do Teatro com placas de metal com o nome de artistas e figuras da política.
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(A Ópera de Arame em um momento de muitos turistas. Demorou um pouco para tirar uma foto sem nenhum desavisado passando na frente)

Na verdade, a maioria desses shows aconteceu logo ali ao lado, na Pedreira Paulo Leminsk, um espaço de shows ao ar livre. A visita à Pedreira não tem lá muita graça. Vale para quem quiser ficar "imaginando" como foram esses grandes espetáculos que, talvez, não voltaram: em 2008 o Ministério Público impediu a relaização de shows no local devido a reclamação dos moradores.

Zarpamos dali direto para o Jardim Botânico, cartão-postal número 1 da cidade. Parece um jardim europeu com seu palácio de cristal ao fundo. As plantas estão sempre muito bem cuidadas pela prefeitura da cidade. A estufa é muito bonito e sua estrutura lembra a Ópera de Arame. A parte chata é ficar desviando das centenas de turistas que vão lá todos os dias. Em alta temporada não há um dia sequer que o local fica vazio, tornando impossível a tarefa de bater uma foto só com o jardim e você.

(Na foto ao lado, uma visão de quem chega pelos arcos recobertos de plantas)
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Atrás da estufa há o Espaço Cultural Frans Krajcberg, com uma exposição permanente do artista polonês. Suas obras são inspiradas na natureza e retratam sua indignação pela forma com que o homem vem destruindo os recursos naturais do globo.

Para completar o dia, descemos no Passeio Público, o primeiro parque público e primeiro zoológico de Curitiba. A impressão, para uma belohorizontina como eu, era a de estar entrando no Parque Municipal. Admito que foi uma má escolha. O local é mal cuidado e escuro por causa das plantas que cresceram demais, o que o torna perigoso. Antes o local até abrigava animais de grande porte, mas agora só restam os de pequeno porte.

Como estava ali do lado, fomos ao Memorial Árabe, uma construção em forma de cubo inspirada na arquitetura mourisca. Do lado de fora há azulejos com inscrições em árabe com mensagens religiosas. Lá dentro há um café, uma biblioteca com cerca de 10 mil volumes e uma pinacoteca.
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(Memorial Árabe, sobre um lago. Ô cidade que gosta de um laguinho embaixo de tudo que é construção!)
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1 é pouco, 4 é ideal

Como já disse, há uma série de lugares legais para visitar em Curitiba. Alguns deles entram no roteiro tradicional, outros não, mas valem a pena. A conclusão é simples: se você quer aproveitar a cidade com calma passe no mínimo quatro dias na capital. Menos que isso você vai se sentir angustiado, com vontade de visitar mais lugares do que pode. No próximo post vou colocar alguns dos locais que considero mais interessantes e trazer algumas dicas sobre a cidade!

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