segunda-feira, 19 de julho de 2010

Partindo de intercâmbio

Dia 25 de agosto embarco para a Europa para fazer um intercâmbio de 6 meses na França, mais especificamente na cidade de Clermont-Ferrand (perto de Lyon). Só no dia em que recebi uma carta da universidade na qual vou estudar comecei a sentir que esse sonho realmente tinha se tornado realidade e escrevi um post enorme sobre a sensação... mas não postei. Não sei porque, mas fiquei com medo daquilo me trazer má sorte. Superstições...
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(Em Clermont, a Place de Jaude e a catedral gótica de Notre Dame de l'Assomption. Daqui a pouco as fotos serão minhas e não da internet! Foto tirada desse link)
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Bem, agora o intercâmbio está perto e acho que seria bem legal contar aqui todo o processo, as provas que tive que fazer, os documentos que tive que assinar, as regras que tive que cumprir, as coisas que tive que comprar. Tinha a intenção de começar a "série" um mês antes de partir, mas resolvi adiantar uns poucos dias pois acredito que vou estar bem ocupada quando chegar perto. Sem contar que agora, algo me diz que vai dar tudo certo. Já posso escrever!

Programas de todos os tipos

Há várias tipos de intercâmbio. O mais comum é o intercâmbio colegial ou universitário, voltado exclusivamente para estudantes. O colegial acontece durante o ensino fundamental ou médio e o universitário - adivinhem - durante a universidade. A principal característica é que o aluno não vai para cursar um período escolar fora do país. Ou seja, ele vai ser um aluno comum, vai seguir as regras daquela instituição, estudar as matérias básicas, etc. Por isso é um intercâmbio que tem duração mínima de 6 meses.

(Ao que parece, os chineses, japoneses e coreanos são os campeõs de intercãmbio: todo mundo que conversa comigo sobre a própria experiência fala que viu vários olhinhos puxados. Foto tirada desse link)

Dia a dia: os alunos do ensino fundamental ou médio costumam ficar em uma casa de família. Como não são menores de idade, precisam que alguém se responsabilize por eles. As famílias selecionados para receber esses alunos costumam ser bem liberais e, se o jovem não se sentir bem, ele pode reclamar à agência que contratou no início do intercâmbio. Já os alunos universitários costumam ficar em repúblicas ou moradias da universidade, uma opção bem mais em conta. Eles são os responsáveis pelo própria comida, roupa, cama, mesa e banho!

Quem pretende ir para outro país somente para aprender a língua desse local deve optar por um intercâmbio de estudos de idiomas. Esse não traz objeções quanto a idade ou escolaridade e pode durar o tempo que o intercambista quiser, de um a vários meses. Os interessados costumam fazer uma prova para saber qual sala vai frequentar: iniciante, intermediário ou avançado. Em termos de custo benefício (tempo de intercâmbio e preço a se pagar) costuma ser o mais caro.
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Dia a dia: como não há idade, esses viajantes têm moradias diversas. Alguns ficam com famílias, outros moram em albergues, outros em moradias estudantis, etc. A facilidade de fazer amigos é enorme, pois nessas escolas você encontra pessoas de todos os países na mesma situação que você e com os mesmos objetivos. Por isso o nível de reclamação em relação a esse tipo de intercâmbio é o menor. Em compensação, é fácil encotrar brasileiros e o aprendizado da língua torna-se mais difícil, principalmente se você se tornar amigo deles.
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(Essa sortuda conseguiu trabalhar em uma estação de esqui. Cassinos também são locais difíceis de conseguir vaga. Foto tirada desse link)

Por último, existe o intercâmbio a trabalho, exclusivo - obviamente - para maiores de 18 anos. É o que mais depende do país escolhido. Não que o interesse do intercambista não conte, mas emprego é uma coisa que não depende só da nossa vontade, mas também da atual conjuntura econômica local e todas essas palavras bonitas que na verdade querem dizer: nem sempre a gente faz o que quer. Mas há sim muitas opções. A pessoa pode arranjar um emprego ou um estágio na sua área de atuação.

