terça-feira, 15 de junho de 2010

O que fazer em Paris - 1ª parte

Com 5 dias disponíveis e 3 guias de viagem a mão (mais essa infinidade de sites que a gente encontra pela internet), meu pai montou um roteiro por Paris que poderia ser copiado pelas agências de turismo. Talvez, tenha até mais coisas para se fazer do que tempo. E talvez meus pais tenham exagerado nos "lerês" (FREIRE, Ricardo). Eles mesmo admitiram que o cansaço e o tempo gasto em certos passeios - os que mais chamaram a atenção - os impediu de cumprir tudo a risca.

Ao meu ver, é um roteiro quase perfeito para turistas de primeira viagem (só falta incluir um dia para flanar pela cidade...). Para quem se habilita, vou descrever aqui os passeios com preços, as sugestões de restaurantes e dados sobre as atrações turísticas. Hoje, os dois primeiros dias e, sexta-feira, os outros três.

1º DIA

Manhã: Torre Eiffel. Símbolo de Paris, não podia ficar pra depois ne? Como já descrito no blog, a torre foi erguida em 1889 e era, até então, o maior monumento do mundo, com 304 metros de altura. Nas redondezas da torre há uma série de coisas legais para ver. O Palais de Chaillot (entrada: 9 euros / 10h às 18h) é uma delas. O palácio acolhe diversos museus, entre ele o Museu da Humanidade (entrada: 7 euros / 10h às 18h30) e o Museu Naval. Dizem que é de lá que se consegue uma das vistas mais bonitas da torre. Os jardins, lagos e fontes a sua frente, na praça do Trocadéro, também valem o passeio.

(Não preciso nem falar o nome...)

A Ponte d'Iéna fica entre os jardins do Trocadéro e a Torre Eiffel (entrada: 4,50 até o primeiro nível, 7,20 até o segundo e 10,70 até o terceiro / 9h30 às 23h). Ela atravessa o rio Sena e apresenta estátuas de águias napoleônicas em cada um dos seus 4 alicerces. Depois da estrutura há um lindo jardim, o Parc du Champ de Mars. Nas avenidas que cercam o parque estão os endereços mais caros de Paris (imagine o quão caro isso pode ser...). No final, você encontra a gigante École Militaire (escola militar), fundada com o intuito de transformar jovens de famílias nobres empobrecidas em militares.
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(A vista do Parc du Champ de Mars do alto da Torre Eiffel)

Almoço: que tal comer na própria Torre Eiffel? Há duas opções de restaurantes, ambas dirigidas pelo famoso chef Alain Ducasse. O 58 fica no primeiro andar e tem preços mais acessíveis. Um prato principal custa em torno de 17 a 22 euros. O Jules Verne fica no segundo e tem preços mais salgados... A noite, ambos se tornam mais caros. Aliás, uma dica: TUDO fica mais caro a noite. Um almoço de 15 euros pode se transformar em um jantar de 40. Se a grana está curta, vá nos restaurantes pela manhã. A noite, hora do lanche.

Tarde: Os Inválidos e o Grande Palácio. Perto da École Militaire está o incrível Les Invalides (entrada: 7 euros / 10h às 18h), traduzindo, os inválidos. A história é peculiar: depois das guerras do século XVII, Paris ficou cheia de soldados velhos e feridos mendigando na rua. Foi quando Luís XIV resolveu erguer um hospital e um hotel para os soldados aposentados, que ficou pronto em 1674 e abrigou cerca de 5 mil soldados. Depois da construção o bairro ganhou fama e as mansões mais bonitas de Paris.

(Les Invalides e sua famosa torre dourada)

Lá perto, é possível visitar o Museu de Rodin (entrada: 5 - só jardins - ou 10 euros / 9h30 às 17h45), onde está a escultura original de O pensador. A Esplanada dos Inválidos dá uma bela visão do Sena, e do Petit e Grand Palais. A rua St-Dominique é um famoso endereço de compras e artigos de luxo. Bem mais a frente, atravessando a ponte Alexandre III, está o Grand Palais (entrada: 12 euros / 11h às 23h). O local também foi construído por causa da Exposição Mundial de 1900. Ele reflete o gosto dos parisienses pela decoração e ostentação (é só olhar para a cobertura do local, toda feita em vidro). Atualmente, abriga galerias e exposições permanentes e temporárias.

Lanche: Gran Corona, na Place de l'Alma, a alguns quarteirões a esquerda do Gran Palais, é uma boa opção. Lanches, refeições e chás por preços modestos (lembrando que modesto, em Paris, ainda é um tanto caro)

Noite: Passeio em um Bateau Mouche (entrada: 10 euros). O "batô múchi" é um tipo de barco desenhado especialmente para atender ao turista: o teto dos barcos é fechado, as transparente. É uma boa forma de conhecer a cidade!
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(A esquerda, o bateau mouche. O nome, na verdade, é de uma das empresas que disponibiliza o passeio. Existem outras, como as Vedettes du Pont-Neuf, onde meus pais embracaram, a direita. Bem a vontade a guia turística, não? Primeira foto tirada desse link)

2º DIA

Manhã: Museu do Louvre e Palácio Real. Construído no século XII, o Museu do Louvre (entrada: 9,50 euros / 9h às 18h. As quartas e sextas, ele fecha só às 22h) recebeu diversas alas e corredores ao longo do tempo e resultou em um museu de 12,8 quilômetros. A famosa pirâmide de vidro foi sua última aquisição, inaugurada em 1989 pelo presidente Mitterrand. Lá dentro, um pouco (ou muito) de tudo: antiguidades orientais, egípcias, gregas, arte islâmica, ate gráfica, esculturas, pinturas... e pode tirar foto de tudo o que quiser, dede que seja sem flash.
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(Dezoito vírgula oito QUILÔMETROS de galerias! Dá pra entender porque o Louvre não cabe na foto)

