terça-feira, 11 de outubro de 2011

Opções para o gelado, mas gostoso inverno parisiense

Sendo um ás da patinação no gelo – como sou -, não pude perder a oportunidade de experimentar o rinque montado no primeiro andar da Torre Eiffel, entre o Natal e o Réveillon de 2010. Tudo bem que ele era minúsculo e lotado de gente querendo viver esse momento esporte-glamour. Mas, pasmem: era de graça. Claro, você já teve que pagar para subir na Dama de Ferro – o que não é barato. Mas a patinação em si, bem como o aluguel dos patins, é gratuita. Fiquei como criança que vê um doce, como homem que vê saia curta, como aluno em época de greve escolar: felizona!

(A Nadia Comaneci mineira fazendo algumas de suas acrobacias com seu companheiro de palco)

Até hoje não sei se isso é um evento anual, se 2010 foi o primeiro em que aconteceu, se é como olimpíadas, de quatro em quatro anos. O que importa é que eu, praticamente a Nadia Comaneci mineira dos patins (para continuar a metáfora olímpica...), fiz coreografias e tive muitos tombos no alto da Torre!

Aliás, fica todo mundo falando da beleza de Paris na primavera, da animação da cidade no verão... mas o inverno também traz coisas interessantes para a capital francesa. Tenho que admitir que só as conheci porque o meu intercâmbio universitário foi definido para o primeiro semestre letivo europeu: setembro a janeiro. De qualquer forma, vivi momentos legais e programas específicos de inverno que valeram passar frio!

(Momento propaganda: eles merecem! Foto tirada desse link)

Ainda assim, é bom descobrir os cafés que sejam em ambientes fechados e outros lugares estratégicos para se fugir do frio a cada meia hora de passeio. Não há como aguentar, nem com roupa de esqui, as temperaturas de inverno por muito tempo. E podem xingar as cadeias de restaurantes o tanto que quiserem: a Brioche Dorée foi minha grande companhia parisiense. Sim, ela tem menus prontos. Sim, ela tem opções pequenas, médias, grandes. Sim, ela existe por toda a cidade, igualzinha e com os mesmos atendentes mal educados. Mas ela é quentinha, tem café e sanduíches gostosos e cadeiras confortáveis pra se ler, descansar, abrir o guia turístico. Minha sugestão é o croissant de amêndoas. P-a-r-f-a-i-t! Outra dica: não se impressione com a palavra viennois (de Viena) na frente de alguns itens do menu: um café/chocolate vienense é apenas acrescido de chantilly.

Uma das opções clássicas de inverno, e que, apesar de clichê, não perde o charme, é a feira de Natal. As barraquinhas e estandes preenchem a Champs Elysées, do Palácio Real até o Arco do Triunfo, cheias de bebidas e comidas quentes, calóricas e maravilhosas. Beignets (“sonhos” recheados de chocolate ou geléias) serão seus novos amigos. Crepes doces e salgados de vários sabores. Vinho quente. Quelle merveille! Se você está de regime, não se preocupe. Passar frio emagrece...

(A Champs Elysées no Natal é o mais lindo clichê parisiense)

O inverno também foi, para mim, a temporada dos museus. Quentinhos e cobertos, são ideais para quem deseja um programa cultural ao mesmo tempo em que quer fugir do frio/chuva/neve. Fora os já über conhecidos Louvre, Georges Pompidou e d'Orsay, alguns outros também valem a visita.

O museu Carnavalet fica no meio da charmosa região boêmia do Marais, numa mansão linda e de época (começou a ser construída no século XVI. Põe época nisso.) Ele é um pouco complicado, com uma ordem de visitação que eu não entendi muito bem e acabei entrando na contra mão do sentido certo da visita algumas vezes. Contudo, ele tem um acervo enorme e belíssimo de toda a história da cidade, passando por um vastíssimo corredor de iluminismo e Revolução Francesa, como não poderia deixar de ser. Mas o mais belo, para mim, foi passear naquela casa tão antiga e aristocrática!

(Jardins do Carnavalet. À moda antiga... Foto tirada desse link)

La perto há o Museu das Bonecas! Minúsculo e escondido, ele exibe em vitrines bonecas de várias épocas diferentes, descrevendo (só em francês, infelizmente) as características e usos sociais dos brinquedos de cada momento. Bacana e visitável em cerca de uma hora! O estabelecimento também vale a ida pois fica perto de um charmosíssimo e pequeno jardim chamado Anne Frank, em homenagem à conhecida autora do Diário. Um lugar ótimo para se sentar e ver o tempo (um tempo curto, pois é inverno e frio!) passar, junto com as criancinhas brincando nos coloridos brinquedos de madeira.

Para finalizar, vou só citar mais um estabelecimento para comer (afinal, o que há de melhor para se fazer no inverno, não é mesmo?). Esse lugar não é especial para essa época do ano. É, aliás, em ambiente aberto. Mas é o melhor crepe que já comi na minha vida, então preciso divulgar: Le p'tit grec, na rua Mouftard, que fica no bairro dos estudantes: Quartier Latin. Essa pequena lojinha, com alguns banquinhos e uma mesinha de dois lugares, tem uns crepes gigantes e com milhares de ingredientes. Já comeu crepe com tomate, alface, ovo, presunto e queijo dentro? Pois é, lá tem. É praticamente o “PF” dos crepes. Super! Os dois “crepeiros” são verdadeiramente gregos, mas falam francês, inglês, espanhol... até português eles arranham! E os preços são os mesmo de crepes só de queijo que vendem pela cidade. Então coloque seus casacos, passeie pela rua com mais estudantes, gente tomando cerveja e albergues da juventude de Paris, e coma o melhor crepe de la vie!

(A fila para comer no Au P'tit Grec valem todos os seus centavos de euro (e você nem vai gastar muitos deles). Foto tirada desse link)

Antes de se formar em Jornalismo pela UFMG, Marina Dias fez um intercâmbio de seis meses na cidade luz. Como é fácil perceber, o passeio era um pretexto para encontrar uma barraquinha de crepe e comprar um de nutella. E pasmem: ela conseguiu voltar ainda mais magra. Também gostava de tomar café e ficar observando os turistas perdidos e a falta de paciência do pariesienses com eles, mas odiava quando a falta de paciência era com ela. Mais notícias da Marina Dias no seu twitter.


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