O mais comum, porém, é trabalhar em áreas de menor remuneração. Uma opção bastante procurada é o trabalho de Au Pair. Esse é fechado para mulheres entre 18 e 26 anos que queiram virar babá. Outra opção, voltada para jovens universitários é o Work and Travel. Como diz o nome, o estudante viaja para trabalhar no período das férias, normalmente entre dezembro e fevereiro. A agência de viagens contratada faz a mediação entre o intercambista e as empresas que procuram trabalhadores temporários, que vão desde restaurantes e hoteis até estações de esqui. Os EUA e o Canadá são os países que mais recebem esses jovens. Há programas desse tipo em outros países, mas a oferta é escasa e o programa costuma durar mais de 3 meses.

(Também existe Male Au Pair. As exigências, claro, são maiores. Foto tirada desse link)

Dia a dia: as agências costumam levar centenas de jovens todos os anos. Assim, os intercambistas que vão trabalhar perto costumam alugar uma casa e dividir o aluguel. A agência também ajuda na procura e mantem contato com agências de outros países para que pessoas de diferentes nacionalidades morem juntas, fazendo com que a experiência de falar em outra língua se torne ainda mais intensa (já que, morando com brasileiros, o uso da língua diminui consideravelmente). É o melhor em termos financeiros, já que dá pra recuperar uma grande parte do dinheiro com o trabalho. Mas não vá achando que vai ganhar um bom salário...

Para quem se interessou em algum desses intercâmbios, o primeiro passo é procurar uma agência de turismo que possa explicar todo o processo. As mais conhecidas são a CI, a STB e a World Study, mas existem outras.

No próximo post, vou escrever detalhadamente sobre o meu intercâmbio, desde o início do processo seletivo!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Comidas bizarras

A culinária move o mundo. Ou pelo menos parte dele. O turismo gastronômico é tão importante quanto qualquer outro tipo de turismo. Isso porque você pode não visitar as Pirâmides do Egito, mas não vai passar mais de um dia sem comer. Para alguns, os bares e restaurantes são meros coadjuvantes. Você passa por ali, está com fome, o cheiro é bom. Você entra e come. Para outros, eles são a principal atração.

As pessoas viajam para comer coisas gostosas, claro. Mas podem viajar também para experimentar a culinária típica de uma cidade "x". E isso não quer dizer, necessariamente, que ela terá um paladar agradável. Isso porque o que é bom aqui não precisa ser bom do outro lado do mundo. Há tempos, em uma matéria do programa Fantástico, pediram para chineses do interior e italianos da região de Sardenha trocarem a iguaria mais apreciada em suas cidades.

Os chineses lhes deram ovos imperiais. Esse ovo fica enterrado cerca de um ano e só apreciado em dias festivos. Sua clara fica com um tom marrom escuro meio transparente (parece como o ambar dos filmes Jurassic Park) e a gema fica preta. Já os italianos lhes deram um Cazu Marzu, um queijo mofado que tem até larvas vivas no meio. Qual era pior? Nem sei... Mas ninguém conseguiu comer a iguaria da outra família.

(O ovo imperial e o queijo com larvas. Qual desses você encara? Fotos tiradas desse e desse link)

Outro "maluco" é Andrew Zimmern, o apresentador do programa Bizarre Foods. A propaganda já diz: "Em um mundo de covardes, este homem é um herói". Para mim, ele é mesmo um herói. Não comeria nem um quinto das coisas estranha que ele come. Claro que ele vai no país e experimenta de tudo, o que de ruim e o que hé de bom. Mas o que há de ruim é tão exótico que eu jamais aceitaria o emprego.

Nessa onda, o jornal norte-americano The Times fez uma lista que contém as 10 comidas mais bizarras do mundo. Eles não tem ovo imperial ou queijos mofados. Mas também, nem precisam. Eles seriam só o aperitivo...

1. Cheseecake de jacaré: um animal como esse virar sobremesa parece piada. Mas o café Jacques Imo, em Nova Orleans (Lousiana - EUA), prepara essa torta.

(Se ninguém me falasse que era de jacaré eu até comia. Parece bonito! Foto tirada desse link)

2. Melão amargo: qual é a graça de comer uma fruta que não está doce, afinal? Esse melão é cultivado e servido em países da África e da Ásia.

