(Sacada de hotel cai em cima de carro, no Chile. Foto tirada desse link)
A pouquíssimo tempo atrás, no dia 12 de janeiro, era o Haiti quem sofria com um abalo de 7 graus de magnitude, o suficiente para provocar graves danos em zonas mais vastas. O epicentro do terremoto foi a 15 quilômetros da capital Porto Príncipe. Segundo o geólogo britânico Roger Musson, o país está localizado em uma falha geológica que vem acumulando energia a mais de 250 anos.
No Haiti, o número de mortos ultrapassou os 200 mil, sem contar os milhões de feridos e desabrigados. Cidades como Gressier e Carrefour tiveram uma destruição de 40 a 50%. Leogane, com cerca de 134 mil habitantes, foi a mais afetada: 90% da cidade foi destruída. No Chile, mesmo com um terremoto mil vezes mais forte, o número de mortos até agora ultrapassa os 300 e, em uma análise negativa, vai chegar no máximo a mil pessoas.
(Militares atendem feridos. Desde 2004, o Brasil assumiu o cargo de coordenador da Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti. Algumas dezenas de brasilieros, muitos que serviam na missão, também morreram durante o terremoto. Foto tirada desse link)
Por quê? A chave da resposta está na união entre conhecimento, dinheiro e infraestrutura. Pensem bem: se um desses três itens forem tirados da lista, não há qum passe imune a um abalo sísmico dessa magnitude. Se o país tiver conhecimento e dinheiro, mas ainda não tiver uma boa infraestrutura para suportar terremotos, nada feito. Se ele tiver dinheiro e capacidade de construir uma boa infraestrutura, mas não tiver conhecimento sobre as falhas geológicas e possíveis terremotos que o país pode sofrer, ele não vai gastar dinheiro para fabricar prédios seguros. Por fim, se ele tiver conhecimento e disponibilidade para realizar obras que melhorem a infraestrutura de suas cidades, mas não tiver dinheiro... bem, vocês sabem o que acontece.
Tanto o Haiti quanto o Chile são países que estão situados em áreas de instabilidade. E ambos sabem disso. A principal diferença entre eles começa na palavra dinheiro. O Chile é o emergente da América do Sul. Rico, o país possui regras rígidas para a construção civil. As construções são feitas com estruturas de aço capazes de conter parte do impacto e apresentam locais para as pessoas se refugiarem. O máximo que se vê nas fotos e vídeos registrados país a fora são prédios danificados e estradas esburacadas.
No Haiti, a destruição é total. Por ser a nação mais pobre das Américas, as prioridades do país são bem diferentes. A fome, a educação e a saúde são problemas diários e, para um país pobre, é mais urgente cuidar disso do que da construção de prédios com estruturas estáveis.
(Uma cidade destruída. Habitantes que ficaram desabrigados andam a procura de ajuda e de um lugar para ficar. Foto tirada desse link)
Outro agravante para a disparidade com que os tremores destruíram esses dois países foi a distância do epicentro do terremoto às cidades populosos. No Chile, o epicentro aconteceu a perto de Maule e de Bio Bio, cidades pouco populosas. O terremoro se alastrou por cerca de mil quilômetros ao longo do Chile e, mesmo causando estragos em cidades como Santiago, a 300 quilômetros do epicentro, a força dos tremores já estava menor ao chegar lá. No Haiti, por sua vez, o epicentro estava a 15 quilômetros da capital, uma região super populosa que sofre da ocupação desordenada no seu território.
E o turismo, como fica?
O Haiti não era um país muito procurado por turistas. Em uma nada rápida pesquisa pelo google, achei pouquíssimas coisas sobre turismo no país. O Chile, por sua vez, é uma país que atrai cada vez mais pessoas. Com a Cordilheira dos Andes como plano de fundo, a capital Santiago é uma das cidades mais modernas da América do Sul e oferece uma infinidade de pontos turísticos para quem quer passear. Outros destinos chilenos também são amplamente procurados e visitados, como o deserto do Atacama, as estações de esqui e as belezas naturais (e gélidas) da Patagônia.
Com o terremoto, os turistas ficam apreensivos. Na manhã do dia 27 dezenas de turistas já procuraram suas embaixadas para deixar o país. Como os abalos danificaram alguns aeroportos, a entrada e saída do país esá prejudicada e deve continuar por algum tempo, até que reformas sejam feitas. Há grandes crateras em importantes estradas do país e algumas construções também foram danificadas.
Por agora, o movimentos turístico no país deve diminuir. Se as reformas começarem rápido, em poucos meses o Chile já estará como antes. Inclusive, economistas afirmam que há uma grande possibilidade de o peso chileno sofrer uma queda, já que as atividades econômicas estarão com sua produção debilitada. Em um futuro não muito distante, o Chile voltará a ser amplamente visitado e, quem sabe, com um custo menor.
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