Até hoje não sei se isso é um evento anual, se 2010 foi o primeiro em que aconteceu, se é como olimpíadas, de quatro em quatro anos. O que importa é que eu, praticamente a Nadia Comaneci mineira dos patins (para continuar a metáfora olímpica...), fiz coreografias e tive muitos tombos no alto da Torre!
Aliás, fica todo mundo falando da beleza de Paris na primavera, da animação da cidade no verão... mas o inverno também traz coisas interessantes para a capital francesa. Tenho que admitir que só as conheci porque o meu intercâmbio universitário foi definido para o primeiro semestre letivo europeu: setembro a janeiro. De qualquer forma, vivi momentos legais e programas específicos de inverno que valeram passar frio!

Ainda assim, é bom descobrir os cafés que sejam em ambientes fechados e outros lugares estratégicos para se fugir do frio a cada meia hora de passeio. Não há como aguentar, nem com roupa de esqui, as temperaturas de inverno por muito tempo. E podem xingar as cadeias de restaurantes o tanto que quiserem: a Brioche Dorée foi minha grande companhia parisiense. Sim, ela tem menus prontos. Sim, ela tem opções pequenas, médias, grandes. Sim, ela existe por toda a cidade, igualzinha e com os mesmos atendentes mal educados. Mas ela é quentinha, tem café e sanduíches gostosos e cadeiras confortáveis pra se ler, descansar, abrir o guia turístico. Minha sugestão é o croissant de amêndoas. P-a-r-f-a-i-t! Outra dica: não se impressione com a palavra viennois (de Viena) na frente de alguns itens do menu: um café/chocolate vienense é apenas acrescido de chantilly.
Uma das opções clássicas de inverno, e que, apesar de clichê, não perde o charme, é a feira de Natal. As barraquinhas e estandes preenchem a Champs Elysées, do Palácio Real até o Arco do Triunfo, cheias de bebidas e comidas quentes, calóricas e maravilhosas. Beignets (“sonhos” recheados de chocolate ou geléias) serão seus novos amigos. Crepes doces e salgados de vários sabores. Vinho quente. Quelle merveille! Se você está de regime, não se preocupe. Passar frio emagrece...

O inverno também foi, para mim, a temporada dos museus. Quentinhos e cobertos, são ideais para quem deseja um programa cultural ao mesmo tempo em que quer fugir do frio/chuva/neve. Fora os já über conhecidos Louvre, Georges Pompidou e d'Orsay, alguns outros também valem a visita.

(Jardins do Carnavalet. À moda antiga... Foto tirada desse link)
La perto há o Museu das Bonecas! Minúsculo e escondido, ele exibe em vitrines bonecas de várias épocas diferentes, descrevendo (só em francês, infelizmente) as características e usos sociais dos brinquedos de cada momento. Bacana e visitável em cerca de uma hora! O estabelecimento também vale a ida pois fica perto de um charmosíssimo e pequeno jardim chamado Anne Frank, em homenagem à conhecida autora do Diário. Um lugar ótimo para se sentar e ver o tempo (um tempo curto, pois é inverno e frio!) passar, junto com as criancinhas brincando nos coloridos brinquedos de madeira.
Para finalizar, vou só citar mais um estabelecimento para comer (afinal, o que há de melhor para se fazer no inverno, não é mesmo?). Esse lugar não é especial para essa época do ano. É, aliás, em ambiente aberto. Mas é o melhor crepe que já comi na minha vida, então preciso divulgar: Le p'tit grec, na rua Mouftard, que fica no bairro dos estudantes: Quartier Latin. Essa pequena lojinha, com alguns banquinhos e uma mesinha de dois lugares, tem uns crepes gigantes e com milhares de ingredientes. Já comeu crepe com tomate, alface, ovo, presunto e queijo dentro? Pois é, lá tem. É praticamente o “PF” dos crepes. Super! Os dois “crepeiros” são verdadeiramente gregos, mas falam francês, inglês, espanhol... até português eles arranham! E os preços são os mesmo de crepes só de queijo que vendem pela cidade. Então coloque seus casacos, passeie pela rua com mais estudantes, gente tomando cerveja e albergues da juventude de Paris, e coma o melhor crepe de la vie!

Antes de se formar em Jornalismo pela UFMG, Marina Dias fez um intercâmbio de seis meses na cidade luz. Como é fácil perceber, o passeio era um pretexto para encontrar uma barraquinha de crepe e comprar um de nutella. E pasmem: ela conseguiu voltar ainda mais magra. Também gostava de tomar café e ficar observando os turistas perdidos e a falta de paciência do pariesienses com eles, mas odiava quando a falta de paciência era com ela. Mais notícias da Marina Dias no seu twitter.
Nenhum comentário:
Postar um comentário