3. Língua de sangue: na Alemanha, essa fatia de carne feita, na verdade, de sangue, é recheio de sanduíches. O coleguinha que fez essa matéria para o The Times jura que é uma delícia (mas eu duvido).

4. Joelho de galinha: alguma coisa que não é estranha para os mineiros. Não que aqui em Minas isso seja considerado uma iguaria ou coisa do tipo, mas conheço muitas pessoas que comem joelhos de galinha numa boa. O prato é chinês.

5. Haggis: este o Andrew Zimmern já comeu, e foi um dos episódios mais nojentos que eu jé vi pois eles mostraram todo o processo. Haggis é uma receita escocesa: estômago de carneiro recheado com pedaços de coração, fígado, pulmão e banhas em molho de sangue. Blergh!

(Olha que esse ta bonitinho. Tem uns com pedaços de gordura gigantes. Foto tirada desse link)

6. Lagosta viva: a "frescura" dos alimentos toma sua forma extrema nesse prato asiático. Metade do animal é cortado em pequenos pedaços e a outra metade colocada em um bloco de gelo para conservar seus reflexos motores. O bichinho é capaz de ver as pessoas lhe devorando.

7. Natto: é super nutritiva e faz muito bem para o corpo, mas muito mal para o paladar. A soja é cozida por 6 horas até a bactéria Bacillus subtilis natto surgir na mistura. Depois, "a coisa" é fermentada por 24 horas e envelhecida por uma semana. Soja, tinha que ser japonês...

8. Cacto espinhoso: é uma planta encontrada em diversas regiões áridas das Américas. No México ela se tranforma em comida. Para isso, os espinhos são removidos e o resto da planta pode ser servido grelhado, frito, ensopado...

9. Larvas grelhadas: Viscoso, mas gostoso. Esse deveria ser o "subtítulo" dessa comida australiana. Os cidadãos do país devem ter feito algum esforço para olhar para essas larvas, encontradas na raiz de certos arbustos, e acreditar que elas dariam em algum aperitivo. Algumas soltam esguichos. Eca!

(Larvas com torradas, folhas e tomate... mesmo assim não desce. Foto tirada desse link)

10. Teta da vaca: incrível como nada da vaca é desperdiçado. Na Toscana (Itália), enquanto os ricos comiam as partes nobres os pobres ficavam com o que sobrava. Hoje, é filé de sanduíches.

terça-feira, 13 de julho de 2010

A praia e a cidade

Uma cidade grande que soube unir perfetamente tudo o que Deus lhe deu. Tanto, que até os morros e suas favelas fazem parte do cenário de uma forma que chega a ser bela, se pegarmos um bom ângulo. Talvez essa seja uma das coisas que mais encanta no Rio, como sua paisagem é bela, mesmo quando é paradoxal. Tirei várias fotos de lá e não podia desperdiçar, não é mesmo?
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(Os corredores e esportistas do Aterro do Flamengo com a vista do Pão de Açucar, ao fundo)
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(Depois da curva, a pista de caminhada continua)

(Pescadora praiana)
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(Pra mim não tinha cidade mais arborizada que BH. Bem, a área nobre do Rio pode competir. As ruas de Copacabana são todas assim)

(Castelo feito de areia, água e fixador. E isso é só metade dele. A direita, Copacabana no inverno. Menos turistas, menos charme, o mesmo clima praiano)

(Ipanema estava bem mais cheia. Por causa dessa "piscina natural", é um lugar bem melhor para levar as crianças)
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(E quem nunca brincou de pular ondinhas?)

sábado, 10 de julho de 2010

O Rio de Janeiro continua lindo

Comprovei na quinta-feira: o Rio de Janeiro continua lindo. Na minha humilde opinião, isso vai ser uma daquelas verdades eternas. Fui a cidade nessa semana para tirar o meu visto de estudante para ir pra França (os perrengues sobre passaportes, vistos e documentação eu conto em outro post). Ia e voltava no mesmo dia. Infelizmente. Como vocês podem comprovar pelo meu próprio blog, sou uma mineira apaixonada pelo Rio desde a primeira vez que fui lá. Pra mim, não há cidade mais bonita, se ela existe, ainda não vi.