Em frente ao museu fica o Arc du Carrousel, erguido por Napoleão Bonaparte como portal para o seu palácio, logo em frente. Em cima do monumento estavam os quatro cavalos da praça São Marcos de Veneza. Quando eles exigiram o retorno, foram colocados cópias. O Palais Royal (entrada: gratuita / 7h às 22h15) fica ao lado do Louvre. Durante sua história ela não teve nada de real, mas foi importante na nobreza francesa. Atualmente, ela abriga uma série de instituições públicas, os antigos edifícios da Biblioteca Nacional (ainda com 6 milhões de obras) e a sala Richelieu, a disposição de atores franceses.

(Palais Royal e suas... estátuas? Obras? Bancos? Quem descobrir, me avisa. Foto tirada desse link)

Almoço: Bistrô Romain, na avenida Champs-Élysées. A comida italiana é especialidade da casa e um prato principal sai por volta de 20 euros. No verão eles fazem um cardápio especial, com comidas leves e sobremesas regadas a frutas e chantilly. O cardápio pode ser acessado pelo site.

Tarde: Arco do Triunfo e Jardim de Tulheries. Como vocês já repararam, Napoleão está por todos os cantos. E ele também foi o responsável pela construção do Arco do Triunfo. A ideia era criar um espaço ao ar livre bem amplo para celebrar suas vitórias. Assim, ele mandou fazer a Avenida Champs-Élysées e, ao fim (como pano de fundo para o espetáculo), o Arc de Triomphe. É possível subir no topo (7 euros / 10h às 23h) para admirar a vista das avenidas que levam até o arco, formando uma estrela: por isso o nome Place de l'Étoile (Praça da Estrela). Na base do Arco está o túmulo do soldado morto, em homenagem a todos os soldados que morreram em guerra. Todos os dias, às 18h há uma cerimônia para troca da chama que fica em cima da estátua.

(Vista do alto Arco do Triunfo: a avenida Champs-Elysées. Ao lado, o túmulo ao soldado desconhecido. A chama do túmulo fica no chão, a altura dos pés)

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O Jardin des Tuileries fica no início da Champs-Élysées. Projetado pelo jardineiro de Luís XIV, em 1664, é um local extremamente bem cuidado e com plantas aparadas constantemente. Mais a frente, em uma avenida transversal, está o "triângulo de ouro" da cidade. O local recebe esse nome devido a grande concentração de lojas de luxo, como Dior, Prada, Chanel, entre outros. Ali do lado está o Palácio da Descoberta (entrada: 6,50 euros / 9h30 às 18h30), museu dedicado à explicações interativas sobre a ciência. O local também abriga um planetário.

Lanche: As vezes, é preciso fazer uma extravagância. Vá ao Ladurée Champs-Elysées. A loja foi fundada em 1862 e é especializada em doces, principalmente nos macaroons. Foi por isso que ela apareceu no filme Maria Antonieta, de Sofia Coppola. Macaroons eram os doces preferidos da princesa austríaca.

Noite: Para relaxar, uma voltinhas nas galerias Vivienne e Colbert. Decoração, livraria, acessórios de moda, salão de beleza, roupas, bijoux...
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(Lembra da parte "meus pais admitem que não conseguiram fazer tudo que estava no roteiro? Pois então, essas galerias ficaram fora. Mas a Lafayette entra... no próximo post. Foto tirada desse link)

8 comentários:

  1. Gostei das dicas! Concordo com essa coisa de sentir amis a cidade e tirar menos fotos. Hoje, tem gente que vai no Louvre e tira 30 fotos da Monalisa, mas se você pergunta ele não parou um minuto na frente dela pra reparar nos detalhes. E isso acontece com tudo, de obras de arte a paisagens naturais...

    No próximo teremos o Centro George Pompidou!! Apesar de que esse foi mais um dos lugares listados e não visitados dos meus pais... como assim ne?! Esse eu não perderia por nada!

    Beijos Rê! Como disse, adorei as dicas! =]
    Espero mais comentários no próximo post!

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  2. Olá Ju,
    Parabéns pelo blog, e pelo roteiro: o que fazer em Paris, estamos organizando nossa primeira viagem a Paris, e este roteiro está muito bom. Peço licença para copiar.
    Parabéns,
    Janierie

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  3. Em realção a foto do Palais Royal, Trata-se de intervesão artistica realizada pelo desing David Buren nos anos 80. Durante a obra, o Estado tentou cancelar o contrato feito entre o artista e a curadoria do Palais Royal numa tentativa de impedir a instalação da obra.

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  4. Cheguei a Paris hj e esqueci meu guia no Rio de Janeiro e algumas anotações. Seu blog vai me salvar. Obrigado!

    Glaucio

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  5. Que honra poder ajudar Gláucio! Se precisar de alguma dica escreve aqui ou me manda um email! =)
    Beijos!

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  6. Ola, vi o seu blog e gostaria de deixar aqui a minha dica sobre hospedagem em Paris.A http://www.private-homes.com/paris/ aluga apartamentos mobiliados em Paris muito bem localizados com uma grande clientela brasileira.

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    1. Muito obrigada pela dica Ana!! Uma boa sugestão!
      Beijos!

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