sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Rock in Rio de Janeiro

Quando soube que o Jamiroquai vinha para o Rock in Rio quase enlouqueci. Mas quando vi que a notícia era antiga e que os ingressos para o show já tinham acabado enlouqueci de verdade. Não era possível que eu tinha sido a ultima a saber! Comecei a entrar em todos os tipos de site e em grupos do facebook para encontrar pessoas vendendo. Tinha muita gente vendendo, mas algumas por preços absurdos. O ingresso normal ficou em 95 mais taxas. E queriam me vender por 150, 180, 200 reais. Ok. Eu pagaria muito se fosse preciso, mas pechinchei até o último minuto. Tanto que a três dias do evento eu ainda não tinha ingresso.

(Meu sonho era estar no meio dessa galera. Show na Itália. Foto tirada da página do Jamiroquai no Facebook)

Já era segunda-feira e entrei na internet disposta a pagar até 150. Uma amiga tinha amigos que desistiram e que estavam vendendo pelo preço de custo. E o melhor: como os Correios estão em greve, ia ter de pegar no Rio de Janeiro. Comprando na mão dela tinha a segurança de que não eram falsos e de que a pessoa realmente ia me vender. Fechei o negócio na terça, comprei as passagens na quarta. Na quinta já estava no Rio.

Um dia de caminhada

A ideia inicial era passar o fim de semana no Rio, já que o dinheiro com a passagem ia ser gasto de todo jeito. Mas como sexta ainda é dia útil, estar em Belo Horizonte pela manhã se tornou uma necessidade. A ideia então era aproveitar a cidade ao máximo até a hora do show. Assim, resolvemos ir de ônibus pela madrugada. A passagem custou R$ 71. Às 00h30 da quinta-feira já estávamos na estrada.

(Um dia qualquer para os cariocas no centro do Rio de Janeiro. Foto tirada desse link)

Chegamos ao Rio às 7h30, em plena hora do rush. Demoramos meia hora no trânsito até o ônibus conseguir parar na rodoviária. Depois, mais trinta minutos até encontrar um ônibus que seguisse até Copacabana. Enfim instalados, o passeio ia começar.

O ônibus passou pelo centro do Rio de Janeiro. Apesar de ser louca com o Rio, não tem como mentir: centro é centro. E todo centro tem muito comércio, barulho, bagunça e trânsito cheio. Dessa vez a poluição visual era ainda maior por causa da greve dos bancários: todos os bancos tinham cartazes nas portas. E isso em uma avenida como a Rio Branco, aonde a cada três lojas uma é banco, vocês podem imaginar.

Ainda assim, o centro do Rio de Janeiro guarda alguns tesouros. Um deles são suas lojas charmosas e seus cafés, daqueles que se tem vontade de passar o dia inteiro, como a Livraria da Travessa. Outro tesouro são os prédios antigos, de arquitetura particular, como o Theatro Municipal. Construído no início do século XX, ainda é um dos teatros mais bonitos do país. A Biblioteca Nacional então nem se fala. Linda e enorme, seu projeto traz elementos neoclássicos e de art-nouveau. É a maior biblioteca da América Latina e guarda todo o patrimônio documental do Brasil.

(Dois tesouros da arquitetura brasileira. Fotos tiradas desse e desse link)

Foi quando o ônibus saiu do centro e começou a passar pela Avenida Brasil. É nesse momento que o turista se apaixona pelo Rio. A avenida é larga e junta e totalmente arborizada. De um lado os prédios antigos, colados uns no outro, e uma grande cidade que acorda para mais um dia de trabalho. Do outro, o aterro do Flamengo, aquele espaço enorme com quadras, jogos e pessoas e mais pessoas fazendo caminhada, olhando para o mar. A junção perfeita entre a praia e o espaço urbano.

Alguns quilômetros dali, descemos em Copacabana. Um sonho de praia. Entrei no posto 3, coloquei meu biquini, tirei meu sapato e fui para a areia. Tínhamos tempo, então andamos sem pressa pela praia, experimentei a água (sempre gelada) no meu pé e sentei para aproveitar a paisagem. Até arrisquei pedir uma água de coco, mas fiquei indignada com o preço-pega-turista de R$ 3,50. Continuamos andando. Passamos por adolescentes que brincavam de altinho, velhos que jogavam vôlei de praia e artistas que reproduziam o Rio de Janeiro na areia.

(Praia de Copacabana e o pão de açúcar no fundo)

Passamos pelo Arpoador e chegamos em Ipanema. Subimos nas pedras que ficam a esquerda da praia. A vista dali é incrível. De uma só vez se vê toda a praia de Ipanema, a praia do Leblon, a Pedra da Gávea (onde as pessoas pulam de paraglider e asa-delta), e os outro morros que moldam o Rio de Janeiro. Se Copacabana é feita de charme, Ipanema é feita de beleza. Apesar de famosa e muito frequentada, ali se pode ser mais você ao invés de se sentir obrigado a achar o local realmente espetacular, como acontece com Copacabana.

(Vista da Pedra da Gávea)

A caminhada por Ipanema foi rápida. Resolvemos ir para a Barra da Tijuca de uma vez pois era dali que sairia o ônibus até a Cidade do Rock. Antes de entrar no Barra Shopping e almoçar, resolvemos ir à praia da Barra da Tijuca. Jamais imaginei que a caminhada seria TÃO longa. O bairro é de rico e os quarteirões são tomados por grandes condomínios de luxo que impedem a ligação da avenida das Américas, onde o ônibus nos deixou, à orla da praia. Só tinha um caminho possível.

A praia da Tijuca é a maior em extensão e uma das melhores no quesito "esportes radicais", devido às ondas de grande porte. Mas ela não tem o charme das outras. O mar é lindo, o calçadão bem cuidado, mas ela deixa a desejar em infra-estrutura e cuidado. Os jardins próximos à areia não parecem conservados e por causa dos condomínios raros são os restaurantes, bares e lojas no caminho. Os quiosques de praia também são poucos e precários. O sol estava queimando e a cabeça começando a doer.

(Tijuca linda de morrer... mas nem tanto. Foto tirada desse link)

Voltamos para o shopping e descobrimos que a responsável pelos ingresso só ia chegar mais tarde. Depois do almoço mais lento do mundo, entrei na internet, rodamos o shopping e ainda ficamos uma hora e meia sentados olhando para o teto. "Não é possível que eu estou no Rio de Janeiro dentro de um shopping", pensei. Devíamos ter abandonado a ideia "almoço no shopping" por um peixe frito na beira do mar...

Às 18h, depois de algumas ligações, fomos para a Cidade do Rock (a saga continua...)

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