(O Pão de Açucar refletido no mar)

Quando estava comprando a passagem, pedi para o meu pai pra dormir lá pelo menos um dia. Aí ele disse: "eu fico mais tranquilo em te deixar 6 meses na Europa do que dois dias no Rio de Janeiro". Preferi não argumentar...

Comprei a passagem duas semanas antes. Valia a pena ir de avião pelo preço. As passagens da Webjet estavam 85 ida e 85 volta, só um pouco mais caro que as passagens de ônibus. Com as taxas de embarque que foram de 65 (isso sim encareceu os custos), paguei 235 reais. O voo foi ótimo e o comandante era muito engraçado. Quando ele foi falar com os passageiros, cumprimentou a todos com um "bom dia, pessoal" e disse coisas como "no Rio está fazendo 22 graus. Um espetáculo!". Ele fez todo mundo rir.

Parar no aeroporto Santos Dumont é um show a parte. Primeiro você vê o Pão de Açucar lá no fundo. Depois o Cristo Redentor, depois o Maracanã e até a ponte Rio-Niterói. O avião vai dando voltas em cima da cidade, passa perto dos morros e desce tão rente a água que parece que ele vai afundar ao invés de aterrisar. Aí você descobre que não é mentira e que o Rio de Janeiro, aquele que a gente vê na TV, existe mesmo.

(Duas imagens tão típicas do Rio: os prédio da orla construídos um do lado do outro e os táxis amarelos)

Assim que pisei no Rio comecei a sorrir e não parei mais. Eu estava feliz, estupidamente feliz. Consigo imaginar a mim mesma sorrindo para o nada, andando de peito aberto com uma mochila nas costas num passo tranquilo, observando a paisagem e tirando as blusas de frio por causa do calor. Quem me visse na rua com aquele sorriso com certeza pensou "louca!". Mas eu não tava nem aí: eu estava no Rio.

Itinerário

Pensei que daria uma pequena volta de manhã. Mas poxa, cheguei muito cedo. O voo era 6h15 (o que significa que acordei as 3h30) e às 7h15 já estava lá. Tinha olhado no google maps onde era o consulado francês e comecei a andar pelo centro para descobrir. Quando vi uma bandeira da França sabia que aquele era o Consulado, a 3 quadras do aeroporto. Como ainda faltava muito para às 10h30, meu horário agendado, atravessei duas avenidas e percebi que estava no Aterro do Flamengo.

(Vista do Aterro do Flamengo. Onde tiver árvore é parte do parque. E olha que ele não coube inteiro na foto)

Comecei a passear. Devagar, tirando fotos, apreciando a paisagem. Olhando o tempo todo pro alto vendo, de um lado, o Pão de Açucar. Do outro, o Cristo. Ali, na avenida beira mar, centenas de pessoas caminhando, andando de bicicleta, passeando com os filhos, com o cachorro, conversando, indo pro trabalho, jogando futvolei e vôlei de praia na areia, nadando. Sei que em duas horas fui do ínício do Aterro até o final de Botafogo. 8 km de caminhada. Queria ir até Copabacana, mas no caminho vi uma ruazinha meio feia e desisti. Vai que eu me perdesse, ou o medo maior, vai que me assaltassem. Preconceitos ou não, voltei de ônibus para o aeroporto.

Cheguei ao consulado e esperei minha vez. Quando chegou, não demorei mais de 5 minutos. Sério. Como pensei que ia demorar mais, tinha programado para visitar o Museu de Arte Moderna, que ficava ali do lado. Mas ainda era 10h30 e meu voo saia só às 17h. Aí eu pensei: "museu o caramba, eu quero ir pra praia". Embarquei no primeiro ônibus que ia para Copabacana.

(Calçadão. Uma das estampas brasileiras mais reproduzidas mundo afora, em chinelos, cangas, blusas, vestidos...)

Se de manhã eu não tinha conseguido chegar até lá, não tinha o menos problema. Não dizem que o não interessa destino, mas sim o caminho até ele? E olha que a primeira recomendação da minha mãe foi "não fica zanzando por aí, heim? Olha as balas perdidas!". Como se eu fosse capaz de capturá-las com a minha visão de 360º.

Por falar em graus, cheguei em Copacabana com os termômetros a 33ºC. Isso é que é clima de praia! Caminhei desde o famoso Copacabana Palace Hotel até quase o final da praia. Ia andando e entrando nas ruas transversais a procura de um restaurante que desse pra bancar. Na área nobre da cidade tem pouquíssimos restaurantes self-service (ou será que é BH que tem muitos?) e um prato inteiro sempre é muito para mim. Numa rua qualquer encontrei um a quilo muito arrumadinho, o que faz toda diferença pra mim. Apesar do preço um pouco salgado (35,90 o kg) fiquei por lá mesmo. Recomendo. Entre os prats maravilhosos comi linguado recheado de alho poró com molho de limão e gergelim! Hum...

(Copacabana Palace. Só para os ricos e endinheirados)

Depois do almoço voltei a andar. Agora no calçadão! Não vi nenhum surfista e poucos banhistas. Mas tinha muita gente praticando esportes. Claro que a praia fica mais bonita no verão, com aquele monte de guarda-sol colorido, mas ainda assim era uma paisagem estonteante. Estava um calor insuportável. Eu só nã queria como precisava me refrescar. Dei uma rodada pelo bairro procurando uma loja pra comprar um short. Rodei 30 minutos até encontrar uma Lojas Americanas. Já estava ficando estressada e com muito remorso de ficar entrando em lojas de roupa e perdendo meu precioso tempo na cidade maravilhosa. Comprei um short e uma Havaianas.

Daí cansei de Copacabana. Como já eram 13h e já tinha perdido muito tempo no centro, peguei um ônibus e fui pra Ipanema. Parei no famoso posto 9 (onde ficavam Vinícius de Moraes, Tom Jobim e a turma de músicos brasileiros) e troquei de roupa. Pus o pê na areia e, enfim, no mar!

(Adivinhem onde estavam meus pés em plena quint-feira. Tem coisa melhor?)

Dei uma voltinha escutando minhas músicas e tirando fotos. Agora, o que eu mais queria era relaxar. Aluguei um guarda-sol a 3 reais e deitei na areia. Ao meu redor, jovens tomando sol e jogando altinho. Pensei que ia ficar com sono, mas nem queria dormir, se não ia perder a vista. Até quis que alguém se aproximasse para conversar, dizer dis hábitos dos cariocas e me contar se aquilo que eu estava vendo era sempre daquele jeito.

(Uma linda vista de Ipanema)

Quando deu 14h30 saí do posto 10 e fui andando pela praia até Copacabana. Peguei um ônibus e voltei para o aeroporto. A linha que peguei fazia o roteiro até o centro pela orla, o que me deu a chance de ver as praias pela última vez.

Fico me perguntando se quem mora no Rio acorda todo dia feliz, se todo dia eles se dão conta que moram na cidade maravilhosa. Eu quero viver lá até essa paisagem me parecer banal!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

As flores da estação

Quando a gente está acostumado a andar em um local , certas coisas passam batido. É o que acontece aqui em BH. A cidade é muito bonita e muito arborizada. Mas é tão comum ver sequências de árvores e plantas verdes nas calçadas, canteiros centrais e jardins dos prédios que, por vezes, esquecemos que elas estão ali.

Tanto que nem sei se foi esse fim de semana que tudo começou ou se já faz algum tempo, mas vocês já pararam pra reparar nos ipês da cidade? As árvores estão todas floridas!

(Ipê na Praça da Estação. Foto tirada desse link)

O ipê é uma árvore brasileira originária da Mata Atlântica e seu nome significa "árvore com casca grossa". A espécie é muito usada na arborização da cidade, pois suas raízes não são agressivas. Os ipês florescem uma única vez no ano, na época do frio. E quanto mais frio e seco o tempo estiver, maior é sua floração.

Em BH, encontramos três espécies. O ipê-amarelo, em menor quantidade, o ipê-roxo e o ipê-rosa. Os dois últimos são bem parecidos, mas podem ser diferenciados por um pequeno detalhe: o ipê-roxo perde todas as suas folhas durante a floração, fato que não ocorre com o ipê-rosa.

Para mim, essa é outra peculiaridade de BH. Primavera? Que primavera? A cidade fica bonita mesmo é no inverno, com suas flores coloridas. Apesar do imenso calor que insiste em nos fazer esquecer, moramos sim em uma cidade montanhosa!

(Praça do Papa. Foto tirada desse link)







(Imagens da Praça da Liberdade, um dos melhores locais para apreciar a beleza dos ipês no inverno. Além de muito floridos, a praça tem exemplares das três cores. Fotos tiradas desse e desse link)

(Alameda dos Ipês, na região da Pampulha. Foto tirada desse link)

(Parque Municipal. O Othon Palace Hotel está ao fundo. Foto tirada desse link)

P.S.: Esse é o post número 100!! Quem diria que esse blog ia funcionar heim?! Heheheh! Obrigada a todos que viram, leram, comentaram e divulgaram. E todos que não fizeram nada disso, mas apoiaram de algum jeito também!

P.P.S.: Olhando meu blog e o post anterior sobre Copa do Mundo eu pergunto: existe alguém mais pé frio do que eu? TODOS os times que torci nas quartas perderam... Acho que vou a vestir a camisa da Alemanha. Espero que funcione...

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Curiosidades da Copa do Mundo 2010

Desde o dia 11 de junho a imprensa do mundo inteiro voltou suas câmeras, microfones e gravadores para a África do Sul, sede da Copa do Mundo 2010. O evento, que acontece de quatro em quatro anos sempre em um rodízio de países, traz 32 seleções que se revezam em jogos diariamente. Ontem e hoje, porém, é dia de descanso. Se assim não fosse, a Copa duraria menos de um mês, as equipes não teriam fôlego e o clima de suspense e expectativa ia diminuir consideravelmente. De toda forma, para pessoas que acompanham todos os jogos (como eu), ontem e hoje são dias vazios e completamente sem graça...

(Logomarca oficial. Imagem tirada desse link)
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Mas, aproveitando a "folguinha", pude pesquisar um monte de coisas legais. Por exemplo: foram feitos cinco novos estádios para que a África do Sul pudesse receber a Copa do Mundo e esses foram os primeiros estádios construídos exclusivamente para o esporte. Antes, à época do Apartheid, os estádios eram feitos para rugby e críquete.
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Ainda em 2008, a África do Sul estava tão atrasada para os preparativos do evento que a Fifa cogitou mudar a sede. Entre as opções de países estavam a Alemanha, que tinha acabado de receber uma Copa do Mundo e tinha a estrutura toda montada, a Espanha e a Austrália. Um novo susto veio em 8 de julho de 2009, quando os operários entraram em greve pedindo um reajuste de 15% no salário.
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Por falar em Austrália, esse foi o primeiro ano que o país disputou as eliminatórias da Ásia e não da Oceania (o porquê ainda é um mistério para mim). Com isso, dois países da Oceania entraram na disputa: Austrália e Nova Zelândia. Também é a primeira vez na história do evento que o país anfitrião sai da disputa na fase de grupos.
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Desde a Copa de 1970 as bolas recebem nomes oficiais. Esse ano, a bola se chama Jabulani, que em IsiZulu significa "celebração". Ela possui 11 cores diferentes que fazem referência às 11 etnias e dialetos dó país sede. Deixando de lado as discussões sobre as... bem... peculiaridades da bola, Jabulani é um belo nome. Em uma matéria no Fantástico perguntaram a diversas qual deveria ser o nome da bola da Copa de 2014, no Brasil. "Amazonas", "Brazibola" e "Pelé", foram algumas das péssimas ideias. Mas também surgiram bons nomes, como Irapuã, que quer dizer cheia em Tupi Guarani, ou - a minha preferida - Umbabarauma, da música de Jorge Ben Jor.
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No início do evento, o som insuportável das vuvuzelas impedia os telespectadores de vários países de ouvir a narração dos jogos e os comentários dos jornalistas. Os organizadores pensaram até em impedir as pessoas que portassem "cornetinhas do inferno" (como foram chamadas por aí...) de entrar no estádios. Tudo se resolveu quando a emissora a cabo Meo passou a utilizar uma tecnologia que remove a frequência do som das vuvuzelas através de um chip.
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Utensílios eletrônicos
Para acompanhar a Copa, recomendo uma tabela eletrônica linda e sensacional desenvolvida pelo maior jornal esportivo da Espanha, o Marca. A tabela mostra todos os jogos por dia, seleção, estádio e fase eliminatória. A escolha é do freguês!
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No youtube há um vídeo que faz um tour virtual por todos os estádios do evento. São só dois minutos de exibição para ajudar aqueles que ainda se perdem pelos caminhos da África do Sul.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Transportes Alternativos Marcela Miranda - Personagens (8)

São Paulo é uma cidade caótica pro natureza. Trânsito, barulho, fumaça, gente por todos os lados. Mas se o seu destino cruzar com o Fórum da Fazenda Pública Hely Lopes Meirelles, no centro da capital paulista, você pode sair um pouco dessa órbita enfurecida. Basta entrar no elevador da Tamm Lines - Transportes Alternativos Marcela Miranda - e escolher um dos 19 destinos turísticos que a companhia aérea tem para oferecer.

(A simpatia cotidiana de Marcela. Foto tirada desse link)

É assim que a ascensorista que dá nome à Tamm Lines recebe seus visitantes: assim que a pessoa entra no elevador ela diz:

- Última chamada para o voo 3348, portão 1.

A partir daí o "cliente" também participa da viagem e ajuda Marcela a decidir o destino da vez. Cada andar é um destino turístico que pode mudar de acordo com a época do ano ou com os eventos festivos.

- Em 1997 imaginei os andares como estações do Metrô de São Paulo. Naquela época, ninguém queria parar na Estação Carandiru. Aí aprimorei a brincadeira. No verão, escolho falar de praias. No inverno, a atração são as cidades serranas, como Gramado, Canela, Bariloche. Na semana do Dia dos Namorados, o roteiro é romântico, como Viena e Paris. Na Semana Santa é a vez das cidades sacras, como Ouro Preto e São João del Rey.

Marcela trabalha no local há 14 anos e começou com o serviço simultâneo de guia turístico por considerar a atividade chata e enfadonha.

- Era sempre aquela coisa chata de abrir e fechar a porta o dia inteiro. Cansei daquela papo chato de elevador: 'hoje está quente, não?' ou 'será que vai chover?', e resolvi inovar. Coloquei na cabeça que tinha que transformar meu trabalho em algo divertido.

A abordagem de Marcela Miranda é capaz de tirar sorrisos de qualquer um. Quase qualquer um...

- Alguém reclamou para minha diretora e eu tive de parar que parar de falar das cidades. As pessoas me perguntavam o que tinha acontecido e eu respondia que a empresa tinha falido. Sei que deve ter gente que me acha maluca, ams a maioria adora!

E a certeza só se confirmou quando as pessoas penduraram inúmeras faixas na frente do Fórum pedindo que o bom humor de Marcela voltasse. Com a auto-estima nas alturas e a Tamm Lines reestabelecida, a ascensorista voltou ainda mais afiada. Cada cidade é narrada com grande riqueza de detalhes. Os roteiros são elaborados por meio de pesquisas que ela faz em revistas e artigos que coleciona, muitas delas, presentes dos passageiros. Internet? Nem sabe o que é direito. Ela prefere ler e escrever os pontos mais interessantes em um papel. O resultado?

- Próxima parada, Praga. Conhecida pelos seus inúmeros museus, a capital da República Tcheca impressiona pela conservação do seu patrimônio histórico. Não deixe de conhecer a galeria de arte do Castelo de Praga. Obrigada e boa viagem!

Marcela é famosa:

- Os estudantes que vêm aqui sempre recomendam a "viagem" para os colegas. Teve um pessoal de Salvador que veio até aqui só para me conhecer, imagina? Ah, e um advogado que passou por aqui e gostou tanto de viajar comigo que me deu uma viagem com tudo pago para o Rio de Janeiro.

Mas ela não faz isso só pelas viagens.

- Minha maior recompensa é o sorriso das pessoas.

Esse post foi inspirado nas matérias que estão nesse e nesse link. No último, há um vídeo da Marcela em um dia de trabalho como os outros, mas diferente para cada pessoa que passa por ali. Aproveite para entrar na cabine da Tamm Lines e fazer uma viagem. Última chamada para embarque!